Terminado o primeiro semestre, os analistas tentam analisar como foi o desempenho das empresas e descobrir o que aconteceu. Li alguns relatórios onde as explicações das empresas vão desde que o clima de inverno não ajudou (muito utilizada pelos gestores deste mercado), até que as manifestações atrapalharam. Mas como podemos falar que o clima não ajudou, se o inverno começou lá pela terceira semana de junho e as varejistas já estavam liquidando a coleção?
O que ocorre agora é que a moda no Brasil passou a seguir bem de perto a moda no hemisfério norte. E as manifestações hein? Bem, as vendas de algumas lojas foram afetadas pontualmente, mas serviu para contribuir tanto para este marasmo?
O que presenciamos, foram liquidações extremamente agressivas. Muitas destas promoções até me surpreenderam , já que em algumas lojas podíamos encontrar 70% de desconto em todos os seus produtos e não apenas em "alguns poucos". A conseqüência será um achatamento das margens destas empresas. E se desta forma, com o dia das mães em maio e as liquidações começando bem antes em junho e seguindo pelo mes de julho adentro, as vendas foram medianas como será o mes de agosto? Ainda que em agosto seja o mêss dos pais, as compras devem ser pontuais, aproveitando ainda algumas sobras de liquidação ou produtos de coleção passada.
Na realidade, a partir da segunda quinzena de julho começa a chegada da nova coleção de primavera verão (em pleno inverno!), e no mês de agosto as liquidações perdem força. Muitos consumidores aproveitaram as liquidações e supriram suas necessidades além do necessário. E aí começa a grande dor de cabeça - o planejamento do segundo semestre, que tem como ponto forte o Natal.
Se agosto for de vendas fracas, as apostas de recuperação no segundo semestre vão começar a se dissipar. Hoje, a palavra de ordem é conservadorismo nas compras, até porque carregar estoques altos desde agosto e setembro esperando um Natal de boas vendas, está custando caro. Pode ser que as empresas tentem acertar os estoques para dezembro lá para fim de outubro e início de novembro, comprando mais caso a demanda aumente ou cancelando pedido caso a demanda permaneça fraca. Porém como as encomendas deste setor são feitas com bastante antecedência a margem de manobra é pequena.
Fatores macroeconomicos não ajudam muito, o consumo está fraco, as famílias endividadas, e o que estas pessoas fazem em primeiro lugar é adiar as compras de roupa. Hoje, cada vez mais esperam pelas liquidações. Portanto, em minha opinião, não vejo nenhum driver que possa reverter esta situação no curto prazo. Mas que venha agosto!
E quando tudo parece perdido, poderemos ver uma inversão de compras de roupas do exterior para o Brasil, isto é, uma pequena parte, pois a recente alta do dólar fará com que o fluxo de consumo dos Brasileiros no exterior diminua e voltem a consumir aqui dentro. Será? Vale acompanhar os próximos meses.
http://www.sidneyrezende.com/noticia/212687+cresce+expectativa+de+v...
Haroldo Monteiro
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