São Paulo - Dê uma olhada na etiqueta do seu sapato ou da sua camisa. Não é pequena a chance de que você se depare com o famoso "Made In China".
Já faz um tempo que a China virou a maior nação manufatureira e exportadora do mundo, maior parceira comercial inclusive do Brasil. E a economia chinesa não teria como sair ilesa de três décadas de crescimento e urbanização vertiginosos.
Os custos de produção subiram muito e outros países asiáticos já estão mais bem posicionados como fornecedores de mão-de-obra barata e abundante - caso de Bangladesh e Vietnã, por exemplo.
A resposta da China tem sido espalhar seus tentáculos pelo mundo, focar em inovação e tentar caminhar de um modelo baseado em investimento pesado para um que privilegie o consumo das famílias. O "Made In China" já significa outra coisa - mas o que?
Foi isto que os designers suíços Anaïde Davoudlarian e Gregory Brunisholz tentaram descobrir em uma turnê de 5 meses pelo país com financiamento da Swatch. O resultado acaba de ser publicado em um livro que já está à venda.
Veja uma seleção de fotos e impressões da dupla. As imagens foram utilizadas com autorização e algumas tiveram que ser adaptadas para o formato usado em EXAME.com:
Foshan é uma das maiores cidades industriais da área de Guangdong, e um dos setores mais importantes é o de cerâmica. Mais de mil plantas industriais fabricam pias, vasos sanitários e azulejos que são então exportados para o resto do mundo.
Esta empresa em Wuxi fabrica grandes estruturas infláveis para eventos, propaganda e parques, mas também para exércitos ao redor do mundo. Desde a Segunda Guerra Mundial, equipamentos “fantasma” são usados com frequência para confundir o inimigo.
“A estrutura dobrável e o cockpit com cara de olho de inseto pode nos fazer sorrir, mas também lembram que muitas das tecnologias que usamos no dia-a-dia, mesmo as mais triviais, vem da pesquisa feita pela indústria da guerra”, dizem os fotógrafos
Os fazendeiros de água doce da região de Zhuji produzem 73% das pérolas do mundo, que são vendidas em um mercado gigantesco por entre 15 e 75 dólares o quilo.
“No centro do estacionamento, notamos quanta riqueza o negócio traz para a localidade: à nossa volta, 100 ou mais carros de luxo estavam estacionados e vimos edifícios novos (e vazios) até onde a vista alcança”, escrevem Anaide e Gregory.
Tudo gira em torno das meias em Datang e nos seus arredores, onde 10 mil empresas fazem 1 bilhão de pares por ano, um terço de toda a produção mundial.
As máquinas muitas vezes estão instaladas nos pátios e porões das casas e funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Os distribuidores ficam nos subúrbios, enquanto os produtores de máquinas e as empresas de logística e distribuição se concentram no centro da cidade, que tem cerca de 200 mil habitantes.
A empresa suíça Agie-Charmille fornece máquinas de alta precisão para, entre outras coisas, moldar os componentes de plástico de telefones celulares e tablets.
Elas são muito utilizados pelos fabricantes da área de Guangdong, e uma delas foi visitada e fotografada por Anaide e Gregory.
“Passear por Cantão é como visitar a maior fábrica do mundo”, escrevem Anaide e Gregory.
As linhas de produção ficam na rua e são estocadas para o porto de Shenzen; enquanto isso, homens de negócios de todos os lugares do mundo andam com seus tradutores negociando compras e vendas.
Depois do almoço, muitos praticam o xiu xiu – uma espécie de siesta chinesa, totalmente incorporada à cultura local.
O segredo é que as famílias fazem uma verdadeira linha de produção. Alguém coloca a moldura, outro encaixa a tela e outros pintam. É desta forma que “50 pinturas idênticas encomendadas por um cliente parisiense são concluídas em menos de 3 dias”.
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/fotografos-revelam-o-qu...
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