Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Crise do algodão pode trazer novas oportunidades para o Brasil

Texfair Home 2011 reunirá milhares de pessoas em SC. Foto Edson Pelence

 

 

Para o Sintex - Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau, a edição da Texfair Home 2011 se caracteriza por ser o primeiro encontro do setor, pós-crise do algodão, que possibilitou uma melhor avaliação sobre o caso.

"No 1º dia da feira os stands e corredores estavam cheios e podemos perceber que esta crise é um processo que mistura realidade e ações especulativas. Sem dúvida, este problema refletirá no custo final dos produtos e mesmo com a regularização do fornecimento entraremos em um novo patamar de preços. Não vamos ter mais algodão barato mesmo com a safra recorde, mas precisamos manter o produto vivo e rentável e, para isso, precisamos criar mecanismos competitivos", afirma Ulrich Kuhn, presidente do Sintex

O Sintex acredita que a crise do algodão é um problema que afetou todos os grandes consumidores mundiais em momentos diferentes. "A partir de 2006, começou uma queda gradativa de safra e os estoques reguladores começaram a diminuir chegando a um ponto nevrálgico. Mesmo com o aumento físico das safras e a estabilização dos estoques reguladores a indústria mundial, e também a brasileira, terá que se readequar a um novo cenário".

Para Kuhn, ações como aumento dos limites de financiamento, desoneração fiscal e a criação de linhas de financiamento para compras futuras são ações que poderão incrementar as retomada dos negócios e o crescimento do setor.

  

Liderança

Na ocasião, Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção ressaltou o potencial brasileiro na produção de algodão, denominando-o de "ouro branco" e afirmando que o Brasil caminha para ocupar a 4ª posição mundial no ranking produtivo.

"Atualmente, temos quantidade, qualidade e inserção global, mas temos que ficar atentos para que os produtos originários dessa matéria-prima também possam gerar riquezas. Corremos o risco de exportar demais e depois ter que importar", alertou o executivo. Segundo Pimentel, a safra 2011 deve somar 2 milhões de toneladas, praticamente o dobro do volume produzido no ano passado.

 

Financiamento

Até 2015, a expectativa é alcançar uma média de 3,5 milhões de tonelada /ano. Em relação aos têxteis para o lar (cama, mesa e banho), Pimentel destacou um projeto da ABIT, em parceria com a Fiesp - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, enviado ao governo federal, que propõe que um percentual do financiamento para aquisição da casa própria possa ser direcionado para a compra de produtos para o lar.

"Precisamos criar espaço dentro do financiamento para também vestir este novo lar", completou o executivo ao justificar que o crescimento da demanda de têxteis para o lar no mercado interno também está amparado no bom desempenho do setor de construção civil. Dentre as medidas já negociadas com órgãos governamentais para minimizar os efeitos da crise do algodão, o executivo da ABIT destaca a liberação da importação de 250 mil toneladas de algodão totalmente isenta de impostos.

 

Argentina

Em relação à imposição de barreiras aos têxteis
brasileiros pelo governo argentino, Fernando Pimentel foi categórico. "Falta para o governo brasileiro dizer um basta para o governo argentino. O modelo clássico de negociação da Argentina é fazer acordo e segurar a liberação.

O vendedor se sente desestimulado e o comprador inseguro. Criamos uma comissão para avaliar as violações dos acordos dentro do Tratado do Mercosul", destaca Pimentel. Também indignado com a situação, Ulrich Kuhn enfatiza que "pior do que deixar de embarcar, é perder mercado". Atualmente, a Argentina representa 20% do total de exportações brasileiras no segmento de confeccionados.

 

FONTE: http://www.economiasc.com.br/index.php?cmd=agronegocio&id=4978

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Comentário de jose adilson teixeira em 13 março 2011 às 19:23

a questao da crise do algodao é uma especulaçao que  vai sim trazer serios problemas ao caixa das empresas,é necessario fazer uma açao conjunta das associaoes ,industrias e governo ,pra nao deixar o setor quebrar .A demora do mercado en aceitar o aumento de preços ,fez con que as industrias tivessen que bancar este prejuizo,entao é justo que o governo abra mao da carga tributaria neste periodo critico,ate as empresas se reestruturaren novamente!

 

 

Comentário de Carlos Roberto Araújo Daniel em 8 março 2011 às 7:44
Estamos correndo o risco daquele "esperto" que emprestou dinheiro a 10% de juros e depois teve que pedir emprestado pagando 15%, é mania de levar vantagem em tudo e o tiro pode sair pela culatra,
Comentário de Valter Schlindwein em 25 fevereiro 2011 às 7:23

Bom dia.  Ainda não temos informações do volume de negocios realizados nesta Texfair, mas uma coisa não podemos esconder ou tentar passar como se estevisse acontecendo. Não tem nada de corredores e stands cheios, muito pelo contrario ( estive todos os dias na feira ) está muito vazio e não adianta querer esconder essa realidade. A crise é real e não acredito em especulações e sim em fatos. Não vamos querer esconder o sol com uma peneira, pois quem faz a leitura do que esta acima tem a impresão de que esta tudo bom, tudo bem, a alta do algodão é benefica. Tem pessoas que só veem Kartens, Teka, Coteminas e as outras empresas que estão fazendo o Brasil também acontecer, como ficam.

 

Um abraço, Valter.

Comentário de Sergio Martins em 24 fevereiro 2011 às 10:40

Sabemos que a falta de algodão existe em todo mundo sabemos que os preços estão defazados mas a Industria e o consumidor suporta uma atualização dos preços mas os atravesadores estão pondo barreiras que só existe pela especulação dele.

 

Comentário de aparecida maria de carvalho em 24 fevereiro 2011 às 10:39

 Realmente os representantes daqui da ABIT que lá estiveram estão esperançosos com a aproximação da nova safra e, que com ela, o  Brasil possa ter um papel estratégico no que diz respeito a comercialização do produto, mas sem se esquecer de abastcer o mercado interno.

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