Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fernando Pimentel - "O Brasil não conseguiu avançar nos acordos comerciais, ficou no zero a zero".

Fonte:|portal.pps.org.br|
O Estado de S. Paulo


Indonésia e Vietnã ampliam vendas de calçados e têxteis para os norte-americanos

Como se não bastasse a concorrência dos chineses, o Brasil está perdendo cada vez mais espaço no mercado americano para os novos tigres asiáticos - Vietnã e Indonésia. Só no primeiro semestre deste ano, as exportações brasileiras para os Estados Unidos caíram 43,7%.

Enquanto as vendas de sapatos brasileiros recuaram 29,5%, as do Vietnã subiram 20,1% e da Indonésia, 14,4%. Mesmo em intensidade menor, situação semelhante ocorreu na área de têxteis, onde a exportação caiu 31,90%. Nesse segmento, o Vietnã teve expansão de 1% e a Indonésia, redução de 5,5%.

A maior participação dos asiáticos nas importações americanas está diretamente ligada aos preços. Como o custo da mão de obra e carga tributária é menor nesses países, eles conseguem oferecer preço inferior ao cobrado pelas empresas brasileiras. E isso é fundamental para abocanhar mercado porque crise diminuiu o poder aquisitivo dos americanos.

"Apesar da ligeira recuperação econômica dos Estados Unidos, o nível do desemprego ainda é alto. Com isso, países como Vietnã e Indonésia, que tem custo trabalhista mais baixo que o do Brasil, conseguem oferecer um produto mais barato", explicou o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, desde 2004 os produtos brasileiros já estavam perdendo competitividade em razão da falta de reformas, como trabalhista e tributária. A crise intensificou o processo. "Antes da crise, conseguíamos minimizar o impacto desses desequilíbrios com o câmbio mais favorável", afirmou Klein.

O diretor executivo da Abicalçados destacou ainda que a característica do mercado americano é o regime de subcontratação - compra de produtos baratos em que as grandes grifes agregam o valor do produto -, o que favorece a entrada dos produtos asiáticos. "Também perdemos mercado porque estamos passando a atuar com design e marcas próprias", disse.

Na avaliação do superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, o Brasil sofre ainda com a ausência de acordos comerciais com países desenvolvidos. "O Brasil não conseguiu avançar nos acordos comerciais, ficou no zero a zero". Pimentel ressaltou a importância de se discutir a competitividade dos produtos brasileiros.

O governo já demonstrou preocupação com o tombo das exportações não só para os EUA como para outros parceiros. O comércio internacional impactou as contas externas das economias de todo o planeta, mas a falta de reformas, como tributária e trabalhista, assim como o câmbio valorizado, estão tornando os produtos brasileiros mais caros.

Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Welber Barral, a queda do consumo dos americanos influenciou diretamente as vendas brasileiras, mas o País precisa ter produtos competitivos para recuperar mercado no momento em que a economia norte-americana voltar a se expandir.

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Comentário de Jose Carlos Carotta da Silva em 23 setembro 2009 às 8:37
Lamentavelmente o Sr. Fernando Pimentel que atuou numa grande industria textil com escritório sede no Rio de Janeiro ,não tem lutado junto ao Governo do Est. do Rio de Janeiro, que já foi o celeiro da Ind.Textil de lançamento da Moda para voltar  as grandes industrias do passado como: América Fabril. Nova America, Bangu, FerreiraGuimarães. Sayonara, Dona Isabel, Sudamtex,Deodoro Industrial,São Pedro de Alcantara, Multifabril, Grupo Otton e tantas outras que produziam aproximadamente uns 15 milhões de metros  e empregavam um grande numero de trabalhadores, diretos e indiretos. Para tanto, existe a necessidade do Sindicato, Senai/Cetique e os Empresários lutarem junto ao Governo do Estado para obter area incentivada para que as industrias textil voltem a se instalarem no Rio de Janeiro e se manterem aquelas  ainda existem .O Rio de Janeiro sempre foi o mercado da moda, porem , para tanto é necessário que tenhamos as grandes industrias do tecido estampado, fios tintos,linho  e tantas outras misturas. Só poderemos atingir o mercado exportador se tivermos, produtividade, qualidade,custo , preço competitivo e pontualidade nas entregas. No meu modo de entender não se pode ober bom resultado nas exportações se não tivermos um mercado interno fortalecido e as  industrias preparadas e capacitada para atingir seus objetivos . Exemplo já tivemos com o Est. de Santa Catarina na decada de 70/80com os tecidos de  cama e mesa , toalhas  e ouros. Vide o caso da Artex, CremerBudmayer, Schosse, Renaux e outras. Malharia Hering.Porque tudo mudou? Falta de profissionalizar as industrias famíliares  escolhendo osprofissionais certos para os lugares certos.

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