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Economia: duas pernas mancas. Mantega e Dilma

  COMENTARIO: Nos  anos  idos ,  emque você podia  assistir  um  Flamengo e  Vasco  no  Maracanã,   com um recém nascido, um técnico  (  sempre  eles...)  perguntou  ao  genial Garrincha porque ele  não  chutava com as  duas pernas  , e Garrincha respondeu algo  como "  se  eu  chutar com  as  duas pernas  eu caio" Pois é.... O   Margarina  insiste  em  chutar  com as duas pernas  sendo, o que é pior,que  uma  das pernas    é   da   Dilma,  cuja  capacidade    foi recentemente   avaliada pela    contundente entrevista  do Lobão  no  programa Roda Viva do Lobão: inepta , incompetente  etc. etc.

Mancadas

12 de dezembro de 2013 | 21h00

Celso Ming

 

Estranho o diagnóstico do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a economia brasileira avança pouco porque padece de males em duas pernas. No caso, o que deixa o setor produtivo duplamente manco é, para o ministro, o prolongamento da crise financeira global, que derruba as encomendas externas, e a desaceleração do crédito, que reduz o consumo interno.

Há nessa afirmação do ministro certas inconsistências que não se atêm apenas à imagem usada. Um animal pode ter problemas em dois locomotores e isso não impedir seus demais movimentos. Se for uma aranha, por exemplo, duas pernas lesadas corresponderão a apenas 25% de problema. Se for uma centopeia, serão 2%. A economia brasileira não é um bípede, que se abateria se suas duas pernas estivessem fora de combate. A economia tem dezenas de pernas. A questão é que várias delas enfrentam problemas nas articulações: a inflação, os desequilíbrios na administração das contas públicas, a falta de investimentos em infraestrutura…


Mantega. Mal das pernas (FOTO: Ed Ferreira/Estadão)

Quando afirma que o PIB chinfrim se deve ao baixo consumo (prejudicado pelas fracas exportações pelo funcionamento precário do crédito), o ministro contraria as estatísticas que, ainda nesta quinta-feira, apontam para um avanço do consumo muito superior ao do PIB: 4,5% contra apenas 2,2% (veja o Confira). O problema não está no consumo, mas na baixa capacidade de oferta, a ponto de puxar excessivamente pelas importações.

Independentemente disso, apontar apenas dois problemas é de um reducionismo atroz. A crise externa, por exemplo, é menos prejudicial ao Brasil do que as próprias mazelas internas e, a rigor, não pode ser considerada uma perna da economia. Atribuir as dificuldades à crise externa é desviar as atenções de nossos próprios problemas.

É verdade que a crise externa está reduzindo as exportações de mercadorias produzidas no Brasil. Mas aí os problemas são nossos e mais profundos. Tanto são que a crise é a mesma para todas as economias e, no entanto, o desempenho do PIB brasileiro no terceiro trimestre do ano foi o pio....

O setor produtivo brasileiro opera com baixa competitividade, porque enfrenta um custo Brasil excessivo: altíssima carga tributária, infraestrutura ineficiente, uma Justiça lenta e confusa, legislação trabalhista caótica, burocracia exasperante, e por aí vai. Afora isso, o País descuidou dos acordos bilaterais de comércio. Mais de 300 acordos do tipo estão em vigor no mundo, que dão preferência às encomendas da indústria dos países signatários e alijam as do Brasil.

Também quando diz que o consumo está sendo freado pela desaceleração do crédito livre às pessoas físicas, o ministro deixa de levar em conta mancadas mais graves. Os bancos avançam mais devagar no crédito porque a inadimplência (calote) aumentou. E só aumentou porque as famílias estão excessivamente endividadas. Também aí, as causas do mal desempenho da economia não são o desinteresse dos bancos ou alguma trava do sistema financeiro interno, mas os limites físicos, digamos assim, da capacidade de consumo do brasileiro.

A todo momento, as análises esbarram nas questões estruturais de sempre. E o primeiro passo para enfrentá-las é admitir os problemas, coisa que o governo Dilma não faz ou só faz com muita dificuldade.

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