Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Empresas Americanas Avaliam as Vantagens de Repatriar a Produção

Treze dias antes do seu discurso sobre o estado da União, o presidente Barack Obama realizou uma reunião na Casa Branca para discutir como levar de volta para casa postos de trabalho transferidos para o exterior. Entre os 25 participantes estava Harry Moser, ex-presidente da fabricante de ferramentas e maquinário GF AgieCharmilles e fundador da Reshoring Initiative, um grupo de empresas e associações de classe que tentam repatriar vagas industriais para os Estados Unidos.

Quando perguntado pelo presidente quais são os custos que as indústrias normalmente ignoram quando tomam decisões sobre onde fabricar os produtos, Moser mencionou o custo total de propriedade. Isso inclui fatores como o risco sobre a propriedade intelectual, o custo e o tempo de viagem para visitar fornecedores distantes e o impacto negativo de separar o pessoal da produção do pessoal de engenharia na sede.

Usando dados de dez empresas industriais que comparavam os custos de produtos e componentes produzidos nos Estados Unidos aos fabricados na China, Moser disse a Obama que, em termos de preço, os dos Estados Unidos estavam, em média, 108% mais altos. Quando Moser analisou o custo total de propriedade, que inclui 28 fatores adicionais, o dos EUA se revelou, em média, 12% mais alto. Em seis casos, o custo total nos EUA era 22%, em média, mais baixo do que na China. "Os Estados Unidos são muito mais competitivos do que muitas pessoas percebem", diz ele. "Nos últimos anos, as empresas embarcaram na tendência da transferência da produção sem pensar muito bem nos custos."

As empresas industriais como a Caterpillar, a Ford e a General Electric, estão começando a repatriar parte da produção para os Estados Unidos, embora ainda em escala muito pequena. Os dois fatores que levaram as empresas ao exterior, combustível e mão de obra baratos, não favorecem mais empreendimentos longínquos. O preço médio de um barril de petróleo migrou de US$ 22,81 em 2002 para US$ 87,48 no ano passado, portanto o preço de remeter produtos acabados saltou. Os salários na China subiram 15% ao ano nesse período.

Medido em comparação com mais de 20 outras moedas, o dólar recuou 23% desde seu pico de 2002. Em decorrência disso, o custo da mão de obra industrial, em dólar, caiu 11% nos Estados Unidos de 2002 a 2010, segundo o Departamento de Estatística do Trabalho. O gás natural de baixo custo dos Estados Unidos é particularmente atraente para os setores de metalurgia e produtos químicos, especialmente desde que os preços do gás natural na China mais do que dobraram, segundo pesquisa da Jefferies Global Energy Team.

Na medida em que as empresas avançaram na redução de estoques e na adoção de entregas just-in-time, as cadeias de abastecimento que circundam o mundo começaram a parecer um peso. A fragilidade das cadeias de abastecimento mundiais saltou à vista mais do que nunca no ano passado, quando o tsunami no Japão e as enchentes na Tailândia causaram graves transtornos à produção das empresas.

Uma sondagem entre 150 companhias de transporte marítimo realizada pela empresa de pesquisa em transportes Wolfe Trahan mostrou uma mudança drástica ao longo do ano passado do modo de pensar de seus clientes. Entre as empresas que pretendiam transferir seus locais de produção, as que estudavam aumentar a migração para a China tinham caído para 9% em outubro, em relação aos 18% de abril de 2011. As que previam levar de volta a produção para os Estados Unidos tinham aumentado para 21%, em relação aos 10% anteriores.

Analistas de cadeia de abastecimento da empresa de pesquisa Gartner previram recentemente que até 2014 a fabricação de 20% dos produtos atualmente manufaturados na Ásia e destinados aos consumidores americanos será deslocada para as Américas. Em recente estudo da Accenture intitulado "A Mudança Secreta da Produção Industrial", 61% das 287 empresas industriais consultadas disseram estar estudando mudar as operações para locais mais próximos dos consumidores.

Não se deve prever uma febre de contratações nos Estados Unidos com a volta de algumas fábricas. "Trata-se de uma melhora mínima, não de um movimento devastador", diz Daniel J. Meckstroth, economista-chefe da Manufacturers Alliance for Productivity & Innovation, uma empresa de pesquisa em política pública e economia.

O nível de emprego da indústria americana alcançou seu pico em 1979, com cerca de 20 milhões de postos de trabalho, e está em 11,5 milhões de vagas atualmente. Nos últimos 15 anos, a produtividade da indústria americana aumentou cerca de 4% ao ano, enquanto a economia cresceu, em média, 3%. "Se a produção industrial cresceu com a mesma velocidade que a economia, a matemática diz, logo de cara, que não é necessário abrir um só posto de trabalho novo", diz Meckstroth.

Fonte:|http://www.valor.com.br/impresso/internacional/empresas-americanas-...

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Comentário de adalberto oliveira martins filho em 8 fevereiro 2012 às 23:00

enquanto na terra do faz de conta....e mil e uma noites......nada fazemos!!!!minha revolta é muito granbde!!!! e WAUMY SILVA...desculpe mas ABIT ??????esta redondamente enganado meu amigo!!!!! se fala uma coisa mas o foco é outro!!!!! a cada dia a ABIT se torna uma entidade desprezivel!!!! por favor, analise e veja o que realmente acontece!!! são lobos em pele de ovelhas!!!! e muitos daqui sabem ao que me refiro....a ABIT nao tem interesse em brecar importaçoes !!!!exceto confecçoes!!! e olhe lá....da mesma forma a ABITYEX  ( ja postei aqui a palavra do presidente Jonatas Schith ) ....que para mim são simplesmente imorais!!!!!  por puro bom senso, infelizmente vcs chegarão a esta conclusão tb!!!! pesquisem caros colegas!!! e politicos???? zeca dirceu e outros??? esqueçam!!!! é um movimento apenas para ""aparecer na fita"" , para dar ""ibope"" ; para ganhar votos!!!!!

adalberto 19 9726 1359

Comentário de Waumy Silva em 8 fevereiro 2012 às 14:27

Muito bom artigo. Mostra a preocupação do governo Americano, e dos grandes empresários com a manutenção do emprego nos Estados Unidos e principalmente do seu repatriamento. No Brasil há anos que as entidades de classe principalmente a ABIT, vem alertando para o problema sem nenhuma solução ou ajuda governamentsal. Ainda dá tempo, estamos falando em manter e não REPTRIAR,. Acorda Brasil

Comentário de Julio Caetano H. B. C. em 8 fevereiro 2012 às 11:51

Excelente matéria para reflexão. Um navio cargueiro da China para o Brasil gasta 65 dias de viagem.

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