Alexa Souza é uma mulher trans, hacker e cofundadora da ViperX.
No dia nacional da visibilidade trans, um nome emerge na área de tecnologia: Alexa Souza. Ela é uma empreendedora trans e cofundadora da ViperX. É, também, uma das hackers mais notáveis no Brasil, pentester profissional e a pessoa mais jovem do país a concluir toda trilha mundial mais complexa de certificações ofensivas do framework oficial praticado da Offensive Security: a OSCP, OSCE e OSWE.
Mas sua jornada começou em circunstâncias desafiadoras no Rio de Janeiro. Criada em Belford Roxo, em uma realidade complexa, Alexa enfrentou dificuldades desde a infância, incluindo a presença constante da violência.
“Meus pais tinham que trabalhar muito para conseguir colocar comida em casa. Eu já dormi no chão por muitos anos. Às vezes quando eu estava voltando da escola, encontrava pessoas de fuzil na porta da minha casa, tinha muita gente morrendo na minha frente”, relembra Alexa.
Mesmo diante dessas adversidades, a influência dos pais, que trabalhavam incansavelmente, motivou Alexa a buscar uma educação melhor. Seu pai, proprietário de uma loja de eletrônicos, compartilhava conhecimentos sobre consertos, criando um interesse precoce em tecnologia. Aos 14 anos, uma bolsa no Senac permitiu que ela concluísse um curso de TI, enfrentando longas jornadas e até escapando de situações perigosas com a ajuda do pai.
“Houve uma situação em que meu pai conseguiu evitar um assalto. Ele conseguiu perceber. Damos a volta e tivemos que retornar completamente para poder chegar em casa. É algo que recordo e que deixou uma marca em meu psicológico. Meu pai evitou algo muito difícil que poderia ter ocorrido ali. Isso ressoa na minha mente, destacando o esforço que meus pais empenharam para me proporcionar uma educação”, com isso em mente, Alexa se dedicou inteiramente aos estudos.
Ela saía todos os dias às 6h da manhã, para chegar às 7h, no local de estudo. Chegava em casa às 23h, todos os dias da semana.
Determinada a se destacar, Alexa mergulhou no mundo da programação, participando de competições de Capture the Flag (CTF). Aos 16 anos, alcançou um impressionante 13º lugar mundial no Hack the Box com sua equipe, mostrando suas habilidades em encontrar vulnerabilidades.
Ao ingressar no mundo profissional, Alexa se viu enfrentando jornadas exaustivas, com cinco horas diárias de viagem para trabalhar no centro do Rio. Nesse período, ela não só desempenhava suas funções profissionais, mas também se dedicava aos estudos, com a meta ambiciosa de conquistar certificações na área de segurança da informação.
A primeira grande prova veio com a certificação SCP, uma das mais desafiadoras do mundo, que Alexa obteve aos 17 anos, investindo meses de salário para pagar a prova e estudando incansavelmente com recursos limitados.
A busca por conhecimento e certificações não parou por aí. Mudando-se para São Paulo aos 19 anos, Alexa continuou a acumular conhecimento, destacando-se no mercado de trabalho e obtendo reconhecimento pelo seu talento em testes técnicos. Ela ressalta que, para ela, as certificações não são apenas para colecionar, mas uma maneira de demonstrar proficiência nos temas abordados.
Além de suas realizações profissionais, Alexa ficou conhecida por suas contribuições para a segurança online. Ela descobriu vulnerabilidades significativas, como uma falha em um plugin do WordPress que afetou mais de 700 mil sites.
“Foi uma falha que eu achei em menos de duas horas, que eu olhei e falei ‘isso é triste’, eu nem queria publicar de tão fácil que foi”, relembra. Apesar de todos esses ganhos, ainda havia uma inquietação, a hacker queria empreender.
E foi então que surgiu a ViperX. Empresa que oferecerá serviços com testes práticos de pesquisa cibernética e análises de vulnerabilidades para fomentar utilização mais estratégica da cibersegurança preventiva e proativa.
Com a missão de proporcionar análises abrangentes de riscos digitais, a ViperX irá atender empresas de todos os portes nos mais variados setores para testar todo o ambiente digital e superfície de exposição de ataque de forma prática e com exercícios reais de Red Team para entregar uma análise completa dos riscos digitais.
“Sempre foi meu sonho, eu sempre tive a ideia de ser uma empresária, de conseguir realizar as coisas da melhor forma possível. O Gabriel entrou em contato comigo, a gente conversou, e estamos aqui. No geral, desde o passado, desde a época que comecei a estudar, já tinha a ambição de conquistar algo a mais do que apenas ter o conhecimento técnico, buscando também desenvolver habilidades gerenciais”, aponta a executiva.
A ViperX será liderada por um trio experiente e diversificado. Gabriel Paiva, investidor e acelerador de startups de tecnologia e fundador da Dfense Security, assume a posição de CEO. Caio Conrado, com uma década de experiência executiva e papel importante na Dfense Security, será o CRO, enquanto Alexa Souza será a CTO.
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