Fonte:|estadao.com.br|
Números do 1º semestre indicam que o ano poderá fechar com saldo negativo na balança comercial de US$ 3 bilhões, segundo a Abit
Márcia De Chiara - O Estado de S.Paulo
"A perspectiva é de que o déficit comercial chegue a US$ 3 bilhões em 2010", calcula o presidente da entidade, Aguinaldo Diniz Filho. Se a projeção se confirma, será o maior resultado negativo da balança comercial do setor, que até 2004 apresentava anualmente superávit.
De janeiro a junho deste ano, as importações somaram US$ 2,252 bilhões, com crescimento de 46,89% em relação ao primeiro semestre do ano passado. As exportações atingiram no primeiro semestre deste ano US$ 674,7 milhões, com acréscimo de 20% na comparação anual. Os dados excluem o comércio exterior de fibras de algodão, cujas exportações são de grande volume e, segundo o presidente da Abit, distorcem a balança comercial do setor.
"Há um aumento das importações predatórias", afirma Diniz Filho, fazendo referência às compras da China de itens de vestuário. No primeiro semestre de 2009, as compras externas de itens de vestuário de todos os países cresceram 14,77% em valor e as importações desses produtos, vindos apenas da China, aumentaram 18,35%. Só em junho, as importações da China em valor aumentaram 85,17% em relação ao mesmo mês de 2009, enquanto as importações totais cresceram 76,94%.
A China foi o grande destaque na primeira metade deste ano. Das importações brasileiras de vestuário do primeiro semestre, 63% foram provenientes da China e apresentaram preço médio de US$ 12,65 por quilo, segundo a Abit. O preço do produto chinês é 39% mais baixo do que a média dos preços dos mesmos itens fabricados em outros países. Em contrapartida, as exportações brasileiras de vestuário, no primeiro semestre de 2010, tiveram uma média de preço de US$ 39,44 quilo.
Competição. Eduardo Abdelnour, diretor de comércio exterior da Tecelagem São Carlos, que fabrica toalhas de banho, sentiu no caixa da empresa a competição dos produtos asiáticos. As exportações, que respondiam por 60% da produção da companhia até 2006, hoje não passam de 20%. "Os países asiáticos dominam o mercado e não temos preço para enfrentar a concorrência predatória."
A saída encontrada pela empresa para continuar no mercado externo, apesar do real valorizado e dos custos imbatíveis de produção dos países asiáticos, foi atuar num segmento de produtos de maior valor unitário, no qual a China não tem forte presença. Essa estratégia também foi adotada pela empresa para neutralizar os efeitos da concorrência dos produtos asiáticos no mercado doméstico.
Segundo Abdelnour, o mercado interno está garantindo o resultado da empresa. No primeiro semestre, a tecelagem ampliou em 17% as vendas doméstica em relação a igual período de 2009, enquanto as exportações recuaram entre 10% e 12%.
"Poderíamos gerar mais empregos, se não fosse a concorrência desleal dos asiáticos", diz o diretor. Em razão do recuo nas exportações e da competição dos produtos importados, a empresa cortou um turno de produção. De acordo com o executivo, não há planos de contratações para os próximos meses.
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