Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Em Santa Catarina, Mulheres Recebem Um Terço a Menos do Que os Homens

As jovens que entraram no mercado de trabalho em 2011 ganharam cerca de R$ 75 a menos.

As mulheres representam no Estado de Santa Catarina pouco mais da metade da população total. No entanto, em se tratando das condições relacionadas ao mundo do trabalho, as mulheres apresentam significativas diferenças quando em comparação ao gênero masculino.

Mas o mercado de trabalho nacional e internacional vem apresentando mudanças em sua estrutura, principalmente nas últimas décadas com o crescimento contínuo da participação feminina no mercado de trabalho.

Uma pesquisa elaborada pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação apresenta informações sobre gênero e trabalho das mulheres catarinenses. O cruzamento de dados do Censo e do PNAD/IBGE apontam que a taxa de participação do mercado de trabalho em Santa Catarina foi registrada em 67,4% no ano de 2009 enquanto a média nacional a taxa ficou em 62,1%.

Os fatores que ajudou muito para a elevação de mulheres no mercado são: a elevação da escolaridade feminina, a mudança no perfil demográfico relacionado à redução no número de filhos, a expectativa de uma maior autonomia por parte da mulher e uma maior necessidade ou disponibilidade em contribuir para a manutenção ou elevação da renda familiar.

A diferença entre homens e mulheres quanto à formalização dos postos de trabalho vem sendo expressivamente diminuída ao longo dos anos. Em Santa Catarina, foi de 16,4% no início do período avaliado (1992) e atingiu 3,4% em 2009. Para esse ano, enquanto entre os homens a taxa de formalidade assumiu 71,1% dos ocupados, entre as mulheres a participação de contribuintes atingiu a marca de 67,7% da mão-de-obra ocupada.

Tarefas domésticas

A participação inferior das mulheres no mercado de trabalho ‘convencional',quando comparado ao contingente masculino, é ainda fortemente motivada por fatores lastreados na cultura.

O conceito convencional de trabalho não abrange, por exemplo, um conjunto de atividades relacionado aos afazeres domésticos que são tradicionalmente realizados pelas mulheres, distribuídos segundo uma divisão do trabalho social marcada pelo atributo sexual.
Apesar de não contabilizas monetariamente, tais atividades possuem uma importância significativa porque estão relacionadas à função de reprodução da vida social e da força de trabalho, inclusive do nível de qualidade desta.

Remuneração

O levantamento mostrou que o nível de rendimento médio real (dezembro de 2011) em Santa Catarina apresentou uma oscilação no período entre 1992-2009. No ano seguinte a implantação do Plano Real, o rendimento médio dos ocupados foi de R$ 1.434, acima do prevalecente no início do período (R$ 1.094).

A diferença no rendimento médio mensal das mulheres frente aos homens em Santa Catarina sofreu uma queda entre 1992 e 2009. No início da década de 1990, a diferença aumentou de 39,7% em 1992 para expressivos 48,2% no ano seguinte.
No entanto, em 2007 e 2008 foram os anos onde o rendimento médio feminino mais se aproximaram do masculino, dentro da série histórica destacada (1992 a 2009), quando então em 2009, a diferença se elevou novamente para 36,4%.

Em Santa Catarina se verifica uma elevada desigualdade no rendimento médio mensal, com as mulheres recebendo mais de um terço a menos do que os homens, valor superior ao verificado para o Brasil em 2009 (29,2%).

Além disso, a proporção das ocupadas que não recebiam nenhuma remuneração caiu. Essa população, no caso de Santa Catarina, está principalmente relacionada com a existência de trabalhadores rurais ligados às propriedades familiares. Mais de um terço das mulheres não possuíam rendimentos em 1992 e, dezessete anos depois, esse valor caiu para 14%. Para os homens, no mesmo período, somente 12% não possuíam rendimentos e passaram em 2009 para 6%.

Trabalho formal

O aumento de postos de trabalho formais em Santa Catarina se deve, em muito, ao maior dinamismo do emprego feminino. Enquanto que em 1985 apenas 33% dos empregos formais eram ocupados por elas, em 2001 tal proporção chega a 38,3%, e em 2011, assume 44%.

