VCUB1, da joint-venture da Embraer e Telebras, é o primeiro satélite de alto desempenho da indústria nacional, com participação do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (SC).
A Visiona, joint-venture entre a Embraer e a Telebras, apresentou as imagens coletadas pelo VCUB1, primeiro satélite de alto desempenho da indústria nacional. Desenvolvido por uma rede de parceiros, incluindo o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis (SC), o satélite teve a avaliação operacional concluída com sucesso após um ano e meio do lançamento.
A Missão Transporter-7 da SpaceX foi responsável por levar o VCUB1 ao espaço. O lançamento ocorreu em abril de 2023, na base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos. O CEO da Visiona, João Paulo Rodrigues Campos, destaca a importância da iniciativa para novas oportunidades de negócios, além de representar avanços para a infraestrutura espacial brasileira e a criação de empregos.
“Os satélites desempenham papel fundamental em todo o mundo e no Brasil. O VCUB1 pode ser utilizado para questões centrais ao país, como a proteção ambiental, a resposta a desastres naturais, o combate às queimadas ou ainda o desenvolvimento da agricultura”, lista o CEO da joint-venture.
Campos reconhece que a participação do Instituto em Sistemas Embarcados foi fundamental para o projeto. Por isso, a parceria continua, agora no desenvolvimento do próximo satélite, o SatVHR, mais uma iniciativa da Visiona. O diretor regional do SENAI em Santa Catarina, Fabrizio Pereira, acredita que o sucesso do VCUB1 assegura também a maturidade do SENAI na área aeroespacial.
“As possibilidades de uso de um satélite são muitas – segurança, planejamento de cidades, agricultura. Todas as tecnologias embarcadas precisam estar adequadamente integradas, e este é um papel crucial do Instituto SENAI no apoio à indústria brasileira por meio do desenvolvimento e aprimoramento de inovação e tecnologia", acrescenta Fabrizio Pereira.
Pesando apenas 12 kg, o VCUB1 está equipado com uma câmera de alta resolução e com um avançado sistema de comunicações. O VCUB1 também é o primeiro satélite com software embarcado 100% desenvolvido no Brasil, o que se traduz na autonomia completa no projeto. O sucesso da missão comprova a capacidade da Visiona em desenvolver soluções capazes de endereçar grandes desafios do Programa Espacial Brasileiro.
Após o lançamento em 2023, o primeiro ano da vida do satélite foi dedicado ao desenvolvimento e amadurecimento de sistemas. Após esse período, passou-se à calibração da sofisticada câmera para que as primeiras imagens fossem coletadas e divulgadas. O VCUB1 foi concebido originalmente para validar os sistemas de navegação e de controle desenvolvidos pela Visiona, tecnologias até então não dominadas pelo país.
“O domínio do software embarcado é o que nos dá liberdade para integrar ou substituir qualquer componente, concedendo total liberdade ao projeto. Entramos num seleto grupo de empresas no mundo capazes de projetar integralmente satélites”, comemora Himilcon Carvalho, CTO da Visiona. Ele afirma que as imagens, por sua vez, confirmam o desempenho dos sistemas desenvolvidos, que devem equipar os próximos projetos da empresa.
O projeto, liderado pela Visiona, contou com a participação de diversas empresas e Institutos de Ciência e Tecnologia brasileiros como o Instituto SENAI de Sistemas Embarcados SENAI-SC, a OPTO Space & Defense (responsável pelo projeto e construção da câmera), a AMS Kepler, a Metalcard, a Orbital Engenharia, a Embrapii, o Instituto de Aeronáutica e Espaço da Força Aérea e o INPE.
Além disso, contribuíram no desenvolvimento a Agência Espacial Brasileira, Embrapa, CPRM, CEMADEN, UFSC, ITA, Governo de Santa Catarina, CENSIPAM, IICA, Prefeitura de São José dos Campos, Naturantins, Transpetro e o IBAMA.
Com uma rede composta por 28 institutos de inovação e mais de 60 institutos de tecnologia, o SENAI apoia a atualização tecnológica e o desenvolvimento de produtos e processos para a indústria brasileira. A rede oferece serviços de consultoria, metrologia e projetos de inovação, promovendo também parcerias com universidades, centros de pesquisa e investidores.
Em Santa Catarina, são 10 unidades, sendo três de inovação, que são referências nacionais em Processamento a Laser, Sistemas de Manufatura e Sistemas Embarcados. Os institutos de tecnologia em Alimentos e Bebidas, Cerâmica, Madeira e Mobiliário, Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, Têxtil, Vestuário e Design atendem os principais segmentos da indústria catarinense. Já os institutos Ambiental e de Excelência Operacional oferecem soluções em sustentabilidade e melhoria de processos produtivos para qualquer setor.
Por FIESC
Da Agência de Notícias da Indústria
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