Fonte:|clicrbs.com.br/diariocatarinense|
O que prejudica mais?
Tempo de decomposição das descartáveis ou água extra para lavar as de pano
Estima-se que uma fralda descartável leve 400 anos para se decompor. Isso significa que todas as fraldas usadas até hoje ainda estão depositadas em aterros espalhados pelo planeta. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, uma criança usa pelo menos 5 mil unidades até os dois anos. No país, apenas 30% das famílias utilizam o produto. Mesmo assim, só no Brasil, 17 milhões de fraldas são despejadas por dia no ambiente.
Buscando diminuir o impacto que o filho Mauricio, dois anos, causa na natureza, a presidente da ONG ambiental Fundação Gaia, Lara Lutzenberger, optou por algo que pode parecer antiquado para a maior parte das mães: as fraldas de pano.
– A criança tem um consumo muito alto de fraldas, que são cheias de elementos sintéticos – argumenta.
Ela adota um sistema misto, que reduziu em 80% o uso do produto descartável. Mas em passeios mais longos, as fraldas plásticas continuam insubstituíveis.
– Não se trata de ser radical, mas de repensar o uso exclusivo desses descartáveis – completa.
Mas o que se mostra como uma opção para reduzir os danos pode se transformar em um novo problema: o gasto de água para a lavagem dos acessórios de tecido.
– O retorno às fraldas de pano também joga no ambiente mais resíduos de detergentes. É uma alternativa que leva ao tratamento de uma quantidade maior de água – alerta o professor Luis Frankenberg.
É difícil determinar qual das duas alternativas agride menos a natureza. Lara questiona argumentos sobre a lavagem das fraldas de pano:
– As pessoas não pensam na quantidade de água que é gasta na fabricação das fraldas descartáveis.
Uma alternativa seria substituir o material de fabricação do produto de plástico. Segundo Frankenberg, algumas empresas já se preocupam em utilizar matérias-primas menos poluentes para este fim:
– A combinação de algodão ou outros itens mais orgânicos com o plástico poderia tornar a degradação das fraldas descartáveis mais rápida. A preocupação da indústria, até agora, foi pesquisar materiais que levassem em conta a praticidade, a higiene e a saúde. O que precisa, nesse momento, é investir em alternativas para diminuir o impacto no ambiente.
Lara observa outra vantagem do tecido: a menor quantidade de alergias e assaduras que já percebeu por meio da experiência com o filho.
– Quando o Maurício usa fraldas de pano, não precisa de pomadas contra assadura. Descobri que o amido de milho é uma boa solução, pois repele o xixi e ainda o deixa com o bumbum do bebê com pele de porcelana – brinca.
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