Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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RIO - Você conhece o partido Ba'ath? Já ouviu falar da lendária briga entre Síria e Israel pelas colinas de Golã? Sabe o que os argentinos têm em comum com sírios e libaneses? O jornal inglês "Guardian" reuniu vinte informações e curiosidades sobre a Síria, país árabe que parece ter entrado na onda de protestos pró-democracia que assola o Norte da África e o Oriente Médio. Há mais de uma semana, protestos pedem reformas políticas ao presidente Bashar al-Assad e manifestantes vêm enfrentando forte repressão.

 

 

1. Grande Síria: Síria era o nome usado para designar a maioria do território ao leste do Mediterrâneo. O atual Estado moderno da Síria começou como um protetorado da França logo após a queda do Império Turco Otomano, em 1922. O país proclamou sua independência em 1946 e sua capital, Damasco, é uma das cidades mais antigas do mundo.

 

2. Sob o comando do Ba'ath: O partido nacionalista pan-árabe Ba'ath foi fundado em 1947 como um movimento de retomada do socialismo sob o slogan "Unidade, liberdade e socialismo". Desde 1963, seus afiliados controlam o poder na Síria. Mas a supremacia Ba'ath no país foi consolidada durante o governo do presidente Hafez al-Assad (1971-2001), pai de Bashar al-Assad. Hafez trouxe mais estabilidade para o país, mas o custo não foi barato: a Síria é conhecida por seus mecanismos de repressão e por ter o serviço secreto mais temido do Oriente Médio. Outros líderes simbólicos da região fizeram parte do Ba'ath, como é o caso do ditador iraquiano Saddam Hussein.

 

3. Sobre o presidente: Em 1994, Bashar al-Assad construía, em Londres, uma carreira como oftalmologista quando seu irmão mais velho, Basil, morreu em um acidente de carro. Basil deveria assumir o poder na Síria depois de seu pai, o então presidente Hafez al-Assad. Diante da morte do irmão, Bashar foi chamado às pressas para retornar à sua terra natal. Em 2000, seu pai morreu e Bashar foi nomeado chefe do Exército, pois, aos 34 anos, era considerado muito novo para ser presidente pela Constituição síria. A idade de qualificação para o cargo foi revista e ele foi eleito por um referendo no ano seguinte.

 

4. As colinas de Golã: Golã é uma área estratégica na fronteira do mar da Galileia. A cadeia de montanhas pertencia à Síria, mas foi ocupada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. O governo israelense aproveitou para construir assentamentos judeus na região - estima-se que hoje eles somem mais de 20 mil. Parte das colinas voltou ao domínio sírio depois da Guerra do Yom Kippour, em 1973, mas a devolução do resto do território se tornou uma das bandeiras do governo sírio desde então.

 

5. O massacre de Hama : Em 1982, forças sírias abriram fogo contra a cidade de Hama para conter uma revolta da Irmandade Muçulmana, matando milhares de pessoas. Lembranças do episódio sanguento, raramente mencionado pelo governo, continuam a aterrorizar a oposição política do país.

 

6. Elegância nos trilhos: A Síria tem algumas das mais belas estações de trem do mundo.

 

7. Síria e Líbano, vizinhos inseparáveis: O Líbano foi separado da Síria durante o domínio francês na região e se tornou independente em 1943. Mas, em Damasco, o Líbano continua a ser visto como uma tradicional esfera de influência do governo. A Síria usou seus militares para estabilizar (e também interferir politicamente) o país vizinho depois da guerra civil do Líbano (1975-91). A morte do ministro libanês Rafiq al-Hariri, em 2005, provocou protestos e pressão diplomática para a retirada das tropas sírias do país. A Síria foi abertamente culpada pelo ataque. Mais de cinco anos depois, no entanto, a influência síria na política libanesa continua forte.

 

8. Viva o presidente: Durante discursos públicos na Síria, é comum que a população aplauda toda vez que o nome do presidente Bashar al-Assad é mencionado.

