Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Estudo calcula que 11 mil pontes no país podem ter acidentes como o do Rio Tocantins

Estudo calcula que 11 mil pontes no país podem ter acidentes ...

A queda da Ponte Juscelino Kubitschek no Rio Tocantins em dezembro, deixando 14 mortos e três desaparecidos, acendeu um alerta do risco de novos acidentes, até pela falta do conhecimento do estado destas construções no país. Segundo os dados oficiais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), há atualmente 736 pontes em grau crítico ou ruim no Brasil. Mas um estudo feito para empresas que atuam na construção e manutenção destas estruturas estima que este número seja 14 vezes maior, com mais de 11 mil pontes em situação igualmente precária.

A projeção faz parte do Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras, feito a partir de análise de dados do Dnit, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O levantamento calcula que também há 42 mil pontes com mais de meio século de existência, que exigem mais cuidados de manutenção.

As projeções do estudo são baseadas nas estatísticas que mostram a falta de acompanhamento da situação destas estruturas. Das 113.168 pontes brasileiras, somente 12.142 sofreram alguma inspeção, segundo as informações dos três órgãos oficiais. Apenas nessas inspeções, 1.039 foram consideradas em situação crítica ou ruim. Além disso, pelos registros oficiais, há ao menos 5,5 mil pontes com mais de 50 anos. Mas o panorama real é mais grave, alerta Ademir Santos, professor aposentado de Pontes e Estruturas de Concreto da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e um dos três especialistas responsáveis pelo estudo, apresentado em outubro no 65º Congresso Brasileiro do Concreto:

— Desconhecemos a realidade sobre mais de 100 mil pontes no Brasil. Não imagino que estejam em situações melhores que as inspecionadas. A maioria (das desconhecidas) é de gestão municipal ou estadual.

A ausência de dados e de fiscalizações regulares faz com que as falhas nas construções sejam descobertas tarde demais, como no caso do Rio Tocantins, ou perto disso. Na segunda-feira, o Dnit interditou a Ponte dos Índios, no Rio Pindaré, no km 251 da BR-361, principal ligação do Norte com o Nordeste do país, entre Santa Inês e Bom Jardim, no Maranhão. A interdição foi determinada após indígenas da Terra Pindaré constatarem que embaixo do vão central há uma corrosão que fez parte da estrutura cair.

O Dnit discute reestruturar o seu Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas, que prevê a renovação de pontes. Há uma estimativa de investimento de R$ 5,83 bilhões em 816 obras em condições ruins ou críticas. Mas o departamento disse que ainda não recebeu resposta da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias, da Associação Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva de Infraestrutura de Transportes e de construtoras sobre a possibilidade de atender à demanda.

O estudo apresentado no Congresso do Concreto embasou o Manifesto pela Segurança e Manutenção das Pontes Brasileiras, publicado no dia 22 por sete associações nacionais de engenharia e infraestrutura. Entre as recomendações feitas, há um plano de reabilitação das estruturas e uma previsão orçamentária para manutenção e reabilitação das pontes de R$ 38 bilhões por ano.

— A situação atual é de mortes anunciadas — afirma Ricardo Borges Kerr, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, que acrescenta a necessidade de atualizar a capacidade de cargas que trafegam sobre as pontes. — Muitas obras antigas foram feitas com teste para tráfego de 36 toneladas. Hoje em dia, as simulações de novos projetos já consideram 45 toneladas.

Sem planejamento

Para Rafael Timerman, vice-presidente da Associação Brasileira de Patologia das Construções, o principal problema é a ausência de planejamento detalhado:

— O Dnit faz inspeções periódicas, mas hoje nem sabemos o estado geral das obras.

O Dnit adota regras, como uma da Associação Brasileira das Normas Técnicas, para guiar suas inspeções. Mas o presidente da ABNT, Mario Esper, diz que na prática ela não é bem cumprida.

— Temos a norma, mas a execução depende das agências de controle — explica. — A primeira etapa é avaliar o estado das pontes mais antigas. A ponte nunca cai de repente, sempre “avisa”

Panorama das Pontes Brasileiras

Fiscalização

O estudo apontou que das 113.168 pontes nas estradas brasileiras, apenas 12.142 possuíam registro de inspeção e 14.874 estejam inventariadas.

Precariedade

Segundo o Dnit, 736 pontes, de madeira ou de concreto, estão em grau crítico ou ruim na rede de estradas brasileiras. Mas o estudo estima que este número seja de 11 mil.

Idade

O estudo identificou 5,5 mil pontes com mais de 50 anos, que necessitam mais manutenção. Mas a estimativa é que ao todo haja 42 mil.

Custo

Um programa do Dnit para estruturas como pontes prevê investimento de R$ 5,83 bilhões em 816 obras.

Notícia veiculado do, O Globo:

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/03/05/estudo-calcula-q...

