É um espanto! Em sua coluna de hoje na Folha, Marcelo Miterhof insiste em todas as falácias petistas de luta de classes, de pobres contra ricos, para concluir que o governo tem feito um ótimo trabalho para ajudar os mais pobres, e que a classe média e os pequenos empreendedores sofrem no processo com a alta de preços, especialmente no setor de serviços, mas que isso é uma “inflação do bem”. E depois propõe mais imposto, inclusive de renda, como solução para o problema do baixo crescimento.
O trabalhador de classe média vai ao mercado e sente no bolso a alta dos preços? Isso é parte do processo de “justiça social”, segundo o economista. Vai cortar o cabelo, vai no restaurante, vai ao médico, tudo subindo de preço? Mas é porque agora o pobre finalmente pode fazer essas coisas também, inclusive viajar, diz o economista do BNDES.
Não explica como vários outros países retiraram milhões da pobreza sem inflação, com medidas liberais que ele condena. Não explica como exatamente a inflação pode ser benéfica para alguém além dos governantes e seus apaniguados, os “amigos do rei” que recebem verbas públicas inflacionárias. Não explica como haverá menos inflação simplesmente por ter mais crescimento, e muito menos como terá mais crescimento.
Acha que é com mais gastos públicos, mais crédito público, ou seja, mais do mesmo, mais do veneno que nos trouxe até aqui. Insanidade é repetir tudo e esperar resultados diferentes. Pessoas inteligentes aprendem por observação, os medíocres aprendem apanhando na própria pele, e os muito limitados não aprendem jamais.
Não bastaram os erros do passado, ou os recentes de nossos vizinhos. Esses economistas desenvolvimentistas vão mesmo tentar destruir o Brasil para provar que estão “certos”. Não estão! Longe disso. Adotam uma ideologia completamente fracassada, depositam no estado um papel preponderante como locomotiva do progresso, e não entendem como a economia funciona de verdade.
Não perderia meu precioso tempo se fosse apenas mais um economista com sérias limitações escrevendo besteiras por aí. Mas não é. É um economista do BNDES, justamente um dos principais instrumentos dessa política equivocada que tem prejudicado tanto nossa economia, escrevendo no maior jornal do país. Assim fica difícil refutar Roberto Campos, quando disse jocosamente que não corremos o menor risco de dar certo…
Rodrigo Constantino
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