O Estado de S. Paulo - 07/03/2012 |
É ECONOMISTA DA TENDÊNCIAS CONSULTORIA - O Estado de S.Paulo
Análise: Samuel Pessôa O IBGE divulgou ontem o resultado do PIB do quarto trimestre de 2011. Duas são as más notícias desse desempenho. A primeira é que apesar da redução dos últimos meses a inflação encontra-se acima da meta e nada indica que atingirá a meta ao longo de 2012. A segunda má notícia é que a indústria de transformação continua marcando passo. O crescimento desse subsetor da economia foi de -2,5% ante o trimestre anterior (no dado com ajuste sazonal), -3,1 contra o mesmo trimestre do ano anterior e crescimento de 0,1% na média de 2011 contra a média de 2010. Os mesmos números para o PIB agregado são respectivamente 0,3%, 1,4% e 2,7%. Este tem sido o padrão de crescimento da economia brasileira desde a crise de 2008. Se tomarmos como base o terceiro trimestre de 2008 o PIB cresceu 8,2% enquanto que a indústria de transformação andou para trás 5,7%! Quando olhamos a evolução do demanda agregada, tomando por base novamente o terceiro trimestre de 2008, obtemos que o consumo cresceu 15,5%. Para fazer a oferta que tem crescido menos caber dentro desta demanda é necessário absorver bens importados. De fato, novamente tomando como base o terceiro trimestre de 2008, as importações cresceram 35,1%, bem acima do crescimento de 7,0% das exportações. O desempenho muito ruim da indústria de transformação não representa um desempenho ruim da economia. Desde a crise de 2008 acentuou-se um modelo de crescimento liderado pelo consumo. Este padrão de crescimento produz baixa poupança. Dado que a economia apresenta boas perspectivas o investimento cresce e, portanto, a diferença entre a poupança doméstica e o investimento tem que ser financiada pela poupança externa. Este é o drama de nossa indústria: a baixa poupança associada à enorme vantagem comparativa na produção de bens primários valoriza o câmbio de equilíbrio e força uma redução da participação da indústria no PIB. Se serviço fosse comercializável provavelmente nós exportaríamos carros para a Coreia e importaríamos serviços educacionais. Infelizmente para a indústria de transformação e para a sorte do setor de serviços educacionais não é possível para nós comprarmos estes serviços na Coreia |
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