É Preciso Agir Rápido para Garantir a Sobrevivência da União Europeia

[Textile Industry]

Você não está cansado de ler e ouvir notícias que anunciam o estado de ruína da União Europeia e sua morte iminente? Nós estamos. A UE vai sobreviver, mas precisamos fazer algo agora.

Junto com outros ministros de assuntos estrangeiros no Grupo do Futuro da Europa, finalizamos um relatório sobre como superar a crise.
Nossas propostas são amplas. Precisamos reformar a União Econômica e Monetária, realizar uma mudança estrutural e aumentar nossa competitividade.

Protestos na Grécia

Foto 57 de 57 - 05.abr.2012 - Gregos rezam por homem de 77 anos que se suicidou com um tiro na cabeça na manhã desta quarta-feira (4), em frente ao Parlamento de Atenas. O aposentado deixou uma nota na qual afirma que sua pensão não dava para viver, depois dos muitos cortes que sofreu, e acusa o governo de traição Mais John Kolesidis/Reuters

Pedimos que as potências mais fortes no nível da UE supervisionem os orçamentos dos Estados-membro, tornando a coordenação econômica dos países mais vinculada em áreas que são chave para o crescimento e a competitividade, e estabelecendo um mecanismo de supervisão efetivo para os bancos. Também acreditamos que o Mecanismo Europeu de Estabilidade deveria se desenvolver mais além para se tornar um “Fundo Monetário Europeu”.

Embora, implementar  esses passos signifique mais poderes em nível europeu, só poderemos proceder se eles forem legitimados democraticamente. Portanto, também propomos fortalecer o Parlamento Europeu e o envolvimento dos parlamentos nacionais, criando um comitê conjunto permanente.  

A crise na eurozona vem em parte da arquitetura falha da União Econômica e Monetária. O fundador da UE, Jacques Delors, estava ciente das deficiências da UEM, mas um compromisso para além de uma política monetária única não era viável na época. Agora precisamos remediar aquele erro.

Mais de 20 mil pessoas protestam contra cortes de gastos na Alemanha

 Mais de 20 mil pessoas participaram neste sábado  de manifestação em Frankfurt, na Alemanha, contra a política de cortes de despesas sociais que vêm acontecendo em países da União Europeia. No cartaz carregado por um manifestante, os dizeres "Estado policial - não, obrigado" Mais Alex Domanski /Reuters

A disciplina orçamentária é chave para fortalecer a União Econômica e Monetária. Um mecanismo para garantir que todos os Estados- membro obedeçam às regras é essencial. Uma política fiscal forte e orçamentos equilibrados são fundamentais.

É claro, não se deve permitir que a consolidação sufoque o crescimento. O espírito de solidariedade, tão intrínseco à cultura europeia, precisa prevalecer. Estamos nisso juntos. Todos nós nos beneficiamos da União, de uma forma ou de outra. Somos os maiores doadores de ajuda a países em desenvolvimento no mundo. Vamos também nos ajudar.

Ao mesmo tempo, entretanto, precisamos atingir um equilíbrio entre solidariedade e responsabilidade. Não pode ser uma rua de mão única.
Enquanto conservamos a UEM, também é vital que a mantenhamos aberta para quem quer que queira participar.

A resposta para nosso desafio é mais Europa, e não menos – uma Europa mais competitiva, mais resistente às crises econômicas e mais unida diante dos desafios da globalização. É por isso que instituições que trabalham para o benefício de toda a Europa devem ser realçadas. Mais Europa com instituições fortes significa uma Europa com uma verdadeira área de mercado único.

Nossa prioridade precisa ser o euro, entretanto, conter a crise é nossa responsabilidade. E faremos isso. Mas além disso, nossa ambição é garantir que a Europa desempenhe um papel global que corresponda ao seu poder econômico. Recusamo-nos a permitir que a Europa seja, nas palavras do ex-ministro belga de assuntos internacionais, Mark Eyskens, “um anão político e um verme militar”.

Já estabelecemos o Serviço de Ação Externa da UE. Precisamos agora aumentar sua coerência e visibilidade. Temos também de fortalecer bastante a Segurança Comum e a Política de Defesa. Esquivar-se da responsabilidade militar simplesmente deixa a UE para escanteio.
Também estamos olhando para outras áreas de políticas.

Propomos que as fronteiras externas da área de Schengen sejam fortalecidas e melhor protegidas, criando uma polícia europeia de fronteira. Além disso, estamos buscando uma maior representatividade nas organizações internacionais. Nosso principal objetivo é dotar a União Europeia com os meios para exercer a influência política que merece.

Será necessário muito esforço para motivar os cidadãos a implementar essas reformas. O que pode ajudar é dar a eles uma perspectiva, uma visão. Eis a nossa: para a Europa se tornar uma força influente e  líder global, precisa de uma estrutura institucional forte, um sistema alinhado e eficiente de separação de poderes.

 

E também precisa de um presidente eleito diretamente para a Comissão Europeia, que nomeie pessoalmente os membros do “governo europeu”, um Parlamento Europeu com os poderes para implementar leis e uma segunda câmara para os estados membro.

Não importa o quão desanimados os cidadãos estejam com a situação econômica, eles têm orgulho de fazer parte deste projeto único chamado UE, com seu movimento livre de bens, serviços, trabalho e capital. Temos confiança no fato de que, se eles tivessem um dia que escolher, não deixariam a União se separar. Ainda defendemos a Declaração de Berlim que assinamos na ocasião do 50º aniversário dos Tratados de Roma - “Precisamos sempre renovar o formato político da Europa para acompanhar os tempos. (…) A Europa é nosso futuro comum.”

 

(Radek Sikorski é ministro das Relações Exteriores da Polônia e Guido Westerwelle é ministro das Relações Exteriores da Alemanha.)
 

Tradutor: Eloise De Vylder

Fonte:|http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/herald/2012/09/23/e-preciso-...

[clenir costa]

QUE ISTO SIRVA DE EXEMPLO PARA NÓS BRASILEIRO,Á UNIAO É FUNDAMENTAL.

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