Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|valoronline.com.br|


Preço da estampa digital caiu e a grife Tigresse já abandonou o método tradicional
A estamparia digital, um dos segmentos mais promissores do mundo da moda, está ficando mais popular. Ainda não alcançou o mercado fast-fashion, mas, ao que tudo indica, isso é só uma questão de tempo. A cada nova temporada, mais grifes estão adotando o novo processo, que, segundo especialistas, deverá substituir a forma tradicional de se estampar tecidos, em rotativas.

Prevê-se o mesmo fenômeno que ocorreu com a fotografia, onde a tecnologia digital mudou os hábitos dos consumidores e o modelo de negócios de fabricantes de máquinas e de varejistas.

O método digital de estampar tecidos ainda é mais caro do que o tradicional, mas já há empresários brasileiros adotando-o. Com 20 anos de mercado, a Malhas Artec, do grupo Adar Tecidos, investiu US$ 600 mil em máquinas para, a partir do segundo semestre, oferecer estampas digitais em suas malhas. A Artec, que produz 650 toneladas de malhas por mês, detectou aumento de demanda e prepara-se para atender grifes mais sofisticadas e grandes magazines.

"O grande diferencial está na possibilidade de fazer estampas exclusivas para cada cliente", diz Paulo Cardim, diretor comercial da Artec. Outra vantagem é a produtividade. No processo de estamparia por rotativas, perde-se cerca de 50 metros de tecido no início do processo, quando a máquina ainda está "esquentando". No digital, as perdas são inexistentes, diz ele, e pode-se imprimir quantidades muito pequenas de tecido - com apenas um metro.

A estamparia tradicional é feita em máquinas com rotativas. Cada cilindro é carregado com uma cor - e as máquinas têm até oito cilindros (o que significa que o desenho escolhido para decorar o pano terá esse número máximo de cores). O tecido vai sendo estampado ao passar pelos cilindros. "Essa operação só é viável se a quantidade de tecido a estampar for superior a 500 metros", diz Cardim. "Do contrário, ela dá prejuízo."

A estampa digital é "impressa" sobre o tecido, como ocorre com o papel nas impressoras domésticas. "Os desenhos ficam muito mais nítidos e pode-se usar, no mínimo, 16 cores", diz Cardim.

Há quatro anos, quando as primeiras máquinas começaram a chegar ao Brasil, o processo digital custava vinte vezes mais que o tradicional, segundo Cardim. Hoje, essa diferença baixou para uma vez e meia. O custo, em média, é de R$ 15 por metro de tecido, diz ele.

De origem italiana e com oito meses de atuação no mercado nacional, o grupo têxtil Miroglio aposta que a concorrência fará o preço da estamparia digital baixar. "Esse processo é o futuro. Quando tiver um custo mais acessível, ele vai dominar e acabar com os tradicionais", diz Giovanni Barroero, diretor da Miroglio do Brasil Têxtil. Segundo ele, a vantagem de poder produzir pequenas tiragens é imbatível. Em São Paulo, além de um showroom, a Miroglio tem uma fábrica de amostras com três impressoras digitais vindas da Itália.

A empresa tem estrutura capaz de desenvolver, em apenas 48 horas, a amostra da estampa no tecido escolhido pelo cliente, para futura produção na Itália. No Brasil, a Miroglio tem, entre os clientes, as grifes M.Officer, Redley, Morena Rosa e Mob. O escritório no Brasil atende toda a América Latina. Entre os maiores grupos têxteis da Europa, o Miroglio divide-se entre a Miroglio Textile e a Miroglio Fashion. O grupo tem sede em Alba (Itália) e atua em mais de 50 países. A receita é de € 930 milhões. Entre os seus clientes, estão Zara, Benetton e H&M.

Com 26 anos de atuação e 53 lojas no Brasil, a grife feminina Folic, do Rio de Janeiro, utilizou estampas digitais em sua coleção de inverno 2011, inspirada na princesa de Mônaco, Grace Kelly. As peças receberam um desenho abstrato e rico em cores. De tão vivo, o desenho parece ter relevo. "Compramos o desenho de um bureau estrangeiro e ainda fizemos modificações aqui. Ou seja: ninguém mais terá um igual", diz Talita Romano, coordenadora de estilo da Folic. O custo, no entanto, ainda assusta, o que faz com que a grife ainda se utilize muito mais do método tradicional para decorar seus tecidos.

