Para uma indústria como a de colchões, considerada ainda pouco inovadora, a Flex do Brasil saiu na frente, correu atrás de novidades e descobriu o equilíbrio entre os lucros econômicos, sociais e ambientais.
Depois de introduzir a viscose de bambu no revestimento dos colchões,
que levou a temática ecológica ao consumidor, e conseguir aumento de
vendas de 20% nos 800 pontos de venda, lançou o ecofair, tecido
proveniente de cadeias certificadas de comércio justo e com comprovação
de rastreabilidade na etiqueta.
Na tentativa de sair do lugar-comum, a Flex encontrou a empresa belga DesleeClama que fabrica tecidos a partir do algodão orgânico. O algodão é produzido em comunidades da Índia e da Tanzânia, com certificação de
autenticidade e qualidade no cultivo orgânico, segundo Bete Bustamente,
gerente de marketing da Flex. "A utilização dessas matérias-primas é uma
novidade com forte apelo de vendas."
O lançamento do Ecofair, o colchão forrado com o tecido que segue os princípios do comércio justo, foi em maio de 2010, com distribuição para 160 pontos. Desde então, o produto já responde por 6% das vendas da
empresa. "O varejista utiliza o argumento do comércio justo para vender
mais e o consumidor fica estimulado e orgulhoso de ser um elo dessa
cadeia", diz Bete.
Cada lote de compra do fio de algodão da DesleeClama é certificado. "O consumidor pode acompanhar pela etiqueta toda a trajetória do fio - desde o plantio e colheita até a fiação até se transformar no tecido que
reveste o colchão que está comprando", explica Edmilson Santoro,
diretor geral da Flex do Brasil.
Embora a matriz da empresa seja na Espanha, a iniciativa do novo conceito foi da Flex do Brasil. A receptividade conquistada pelo Ecofair agradou a matriz - "tanto que o produto será lançado na Espanha já no
próximo ano", diz Bete. "A ideia é divulgar o conceito de comércio
justo, argumento de vendas para o varejista e irresistível para o
consumidor", segundo Santoro. "Todos saem ganhando."
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