Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Gestor de US$ 50 bilhões diz que o pior ainda não chegou para emergentes

Gestor de US$ 50 bilhões diz que o pior ainda não chegou para emergentes

Por InfoMoney  

SÃO PAULO - Desde a segunda metade do ano passado, os países emergentes têm visto uma queda significativa na confiança do investidor estrangeiro em relação ao desenvolvimento de suas economias. Na medida em que a China - carro-chefe dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) - começa a sentir na pele os reflexos de um inevitável momento de desaceleração depois de uma década de crescimento exponencial no PIB (Produto Interno Bruto), o ceticismo ganha espaço e o seleto grupo de países em desenvolvimento - que também não deixa por menos e, da mesma forma, decepciona os investidores - deixa de visto da mesma forma que antes. A mudança de perspectiva já ecoa há algum tempo e se intensifica na medida em que importantes atores do mercado se reposicionam no xadrez econômico.

Nesta sexta-feira (7), Mark Mobius, gestor de fundos que somam US$ 50 bilhões aplicados em ativos de países emergentes, deu sua parcela de desconfiança em entrevista à Bloomberg ao dizer que o momento de fortes turbulências - e quedas acentuadas - ainda não chegou ao fim. "O sentimento negativo está em seu devido lugar, então você pode esperar muito mais vendas. Estamos observando, mas não comprando neste momento. Os preços podem cair mais ou levar algum tempo para estabilizarem", afirma Mobius, chairman da Templeton, em discórdia com a visão de Jim O'Neill, criador do termo BRICS, que enxerga o momento como oportuno para compras.

Enquanto as economias mais tradicionais começam a dar sinais de recuperação, os emergentes seguem o caminho oposto em meio aos indícios de deterioração dos indicadores locais. Um bom exemplo é o Brasil, que recentemente viu dois importantes bancos internacionais cortarem suas projeções para 2% em relação ao crescimento do País em 2014, em meio à fuga de capitais e a piora do cenário fiscal em um ano delicado de forte pressão política devido às eleições.

Nos Estados Unidos, o caminho é o oposto. Depois de um momento de vacas magras após a pior crise desde o crash de 1929, a maior economia do mundo começa a se recuperar, com o Federal Reserve já reduzindo a dosagem do remédio do QE3 (Quantitative Easing 3) - política de afrouxamento monetário que hoje conta com a injeção mensal de até US$ 65 bilhões - na medida em que a inflação, em pequenas proporções, volta a fazer parte da realidade da população e a taxa de desemprego atinge patamares mais baixos. Com isso, a redução da liquidez da divisa americana começa a pôr fim ao "dinheiro barato" e proporciona um novo revés aos emergentes.

O cenário mais delicado de iminente fuga de capital nas economias em desenvolvimento provoca uma elevação significativa na cotação do dólar ante as moedas locais, aumentando a pressão sobre os indicadores inflacionários e eventuais ajustes nas taxas de juros - como o que ocorreu na Turquia, onde os juros "overnight" foram elevados em 4 pontos percentuais de uma vez em uma reunião. Tudo isso indica um momento mais turbulento que pode levar muitos investidores a opções menos arriscadas.

Sem pressa

Apesar de as fortes baixas nos mercados em desenvolvimento terem criado condições para interessantes barganhas, uma vez que importantes ativos se mostram bastante depreciadas tendo em vista suas médias dos últimos tempos, Morbius é cauteloso e opta pela máxima de que tudo tem seu tempo. "Há oportunidades. Mas não há pressa para aproveitá-las", tranquiliza.

Enquanto o cenário não melhora nos BRICS, Morbius diz ter encontrado boas oportunidades de compra nos "frontier markets" - aqueles considerados muito pequenos para serem incluídos na lista dos emergentes. Segundo observação do gestor, há negócios interessantes no Quênia, Nigéria e outros países africanos, onde as expectativas de crescimento serão menos impactadas pela turbulência das economias maiores.

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