Os anos de 2010 e 2011 são marcados por uma dinâmica distinta na geração de vagas com carteira de trabalho assinada Em 2010, houve um crescimento de 7,7% no número de trabalhadores celetistas no Estado, sendo que as mulheres (9%) tiveram um desempenho superior ao dos homens (6,8 %).
Em 2011, com a mudança do cenário econômico, dessa vez, em virtude de políticas econômicas contracionistas e da emergência de um novo momento da crise econômica internacional, a geração de empregos sofreu uma desaceleração.

Foram gerados em Santa Catarina mais de 75 mil empregos, o que representa um crescimento de 4,3% no número total de trabalhadores formais. Apesar da desaceleração ter afetado tanto homens quanto mulheres, essas tiveram novamente um resultado mais positivo, com 5,1% de expansão anual. O percentual de admissões por primeiro emprego, de trabalhadores que nunca possuíram emprego formal anteriormente, foi de 15%.

Setores econômicos

A desaceleração do emprego formal no período de 2010 - 2011 atingiu os setores econômicos de maneira distinta. Sem dúvida, o setor que teve o pior resultado, diante do seu peso ocupacional, foi o Industrial. Alguns ramos da Indústria presenciaram inclusive um saldo líquido de vagas negativo, o que levou a uma contração no estoque total de trabalhadores, como foi o caso da indústria da madeira e mobiliário (-0,9%), indústria têxtil do vestuário (-2%) e indústria de calçados (-8,2%).

Apesar disso, praticamente em todos os tipos de atividades as mulheres tiveram taxa de crescimento superior ao dos homens, na comparação 2010/2011, exceção feita à indústria de produtos alimentícios e transportes e comunicações. O exemplo essa hipótese pode vir da Construção Civil, onde em 2011 se assistiu a um crescimento de mais de 17% no número de trabalhadoras contratadas, bem acima dos 8,9% dos homens.

De modo geral, como resultado consolidado de 2011, as mulheres se concentraram, sobretudo nos setores de serviços, com 37%; somente no ramo de serviços de alojamento e alimentação, em 2011, mais de 13% das trabalhadoras formais estavam alocadas no setor A Indústria vem logo em seguida, com 33,2% das trabalhadoras catarinenses, destaque para a indústria têxtil (14,3%).

Rendimento Médio menor

Em 2010, as mulheres catarinenses que entravam no mercado de trabalho ganhavam, em média, R$ 796,20 e, um ano depois, tal valor passou a R$ 819,68. Apesar do ganho real de 2,9%, a diferença em relação aos homens se ampliou, uma vez que os homens, que já tinham um patamar médio superior, tiveram um ganho real no intervalo de 3,8%.

Além disso, essa diferença se faz presente em termos regionais, uma vez que todas as mesorregiões do Estado apresentaram a mesma tendência, com exceção da região Oeste, onde o crescimento das mulheres (5,9%) foi superior ao dos homens.

Com isso, apesar da melhora em relação a 2010, mais de 73% das mulheres ao iniciar seus vínculos empregatícios recebiam até 1,5 salários mínimos em 2011. A situação se torna pior tendo em vista que há uma alta incidência de rotatividade no mercado de trabalho, o que faz com que as mulheres, após terem adquirido um maior patamar de rendimento no seu emprego, tenham que iniciar o seu novo vínculo em patamar dado pelo salário de admissão.

As jovens que entraram no mercado de trabalho em 2011, que, como vimos, foram expressivas no contexto, o fizeram com salário de admissão muito baixo, em torno de R$ 790, menor do que o salário de admissão masculino (R$ 865,79).

Contudo, isso não é exclusivo dos jovens. Na questão da idade, em todas as faixas as mulheres ao entrarem nos vínculos receberam em média menos do que os homens nas mesmas faixas etárias. Além disso, em 2011 o crescimento do salário médio real foi menor para elas, exceção feita à faixa de 65 anos ou mais.

As mulheres também recebem menos do que os homens em todas as faixas de escolaridade. Chama atenção o fato de que os salários para os homens que possuem ensino médio completo, os quais já recebem salários de contratação em média acima do recebido pelas mulheres, mais do que dobra (proporção de 2,37) quando os ingressantes possuem ensino superior completo (de R$ 929,25 para R$ 2.272,06). Para os salários das mulheres nessas mesmas faixas de escolaridade, o salário não chega a dobrar (1,85%).

Fonte:|http://www.economiasc.com.br/index.php?cmd=financas-pessoais&id...

Exibições: 78

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço