Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Davos: pesquisa mostra que Brasil vai crescer e acelerar

Para executivos, país crescerá 4% ao ano entre 2013 e 2015

DAVOS (Suíça) No ano em que o Brasil desacelera e críticos começam a levantar a voz contra a política econômica de Dilma Rousseff, uma sondagem da PricewaterhouseCoopers (PwC), com 1.330 líderes empresariais de 68 países, divulgada ontem em Davos, um dia antes da abertura do Fórum Econômico Mundial, que vai até domingo, surpreende: Brasil, Indonésia e África do Sul reinam sozinhos na categoria "crescendo e acelerando". E foram apontados pelos executivos como os que mais têm potencial para seus negócios.

Nem China ou Índia - historicamente, imbatíveis no crescimento - conseguiram isso. Na projeção da PwC, o Brasil vai crescer em média 4% ao ano entre 2013 e 2015, contra 3,6% para África do Sul e 6,2% para Indonésia. Já China e Índia crescerão uma média de 7,3% e 6,6%, respectivamente - abaixo dos 9% ou 10% do passado. A PwC pôs as principais economias industrializadas - EUA, Reino Unido, Alemanha e França - na lista dos que crescem, mas suscetíveis a turbulências.

O Brasil também se destaca a curto prazo. Quando a PwC perguntou aos 1.330 empresários quais os três países, excluindo o próprio, que consideram mais importante para o crescimento de seus negócios nos próximos 12 meses, o Brasil foi citado com 15% da preferência, atrás de China (31%) e EUA (23%).

E neste ano em que apenas 36% dos executivos estão "muito confiantes" nas perspectivas de crescimento dos negócios em seus países nos próximos 12 meses, os executivos no Brasil entram na contramão: nunca foram tão otimistas - 44% afirmaram estar "muito confiantes", contra 42% no ano passado. O diretor-executivo da PwC, Dennis Nally, explica: empresários no Brasil estão olhando além do curto prazo.

- Se você olhar para a demografia do Brasil, a classe média, isso mostra que o país tem um potencial de crescimento grande. Os executivos-chefes estão focados em oportunidades de longo prazo. O Brasil tem essa característica.

Fora o Brasil e poucos emergentes, o cenário global para a maioria dos líderes continua nebuloso. A ponto de o diretor-executivo da PwC achar bom o fato de 52% acharem que a situação este ano vai continuar na mesma: "pelo menos, não vai piorar". Setenta por cento vão cortar custos em 2013.

"Os diretores-executivos europeus estão nervosos. Apenas 22% estão muito confiantes de que podem aumentar seus negócios nos próximos 12 meses, em comparação a 52% no Oriente Médio e na América Latina", diz o estudo.

Autor(es): Deborah Berlinck O Globo

Os problemas não acabam: 71% estão preocupados com dívidas dos governos; 69%, com excesso de regulação; 69%, com aumento de impostos; 58%, com falta de mão de obra qualificada; 52%, com custo energético e de matérias-primas; e 49%, com mudança no comportamento dos consumidores.

Para os executivos, o cenário que causaria o pior impacto é o de uma revolta social nos países onde estão, seguida de recessão nos EUA, ataque cibernético ou desastre natural num país parceiro de comércio. O fim da zona do euro vem em quinto na lista do risco para os negócios, seguido de tensões militares ou de comércio. Por último, em oitavo, está a preocupação de que a China cresça menos de 7,5% ao ano.

Nesse cenário, toda a movimentação do Exército suíço durante o fórum tem também outro objetivo além da segurança dos 1.500 líderes empresariais e até 50 chefes de Estado e de governo do encontro. Os soldados se preparam para o pior: caos na Europa decorrente do colapso do euro, já que o crescente nacionalismo na Europa é uma tendência que precisa ser monitorada, segundo o major-general Jean-Marc Halter, encarregado da segurança em Davos. Os líderes serão protegidos por um anel de arame farpado e até 5 mil soldados.

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