Entre janeiro de 2018 e a última sexta-feira, quando falei a 1.200 especialistas em Cirurgia Bariátrica reunidos em Curitiba, no Paraná, subi em 56 palcos, em sete Estados do Brasil, e em Tel Aviv, Israel.
Não que eu nunca tivesse palestrado antes, apenas não o fazia profissionalmente.
E justamente por não enxergar conferências como atividade profissional, busquei um caminho autêntico e natural para que eu pudesse me destacar em um mercado altamente competitivo, canibalizado até, e pouco regulado.
No limite, um palestrante iniciante precisa apenas de um bom tema para vingar, combinado com inteligência emocional, disciplina, repertório (não necessariamente técnico) e algum carisma.
Ou seja: investindo pouco, ou muito pouco, você compartilha conhecimento, conhece novas cidades e países, cria conexões, amplia seu leque de oportunidades de trabalho e ainda é remunerado por isso.
Não é mágico?
Não. A receita leva junto insegurança, crenças limitantes, nervosismo, angústia e experiências esquecíveis, como ingressos que não vendem, plateias semivazias e equipamentos que param de funcionar no meio da apresentação.
Acrescente ainda à escada do palestrante rumo ao sucesso as validações excessivas, imprevistos e feedbacks – boa parte deles, espinhosos.
Sim, nem todo mundo pode viver delas. Mas à medida que um profissional ganha representatividade em seu mercado, em dado momento, será atraído ou simplesmente empurrado para o palco.
Aqui estão 16 passos que dou ao palestrar. E costuma dar muito certo:
1. Miro o coração
Subir ao palco sem estar ciente daquilo que você quer é dar um tiro n’água. Por isso, o primeiro passo da minha jornada visa o coração de quem irá me assistir: como aquilo que tenho a oferecer vai tocar quem está na plateia?
2. Procuro saber com quem estarei falando
Qual é o tipo de perfil vai compor a minha plateia? Quais as idades dos meus espectadores? Quais suas profissões? Seus gostos? O que esperam do meu talk? Demonstrar que você se empenha em conhecer seu público cria conexões emocionais relevantes e o deixa atento. Soa genuíno.
3. Falo a língua do meu público
Apenas conhecer a plateia não basta. Especialmente em eventos de nicho, utilizar termos, expressões e trazer exemplos específicos faz diferença para quem assiste. Não se fala com estudantes do Ensino Médio da mesma forma que se aborda advogados ou médicos, por exemplo. E vice-versa.
4. Começo e termino surpreendendo
Palestras são mais lembradas pelas histórias, enredos e a maneira de contá-las do que por tabelas e gráficos. Em meus talks, relato experiências pessoais, de preferência divertidas. E concluo com uma reflexão aberta para que espectador possa elaborar sozinho, a sua maneira, o fim que achar mais pertinente.
5. Ajo como um esteta
Do português exemplar às fotos incríveis, passando por gráficos e vídeos, e a roupa que visto, tudo precisa estar impecável. Tenho a excelência como valor prioritário, não como competência. E isso me gera resultados palpáveis. Sou lembrado pela qualidade e, para quem contrata, é uma preocupação a menos.
6. Me informo para bem informar
Números e visões exclusivas e os dados mais atualizados possíveis – de preferência daquele dia ou semana. Citações, apenas com crédito à fonte e não a quem as reproduziu. Palestras são agregadores de conhecimento, e não CRTL C + CRTL V do Google. Seja lembrado por trazer o novo!
7. Pratico, pratico, pratico
Esse é um ponto-chave para qualquer palestra de sucesso. Não adiantam o bom conteúdo, a estética, o carisma e um tema incrível, se você demonstra despreparo na apresentação e falta de congruência entre discurso e prática. Um speaker que evidencia sua pouca preparação fecha portas para sempre.
8. Respiro fundo
A cada palestra, esteja eu em uma sala de 30 m² ou falando a uma plateia de 1.500 pessoas, inicio meu ritual de concentração sentado, com as mãos no joelho e respirando profundamente, de olhos bem fechados. Respirar por 1 minuto me acalma, me traz ao momento presente e diminui a minha ansiedade.
9. Visualizo o sucesso
Essa eu aprendi com atletas de alta performance. Eles são mestres em visualizar seus feitos, chegadas e pódios. Construo uma história com final incrível e a vivencio. Me imagino no palco, enérgico, sorridente, seguro e cativando a audiência. Mentalizo o início, o durante, o fim e os aplausos. Funciona!
10. Valorizo o tempo do outro
Se todos nós temos 24 horas no dia, as minhas não devem valer mais do que as dos outros, certo? Pratico meu talk até me certificar de que ele não ultrapassa o tempo combinado. Primeiro, porque a plateia não merece. Depois, porque posso invadir o tempo de apresentação de um outro palestrante.
11. Eu como leve
Nunca tive dor de barriga no palco, ainda bem, mas um dia pode acontecer. Sou humano. Falar para 10, 20, 100 ou 1.000 pessoas dá no mesmo, quando se tem responsabilidade e compromisso com o conteúdo. Bebo água (sem exagero para não passar aperto) e evito comer derivados de leite, como queijos e achocolatados. O mesmo acontece com pão, arroz e massa, que pesam no estômago. Álcool, ainda que seja uma taça de vinho, jamais.
12. Cuido da voz
Em uma palestra, uma voz consistente e crível prende a atenção do espectador. Uma voz falha (não que não possa acontecer), ou que evidencie esforço por parte do palestrante, corre o risco de angustiar a plateia e desviar a foco do conteúdo. Tomo água regularmente, faço exercícios de voz ao longo do dia e antes de subir ao palco, como maçãs, evito derivados de leite e gelados em geral. Acima de tudo, preservo minha voz na véspera do evento.
13. Me mexo
Quem já me viu no palco sabe que ando bastante. Não só porque não consigo ficar parado, mas porque sei que apresentações e paradas monocórdicas são lembradas pela plateia como excelentes soníferos. E quando uma fama dessas se espalha, os convites caem igualmente em sono profundo.
14. Sorrio e interajo
Interagir com a plateia ajuda a mantê-la atenta e traz insights poderosos para a condução do talk. Faço interações curtas e que tenham a ver com o slide; eu não crio diálogos que possam desviar do roteiro. Sorrisos sinceros desarmam espíritos, criam pontes e ratificam a minha felicidade em estar ali.
15. Demonstro ser humano e vulnerável
O palco que encanta pode também ser uma enorme armadilha do ego. Ser empático, humano e vulnerável me distancia desse perigo e cria vínculos com a plateia. Ao humanizar o meu discurso, acolho os presentes e deixo a relação mais equânime. O resultado? Maior interesse e identificação.
16. Dou dicas aplicáveis
Palestras motivacionais e inspiracionais são bem-vindas, só que para a maioria vale aquilo que pode ser aplicado – ou seja, ações que sejam tomadas imediatamente e que farão diferença no dia a dia. Cada vez que alguém reproduz aquilo que você sugeriu, te mantém vivo e presente em sua vida.
Palestra de sucesso é aquela que encanta plateia, o organizador (ou contratante) e o próprio palestrante. Se um dos três não aprendeu algo ou não gostou do que foi apresentado, a missão falhou.
Esteja você diante de 5 ou 5.000 pessoas, trabalhe para exceder expectativas. E não se esqueça: o que justificou o seu convite foi aquilo que te torna único, portanto, divirta-se.
Te vejo no palco!
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