As exportações dessa categoria mantiveram patamar alto em 2023 mesmo com a redução do valor total exportado na comparação com o ano anterior. Esse resultado foi parcialmente motivado pela acomodação inicial dos choques externos causados pela pandemia de Covid-19 e do conflito na Ucrânia, que levaram ao forte aumento nos preços dos produtos exportados e impulsionaram o recorde registrado em 2022. O resultado do setor no ano passado pode ser relacionado também à desaceleração da economia mundial e à redução de 1,7% na demanda interna por esses bens.

O desempenho recorde não reverteu a tendência de queda na participação da indústria de transformação na pauta exportadora, que voltou a diminuir em 2023, com redução de 54,3% para 52,2% em relação a 2022. Isso porque a composição das exportações brasileiras segue em processo de comoditização, quando cresce regularmente a concentração de bens primários na pauta exportadora.

Para a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri, embora o valor registrado de exportações da indústria seja importante, a presença do setor produtivo nas exportações ainda é um desafio que tem de ser enfrentado. Exportar bens de maior complexidade traz melhores resultados para a economia.
“O aumento do valor das exportações industriais é, sem dúvidas, um sinal positivo. Contudo, para promover impactos positivos na cadeia produtiva e na economia brasileira, precisamos aumentar a participação da indústria na pauta exportadora, diversificar os fluxos comerciais e aumentar o valor agregado das exportações de bens”, afirma Negri.
América Latina lidera importação de bens da indústria de transformação de maior valor agregado
As exportações brasileiras para países da América Latina, incluindo o bloco Mercosul, de bens de consumo duráveis e de capital somaram US$ 12,2 bilhões, representando mais da metade da pauta exportadora (50,9%) em 2023. A América Latina, os Estados Unidos e a União Europeia, em conjunto, responderam por 82,3% das exportações da indústria de transformação brasileiras desses bens de consumo.
Considerando as exportações da indústria de transformação de bens de consumo duráveis e de capital, os Estados Unidos continuam como principal destino das vendas externas desses bens, com US$ 5,9 bilhões em 2023, enquanto o Mercosul passou a ocupar a segunda posição ao ultrapassar a União Europeia. No recorte por valor agregado, as vendas externas para o bloco sul-americano somaram US$ 4,5 bilhões no ano passado. No mesmo período, as exportações dos bens para a China foram de apenas somente US$ 386,7 milhões.
A diversificação das exportações de bens da indústria de transformação por destinos, especialmente de bens de consumo duráveis e bens de capital, também é importante para reduzir a vulnerabilidade do fluxo comercial a impactos externos
Mapa Estratégico da Indústria aponta prioridades para aumentar competitividade no comércio internacional
Fortalecer a competitividade da indústria no comércio internacional passa pela implementação do Mapa Estratégico da Indústria, que destaca fatores-chaves e temas prioritários para o desenvolvimento e crescimento do setor. No fator-chave de comércio e integração internacional, são listadas prioridades relacionadas à agenda de aumento da competitividade do comércio exterior brasileiro, à eliminação de barreiras comerciais, à celebração de acordos internacionais e às condições de comércio justo.
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