Colegiado instituído pela CNI realizou nesta terça-feira (5) a primeira reunião do ano para contribuir com políticas de diversidade e liderança feminina na indústria.
Promover a diversidade, estimular a inserção de mulheres em postos de gestão e liderança, ampliar a representatividade feminina na estrutura do Sistema Indústria e estabelecer uma rede de colaboração para indústrias lideradas por mulheres. Com esses objetivos, o Fórum Industrial da Mulher Empresária realizou sua primeira reunião do ano nesta terça-feira (5), em Brasília.
O colegiado é formado por 27 conselheiras que representam empresas, federações de indústrias, associações setoriais e redes, conselhos e câmaras empresariais de mulheres. Juntas, elas vão atuar para propor estratégias, ações e recomendações para acelerar o movimento pela paridade de gênero no país e dentro das indústrias.
Veja a composição:
A presidente do Fórum e diretora-executiva do Grupo Bandeirantes, Mônica Monteiro, destaca que a atuação do grupo instituído pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) vai contribuir com ações concretas para que o país avance com mais rapidez em direção à igualdade de gênero.
“A gente tem muito trabalho para fazer e, se não fizermos uma pela outra, não vamos conseguir mudar esse cenário, melhorando cargos, salários e criando mais oportunidades para as mulheres”, disse.
Divulgado durante a reunião, levantamento do Observatório Nacional da Indústria da CNI mostra que, nos últimos 10 anos, no Brasil, as mulheres, progressivamente, alcançaram salários mais próximos aos dos homens, mas a evolução ainda é lenta.
Nesse período, houve um aumento da paridade salarial em 6,7 pontos – saindo de 72 em 2013, para 78,7, em 2023. O estudo, feito a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do IBGE, mensurou a paridade de gênero em uma escala padronizada de 0 a 100, de modo que quanto mais próximo de 100, maior a equidade entre mulheres e homens.
Quando se analisa o indicador liderança, é possível notar que as mulheres ganharam espaço em funções de tomadas de decisões. A participação delas em cargos de liderança passou de 35,7%, em 2013, para 39,1%, em 2023 - aumento de cerca de 9,5% em dez anos.
O plano de ação do grupo proposto para 2024 é baseado em quatro pilares:
Para a chefe de gabinete da CNI, Danusa Costa Lima, o plano contempla o esforço crescente que vem sendo feito pela instituição para implementar políticas afirmativas para as mulheres, com ações e recomendações que impactem todos os setores da indústria.
“Com esse fórum, a gente tem uma grande oportunidade para discutir e apresentar soluções realmente efetivas para a questão da paridade de gênero. E o que eu acho mais importante: trocar experiências. Eu acho que a gente vai ter uma chance única de viver experiências de locais diferentes do Brasil, fomentando, inclusive, regiões em que talvez esse movimento ainda esteja acanhado”, destaca Danusa.
Além de discutir formas de avançar na redução das diferenças de gênero no mercado de trabalho, o setor industrial tem avançado na implementação de políticas de gênero, como o apoio ao retorno da mulher após a licença-maternidade, programas de qualificação profissional de mulheres e políticas de incentivo à diversidade.
De acordo com a gerente executiva de Relações do Trabalho da CNI, Sylvia Lorena, a instituição tem liderado o setor em busca da melhoria do ambiente e trabalho e do aumento da competitividade da indústria e do país.
“A partir do Mapa Estratégico é que a gente constrói as nossas agendas temáticas e orienta os nossos colaboradores e a CNI na construção de posicionamentos, e são vocês, mulheres, que definem qual é a nossa prioridade, qual é a nossa agenda e qual é o rumo que nós devemos adotar quando a gente olha para um país mais competitivo e com mais igualdade”, disse.
A pesquisa Mulheres na Indústria, divulgada pela CNI em março de 2023, mostrou que 6 em cada 10 empresas do setor contam com programas ou políticas de promoção de igualdade de gênero.
A principal razão para desenvolver tais políticas é a percepção de que há desigualdade e que é necessário alcançar maior igualdade entre gêneros, citada por 33% dos executivos e executivas ouvidos, seguida da importância de dar oportunidades iguais para todos, mencionada por 28%.
O levantamento da CNI também apontou que, entre os instrumentos mais usados pelas empresas para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres na indústria, os mais mencionados são política de paridade salarial (77%), política que proíbe discriminação em função de gênero (70%), programas de qualificação de mulheres (56%) e de liderança para estimular a ocupação de cargos de chefia por mulheres (42%), e licença maternidade ampliada por iniciativa da empresa para seis meses (38%).
Por: Silvia Cavichioli
Foto: Iano Andrade / CNI
Da Agência de Notícias da Indústria
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