A queda da Ponte Juscelino Kubitschek no Rio Tocantins em dezembro, deixando 14 mortos e três desaparecidos, acendeu um alerta do risco de novos acidentes, até pela falta do conhecimento do estado destas construções no país. Segundo os dados oficiais do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), há atualmente 736 pontes em grau crítico ou ruim no Brasil. Mas um estudo feito para empresas que atuam na construção e manutenção destas estruturas estima que este número seja 14 vezes maior, com mais de 11 mil pontes em situação igualmente precária.

A projeção faz parte do Panorama Geral das Pontes Rodoviárias Brasileiras, feito a partir de análise de dados do Dnit, da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp). O levantamento calcula que também há 42 mil pontes com mais de meio século de existência, que exigem mais cuidados de manutenção.

As projeções do estudo são baseadas nas estatísticas que mostram a falta de acompanhamento da situação destas estruturas. Das 113.168 pontes brasileiras, somente 12.142 sofreram alguma inspeção, segundo as informações dos três órgãos oficiais. Apenas nessas inspeções, 1.039 foram consideradas em situação crítica ou ruim. Além disso, pelos registros oficiais, há ao menos 5,5 mil pontes com mais de 50 anos. Mas o panorama real é mais grave, alerta Ademir Santos, professor aposentado de Pontes e Estruturas de Concreto da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e um dos três especialistas responsáveis pelo estudo, apresentado em outubro no 65º Congresso Brasileiro do Concreto:

— Desconhecemos a realidade sobre mais de 100 mil pontes no Brasil. Não imagino que estejam em situações melhores que as inspecionadas. A maioria (das desconhecidas) é de gestão municipal ou estadual.

A ausência de dados e de fiscalizações regulares faz com que as falhas nas construções sejam descobertas tarde demais, como no caso do Rio Tocantins, ou perto disso. Na segunda-feira, o Dnit interditou a Ponte dos Índios, no Rio Pindaré, no km 251 da BR-361, principal ligação do Norte com o Nordeste do país, entre Santa Inês e Bom Jardim, no Maranhão. A interdição foi determinada após indígenas da Terra Pindaré constatarem que embaixo do vão central há uma corrosão que fez parte da estrutura cair.

O Dnit discute reestruturar o seu Programa de Manutenção e Reabilitação de Estruturas, que prevê a renovação de pontes. Há uma estimativa de investimento de R$ 5,83 bilhões em 816 obras em condições ruins ou críticas. Mas o departamento disse que ainda não recebeu resposta da Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias, da Associação Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva de Infraestrutura de Transportes e de construtoras sobre a possibilidade de atender à demanda.

O estudo apresentado no Congresso do Concreto embasou o Manifesto pela Segurança e Manutenção das Pontes Brasileiras, publicado no dia 22 por sete associações nacionais de engenharia e infraestrutura. Entre as recomendações feitas, há um plano de reabilitação das estruturas e uma previsão orçamentária para manutenção e reabilitação das pontes de R$ 38 bilhões por ano.

— A situação atual é de mortes anunciadas — afirma Ricardo Borges Kerr, presidente da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, que acrescenta a necessidade de atualizar a capacidade de cargas que trafegam sobre as pontes. — Muitas obras antigas foram feitas com teste para tráfego de 36 toneladas. Hoje em dia, as simulações de novos projetos já consideram 45 toneladas.

Sem planejamento

Para Rafael Timerman, vice-presidente da Associação Brasileira de Patologia das Construções, o principal problema é a ausência de planejamento detalhado:

— O Dnit faz inspeções periódicas, mas hoje nem sabemos o estado geral das obras.

O Dnit adota regras, como uma da Associação Brasileira das Normas Técnicas, para guiar suas inspeções. Mas o presidente da ABNT, Mario Esper, diz que na prática ela não é bem cumprida.

— Temos a norma, mas a execução depende das agências de controle — explica. — A primeira etapa é avaliar o estado das pontes mais antigas. A ponte nunca cai de repente, sempre “avisa”

Panorama das Pontes Brasileiras

Fiscalização

O estudo apontou que das 113.168 pontes nas estradas brasileiras, apenas 12.142 possuíam registro de inspeção e 14.874 estejam inventariadas.

Precariedade

Segundo o Dnit, 736 pontes, de madeira ou de concreto, estão em grau crítico ou ruim na rede de estradas brasileiras. Mas o estudo estima que este número seja de 11 mil.

Idade

O estudo identificou 5,5 mil pontes com mais de 50 anos, que necessitam mais manutenção. Mas a estimativa é que ao todo haja 42 mil.

Custo

Um programa do Dnit para estruturas como pontes prevê investimento de R$ 5,83 bilhões em 816 obras.

Notícia veiculado do, O Globo:

https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2025/03/05/estudo-calcula-q...

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