A vida não está fácil para ninguém. O país teve em abril, a maior geração de empregos dos últimos 6 anos para o mês, mas infelizmente isso não chega nem perto de aliviar a vida de milhões de brasileiros desempregados.
Do lado das empresas, enxugar tem sido o verbo mais atuante neste período de recessão e consequentemente a cobrança para as equipes cada vez menores, está beirando a insanidade. Acontece que mesmo com a economia em baixa as corporações necessitam de resultados para sobreviverem e a redução dos custos é uma parte importante para mantê-las saudáveis. Mas às vezes isso é feito de forma menos inteligente e quem sai perdendo sempre é o trabalhador, tanto o que perde o emprego quanto o que fica, já que terá que aglutinar as atividades dos ex-companheiros.
Logo, este é um dos principais motivos pelo qual os gestores pedem aos recrutadores perfis mais GENERALISTAS. E mesmo que as áreas dependam de profissionais específicos, a necessidade de alguém para atuar em várias tarefas que antes eram desenvolvidas por diversos colaboradores, fez com que o “faz-tudo” ganhasse destaque nas seleções.
Mas será que o ESPECIALISTA perdeu seu valor? Evidentemente que não!
Apesar de alguns gurus levantarem a bandeira de que grandes empresas disruptivas estão abolindo a necessidade do diploma universitário, isso ainda está muito longe da realidade da maioria das empresas, principalmente as de médio e pequeno que ainda se utilizarão por alguns anos deste quesito durante a seleção de novos colaboradores. Então, a menos que você seja um jovem excepcional que tenha tido acesso a estas grandes empresas bem no começo da carreira, continue investindo em sua primeira graduação, ela ainda valerá por algum tempo, mesmo com as mudanças que o mundo viverá em breve.
Assim, o conhecimento adquirido em qualquer graduação é um bom alicerce para se tornar um especialista, o que é imprescindível ao iniciar sua carreira. Novamente reforço que o mundo mudará sim, mas as empresas estão necessitando de boa mão-de-obra HOJE e enquanto as universidades possuem uma grande restrição regulatória para inovar, ficar por 4 anos para se formar não é perda de tempo e sim um investimento, já que eles te permitirão um amadurecimento importante.
Mas ser apenas especialista também não me garante um bom emprego, então como ser um ESPECIALISTA-GENERALISTA?
Eu sinceramente não gosto desta definição, mas ela é amplamente utilizada no meio corporativo e traduz bem o que as empresas precisam: alguém especialista por formação e generalista por experiência. Mas considerando a barreira imposta pelas áreas de recrutamento que prejudica principalmente os jovens que não possuem a experiência exigida, eles nunca se tornarão efetivamente generalistas, pois não terão esta oportunidade para experimentar novas atividades.
Isso acontece justamente pela urgência que as empresas vivem na busca de candidatos prontos para suprir suas necessidades com equipes reduzidas, mas nesta ansiedade acabam se esquecendo de que profissionais prontos também possuem vícios que podem ser mais difíceis de tirar do que treinar um profissional novo no mercado.
E quando eu tiver a oportunidade de me tornar um generalista o que devo fazer?
Quando liderava uma grande área de operações, dei muita ênfase na capacidade e rapidez de assimilação dos candidatos que entrevistava para nossas posições. Esta competência permitiu que tivéssemos profissionais com conhecimentos diversos e visões conflitantes sobre o que fazíamos, gerando um ciclo virtuoso de inovação e melhorias processais.
Então, mais do que se autodenominar “generalista” é importante desenvolver a sua habilidade de Visão Sistêmica, ou seja, de compreender rapidamente o funcionamento completo das operações e de processos, entendendo amplamente entradas, saídas e resultados gerados por cada parte integrante da empresa. Esta habilidade deveria ser mais valorizada do que os conhecimentos generalistas propriamente ditos, já que ela que permite um profissional continuar aprendendo, sendo um “coringa” podendo ocupar diversos cargos, inclusive de liderança, mesmo sem ter passado por funções técnicas.
Pra concluir: as empresas querem revolvedores de problemas e não causadores deles!
No fundo, todas as empresas precisam de perfis especialistas e generalistas. Além da necessidade de colocar profissionais corretos nas áreas corretas, existe uma questão de diversificação das equipes, trabalhando com níveis diferentes profundidades de conhecimento para se chegar as melhores soluções possíveis. Trabalhar conjuntamente é o segredo para extrair o melhor de cada profissional, o generalista dando informações sistêmicas de possíveis impactos em toda a operação e o especialista dando detalhes operacionais de como se resolver o problema.
Por fim, seja você um especialista ou generalista, faça o seu melhor, identifique aquilo que te satisfaz e busque desenvolver suas competências e habilidades com o foco em solucionar problemas e gerar resultados. Profissionais que entregam valor tem mais chances de conseguir um emprego e de continuar nele!
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