Tigresse, marca de roupa feminina fundada em São Paulo há sete anos, aboliu a estamparia tradicional em suas roupas - a maior parte feita de seda - para adotar de vez o método digital. "De dois anos pra cá, o custo desse processo caiu 50%", justifica Fábio Inoue, diretor criativo da marca.

Com foco no público A, a Tigresse optou por ter uma variedade maior de estampas, a cada coleção. Dessa forma, a repetição é pequena, o que minimiza as chances de suas clientes encontrarem "clones" por aí. "Era inviável estampar pequenas quantidades de tecido pelo meio tradicional, com rotativas", diz Inoue. A grife tem lojas no bairro dos Jardins e no shopping Cidade Jardim, em São Paulo, e distribui suas criações em cerca de 100 multimarcas no país.

No exterior, uma das precursoras no uso da estamparia digital, é a grife inglesa Basso & Brooke , que apresentou sua mais recente coleção de inverno esta semana, durante a London Fashion Week. A grife ficou conhecida pelas padronagens cheias de cores e personalidade e tem entre os estilistas o brasileiro Bruno Basso. A opção pela estampa digital já virou uma marca da empresa inglesa.

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Comentário de Bruno E Nascimento em 1 março 2011 às 23:03
Concordo com o Carlos cores e tons trabalhei na COTEMINAS por 7 anos duas das maquinas possuíam 14 cores da ZIMMER, quanto a guia seria muito ingênuo da parte da empresa nao usa-la esta historia de desperdício é para empresas sem padrao e sem controle de qualidade.
Obs: O primeiros relatos sobre as tecnicas de estamparia foram do seculo XVII e muita coisa mudou desde entao ( para melhor ). Dizer que este processo vai subistituir as rotativas seria muito precipitado por parte desta materia. Nao vi nenhum numero concreto que confirme isso, essa materia ta mais pra um vendedor que quer vender seu produdo e da pior forma..........
Comentário de Carlos-Cores e Tons em 25 fevereiro 2011 às 17:48
E mais, os 50m que se perdem enquanto a máquina está "esquentando" Sr. Paulo Cardim, também nao é verdade, de onde o Sr. tirou essa informação? Utilisamos panos guia, adquiridos por minha empresa e nao estragando o tecido do cliente, portanto, mais um ponto não verdadeiro, sugiro mais ética profissional, pois nao se desenvolve um trabalho em qualquer mercado, desfazendo o trabalho dos outros. Abraço a todos, Carlos.
Comentário de Carlos-Cores e Tons em 25 fevereiro 2011 às 17:41
Boa Tarde pessoal! Realmente a estamparia digital esta em grande expansão a nível mundial, porem existem alguns pontos na reportagem acima, que nao condizem com a verdade. As estamparias rotativas podem trabalhar com um maior numero de cores, do que apenas 8 conforme cita na reportagem Sr. Paulo Cardim(melhor o Sr. se informar melhor), por exemplo minha empresa tem uma máquina de 10 cores e existem no mercado maquinas com até 14 cores. Segundo ponto, é a baixa produtividade dessas máquinas digitais e o alto custo do processo, terceiro ponto é o preço do processo, que fica uma vez e meia o preço da rotativa, isso acontece se estampado em baixissima resoluçao e em reativo, pois em pigmento ou em reativo com alta resoluçao o custo fica 5 ou 6x mais caro do que na rotativa. O preço das máquinas também não é muito atrativo, bem como assistencia técnica e a necessidade de um artefinalista para alimentá-la com desenhos. Sei que este site serve para informar as pessoas do ramo sobre tudo que se refere ao têxtil, porem tem que tomar cuidado para nao ser imparcial, e tratar de assuntos com VERDADE, coloco esse comentario, pq tenho uma estamparia rotativa, em breve terei digital, porém nao posso concordar e nao são verdadeiros alguns pontos colocados nessa reportagem. Estou a disposição para tirar qualquer dúvida que qualquer pessoa possa ter sobre o ramo de estamparia rotativa. Se caso quiserem fazer uma reportagem sobre estamparia rotativa estou a disposição, porem podem ter certeza de que nao faltarei com a verdade e com a realidade, seja por falta de informação ou para benefício próprio. Muito Obrigado!!! 

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