 

9. Religião e os alauítas : A exemplo dos drusos, cuja religião é secreta, os alauítas são uma subdivisão do xiismo. Na Síria, eles representam uma pequena minoria, mas, devido a ligações com o presidente e sua família, costumam ocupar cargos importantes no regime. Cerca de 74% da população síria são formados por muçulmanos sunitas; xiitas (incluindo os alauítas, entre eles o presidente) somam 13%; cristãos, 10% e drusos, 3%. Comunidades judaicas existiram na Síria durante séculos, mas hoje em dia não chegam a ser representativas no país.

 

10. Capitalismo amigo: De origens socialistas, o governo sírio é famoso por seus altos índices de corrupção, envolvendo especialmente parentes do presidente Bashar al-Assad. Um dos alvos mais frequentes da oposição é Rami Makhlouf, primo de Assad, que foi condenado pelo Tesouro americano por "se beneficiar inapropriadamente de recursos públicos e estimular a corrupção dentro do governo da Síria"

 

11. Aspirações curdas: A Síria tem uma marginilizada minoria curda (ao todo, eles são 10% da população), que é frequentemente alvo do regime, que não poupa esforços para torná-los mais "árabes". Por outro lado, os curdos sonham em ter um estado independente que reuniria trechos da Turquia, do Irã e do Iraque. De tempos em tempos, os descontentamentos curdos eclodem no país, apesar de a Síria negar que tenha problemas com a etnia.

 

12. Estrada para Damasco: De acordo com a Bíblia, São Paulo se converteu ao Cristianismo ao ser ofuscado por uma luz em uma estrada para Damasco.

 

13. Espadas de aço: Ao longo dos séculos, as espadas sírias tem sido muito valorizadas. De acordo com livros de história, as armas foram produzidas a partir do aquecimento e do resfriamento rápido das lâminas na urina de meninos ruivos ou em músculos de escravos.

 

14. Peregrinos xiitas: A Síria é um destino popular dos peregrinos xiitas. Muitos vão a Damasco para visitar o santuário de Sayidda Zeinab, neta do profeta Maomé. Vínculos históricos e religiosos fazem parte da atual relação da Síria com o Irã, apesar de ambos países disputarem o posto de grande liderança antiamericana e anti-israelense no Oriente Médio.

 

15.Síria e o Hezbollah : Ao lado do Irã, a Síria é acusada de financiar o movimento xiita libanês, o Hezbollah. Além de ser uma nova maneira de exercer influência no Líbano, a relação com o Hezbollah dá um poder de barganha importante à Síria em qualquer futura mesa de negociação com Israel.

 

16. Suicídio político: O ex-primeiro-ministro Mahmoud Zuabi teria se matado, em 2000, quando a polícia chegou a sua residência para prendê-lo por corrupção. Cinco anos depois, o ministro do Interior Ghazi Kanaan também teria se suicidado em circunstâncias misteriosas.

 

17. Fios de seda: Damasco foi um grande centro de comércio da produção textil. Inclusive o nome da capital síria é uma referência a uma antiga técnica de tecelagem.

 

18. Cruzadas: Partes da Síria foram conquistadas por soldados durante as Cruzadas. No século XI, os cavalheiros construíram uma fortaleza chamada Krak des Chevaliers . A construção ainda está bem conservada e é hoje um grande ponto turístico.

 

19. Hermanos argentinos : Cerca de 1,3 milhão de argentinos têm origens sírias e libanesas, inclusive a família do antigo presidente da Argentina Carlos Menem, cuja família veio do vilarejo de Yabrud, na Síria.

 

20. Assalto em Deraa: A cidade de Deraa, foco das revoltas que estouraram na Síria há cerca de uma semana, foi onde o soldado britânico Thomas Edward Lawrence (conhecido também como Lawrence da Arábia) foi capturado durante a Primeira Guerra Mundial depois que seu disfarce foi desmascarado. Lawrence escreveu uma autobiografia e sua história em Deraa chegou a virar filme épico em 1962.

 

 

FONTE: O Globo

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