O executivo ressalta que os cotistas desses fundos recebem uma rentabilidade (geralmente mensal) proveniente do pagamento de aluguel dos imóveis que funcionam como lastro do fundo e que este rendimento é isento de Imposto de Renda. “Mas o fundo e o próprio investidor precisam obedecer a alguns pré-requisitos”, explica Machado.

Entre eles, o cotista não pode deter mais do que 10% do total de cotas do fundo e é necessário que o fundo tenha no mínimo 50 cotistas. Além disso, as cotas só podem ser negociadas na bolsa de valores ou em algum mercado de balcão organizado.

Já a valorização da cota é tributada na venda. “Em caso de venda da cota com valorização, há cobrança de 20% de IR”, explica o executivo.

Mais vantagens

De acordo com ele, os fundos imobiliários trazem uma série de outras vantagens, entre elas, a gestão profissional . “Você não precisa saber onde estão as melhores oportunidades e nem o momento certo de comprar ou vender o imóvel. Você transfere esse trabalho para uma equipe de profissionais especializados”, ressalta Machado.

Entretanto, é importante lembrar que esta gestão tem seu preço, cobrado na taxa de administração do fundo.

O executivo também aponta o valor do investimento como outra vantagem em relação à compra direta de imóveis. “Você consegue investir a partir de um valor muito menor”, diz . Além disso, também é possível se desfazer de parte do investimento, vendendo só uma parte das cotas. “Isso não é possível quando você compra um imóvel. Se precisar de algum dinheiro, tem que vender o bem inteiro”, ressalta.

Liquidez

Já a liquidez é um dos pontos que ainda pesam negativamente para a indústria de fundos imobiliários. De acordo com Machado, o giro médio dos fundos nos últimos 18 meses foi de 8,5% do volume total do mercado . “A baixa liquidez do mercado secundário pode ser em parte explicada pela característica do investimento, que as pessoas compram com objetivo de manter por um longo período”, afirma.

Mas ele lembra que, embora a liquidez seja menor do que a de ações de primeira linha, ainda é mais fácil comercializar as cotas dos fundos do que os próprios imóveis.

“Se você precisar vender um imóvel de um valor muito alto, pode ter dificuldades e ter de oferecer um desconto muito grande para conseguir vender rápido. No caso dos fundos, se não estiver encontrando comprador para as cotas em um determinado preço, um desconto pequeno já o torna bem mais atrativo, pelo fato de estar sendo negociado no mercado”, afirma o executivo.

Informações ao mercado

De acordo com Machado, outro ponto que ainda precisa ser aprimorado pela indústria de fundos é a informação ao mercado. “Este é um dos grandes desafios desta indústria”, afirma.

Ele aponta que a informação ao investidor é essencial para que a aplicação seja feita da maneira adequada e que muitas gestoras já estão procurando disponibilizar mais dados e informações para os cotistas e futuros aplicadores. “Eu diria que o mercado está sensível a esta questão e muitas administradores estão trabalhando para melhorar a informação”, conclui Machado.