Têxteis dizem respeitar leis ambientais no descarte de água

[Fabrício Leite]

Adriano Ittner, diretor da Neotextil, mostra uma das fases do processo: empresa teve problemas com odores

Na semana do Dia da Água BOM DIA verifica como indústrias de Itatiba tratam seus efluentes industriais

Para onde vão os efluentes resultantes de processos industriais? Duas indústrias de tinturaria e beneficiamento têxtil de Itatiba buscam equilibrar seus processos industriais com a consciência ambiental.
Alvo de desconfiança entre moradores das proximidades – que procuraram pelo BOM DIA para relatar problemas como mau cheiro -, a Neotextil e a Covolan Beneficiamentos Têxteis atenderam a reportagem e explicaram como minimizar impactos ao meio ambiente. Ambas ficam às margens do Ribeirão Jacaré e utilizam sua água em estado bruto nos processos industriais.

Estabelecida desde julho do ano passado na rua Marechal Deodoro, no Centro, a Neotextil recebeu o BOM DIA e admitiu ter tido problemas com odores no último ano.

“Estávamos fazendo acertos em nosso sistema de pré-tratamento de efluentes e durante a regulagem e troca de alguns equipamentos chegamos a ter dias em que os odores estavam fortes”, diz o gerente da unidade, Adriano Ittner.

Um convênio com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) permite à Neotextil enviar por hora 22 metros cúbicos de efluentes para a rede de esgotos da cidade. Essa água sai da empresa contendo corantes e resíduos sólidos, resultado do pré tratamento feito ainda na Neotextil. O tratamento final é feito pela Sabesp na Estação de Tratamento de Esgotos local.

Segundo a Sabesp, existem instalações adequadas para receber e tratar dos esgotos não-domésticos. “Ao adotar este programa as empresas repassam a responsabilidade do tratamento e disposição final à Sabesp, reduzindo o custo operacional e atendendo às exigências legais de controle de poluição ambiental”, diz a autarquia por meio de nota.

A Sabesp informa ainda que “todo o processo de lançamento dos 14,5 mil m³/mês de efluente não-doméstico é assistido pelos técnicos da Sabesp. Na ETE Itatiba o tratamento foi concebido para suportar este tipo de efluente”.

NO CAMINHO/ Na Covolan, localizada na rua Coronel Peroba, bairro Vila Brasileira, esse convênio ainda está em processo, de acordo com a Sabesp, mesma situação de outras empresas da cidade. Ainda assim, o esgoto gerado pelo processo industrial passa por uma estação de tratamento antes de ser descartado de volta ao Ribeirão Jacaré.

“A Covolan declara que respeita e atende a todos os parâmetros exigidos pela legislação vigente e também busca a melhoria contínua em todos os seus processos, visando sempre melhores condições ao meio ambiente”, informou a empresa por meio de uma nota enviada à redação.

A indústria enviou ao BOM DIA fotos de sua estação de tratamento de efluentes em que mostra uma água clara e com pouca espuma resultante do processo. “Temos um tratamento de efluentes muito superior a grande maioria de nossos concorrentes e continuamos sempre atentos a novos conceitos”, diz a Covolan.

 

FONTE: REDE BOM DIA