Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Redes ampliam importação de roupas para conquistar a classe C. Percentual chega a 60% das peças vendidas!!!

São paulo - Para acirrar a concorrência e buscar novos consumidores da classe C e D lojas de vestuários populares e hipermercados continuam brigando por bons preços, afim de aumentar a fatia de compras para vestuário, que deve movimentar R$ 95 bilhões em 2011, de acordo com a Plataforma Pyxxes, braço do Ibope.

Uma das alternativas encontradas pelos lojistas para que isso aconteça é a importação, que continua em alta e deve representar 20% das vendas em grupos como Walmart e Pão de Açúcar (GPA). De acordo com levantamento do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), o setor têxtil representa, em média, 5,5% da receita bruta de uma grande rede do setor. Ao todo, as importações de roupas já confeccionadas movimentou, em 2010, R$ 1,3 bilhão, de acordo com números da Abvtex (Associação Brasileira de Varejo Têxtil)

No Walmart, as ações buscam dar impulso ao segmento e são voltadas ao potencial de compra dos consumidores que não acham alternativas em shoppings. "Nosso grande diferencial são as roupas de tamanhos alternativos, que muitas vezes não são encontradas em lojas de rua ou shoppings", disse César Roxo diretor de Vendas do Walmart.

Sem números específicos sobre a quantidade de importados nas lojas, Roxo mensura. "Não dá para falar com precisão quanto importamos, fica sempre na casa dos 15% a 20%", afirmou.

Para Roberto Nascimento, professor do curso de Gestão Estratégica de Marcas Próprias da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), a importação dá aos hipermercados uma vantagem única.

"A ideia dos hipermercados é aumentar as margens de lucro, ofertando produtos de maior valor agregado com vantagem competitiva e hoje, os produtos de confecção internacional somam isso", disse.

De acordo com o acadêmico, além dos hipermercados, grandes varejistas populares, como Lojão do Bras e Eskala também ampliam suas fatias internacionais pelo preço. "Para atender com qualidade, bom design e preços mais baixos, essas lojas importam cada vez mais, quando não, a indústria de onde compram, importam os tecidos e isso, somado, representa quase 60% das peças vendidas", disse.

A vantagem competitiva, no caso das roupas, é atrair os consumidores com produtos de design próprio. "Queremos mostrar que o cliente não encontra só alimento de marca própria, mas também pode se vestir em nossas lojas", diz Sidnei Fernandes Abreu, diretor da área têxtil do GPA

A rede de hipermercados investiu na reformulação das marcas próprias de vestuário em 2008, quando montou uma área de design de moda para as marcas Cast, Boomy e Bambini. Com mais variedade, a venda de têxteis vem crescendo a taxas de dois dígitos na rede.

Essa nova mentalidade adotada tanto pelo Walmart quanto pelo Pão de Açúcar é endossada pelo presidente da Abvtex, Sylvio Mandel, que afirma que o Brasil lida hoje com um novo perfil de consumidor, que prima pela praticidade e é para eles que o varejo vem se preparando.

"O foco desses importados são as classes B, C e D, e são consumidores específicos, que não se preocupam com o valor da peça, e sim onde ele vai encontrá-la, o que forma um novo perfil de consumidor, com características específicas" diz.


Mercado

De acordo com o diretor presidente do Iemi, Marcelo Prado, o setor de roupas dentro dos hipermercados representa 6% do faturamento do setor têxtil, o que significa em torno de R$ 4,5 milhões por ano. "O mercado tinha potencial para crescer há alguns anos, chegou a simular um crescimento, mas parou", disse. Na opinião de Mendel, o número de importados deverá crescer nos próximos anos com a chegada de grandes empresas varejistas internacionais. "Com a migração das classes sociais no Brasil, grandes marcas de vestuários mundiais chegarão ao Brasil", afirmou, e também lembrou a necessidade de construção de grandes centros de compras para atrair redes.

De acordo com a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) o segmento de moda deverá continuar crescendo em 2011, depois de fechar 2010 com 1500 lojas. Para Mendel, o único desafio encontrado para esse crescimento nos próximos anos será a capacitação da indústria.

O executivo aponta que um dos maiores obstáculos das fabricantes brasileiras é abastecer o varejo com roupas de inverno, como, por exemplo, jaquetas, principalmente de fibras sintéticas, para suprir o varejo em termos de quantidade, qualidade e preço. "Já foi comprovado por pesquisas que a indústria nacional não tem vocação ou interesse em investir neste segmento devido ao nosso clima tropical", disse.

Aproveitando o bom momento das compras eletrônicas do e-commerce no Brasil, o empresário empresário Diether Werninghaus, presidente da Juriti Microfinanças, investiu R$ 1 milhão na abertura de um portal de divulgação e vendas on-line específico para vestuário, o VesteBr.

O objetivo do portal é juntar lojistas menores através de uma plataforma de negócios que unindo varejo e indústria.

O portal oferece, além de uma loja virtual na rede para a empresa expor e comercializar seus produtos, suporte técnico para realizar vendas, fotografar as coleções, elaborar os catálogos-conceito e os de produtos, eventos de capacitação e desenvolvimento profissional, serviços de consultoria nas diversas áreas vinculadas ao negócio.

"O projeto irá gerar uma profunda mudança cultural, transformando radicalmente as práticas comerciais atuais, tanto das indústrias do vestuário, quanto das lojas que atuam neste segmento", como explica Ricardo Gonzalo Rojas Lezana, que é diretor executivo do VestesBR.

 

FONTE: DCI

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