Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Fonte:|efa-ns-tecelagem-safurdao.blogspot.com|


Este trabalho tem como finalidade demonstrar um pouco a história da evolução dos teares de Jacquard, desde o cartão perfurado até ao computorizado, quem o inventou, quem o desenvolveu até aos dias de hoje.

Joseph-Marie Jacquard, nasceu a 7 Julho de 1752 em Lyon França, filho de tecelões e, ele mesmo, um aprendiz têxtil desde os dez anos de idade, Jacquard sentiu-se incomodado com a monótona tarefa que lhe foi confiada na adolescência: alimentar os teares com novelos de linhas coloridas para formar os desenhos no pano que estava fiado. Em 1804, Joseph-Marie Jacquard construiu um tear inteiramente automatizado, que fazia desenhos muito complicados.

Esse tear era programado por uma série de cartões perfurados, cada um deles controlando um único movimento da lançadeira. Para mudar o desenho, o conjunto de cartões era substituído. Suas características essenciais continuam presentes até hoje nos modernos teares. Tear de Jacquard foi o primeiro dispositivo a usar cartões perfurados para armazenar uma sequência de acções previamente concebidas, ou seja, o primeiro dispositivo programável da história da humanidade. Um conjunto de cartões perfurados que podia “armazenar” uma complexa combinação de acções do tear cujo resultado seria um tecido com uma textura delicada e complexa, cujo valor dependia de sua beleza. E toda a dificuldade consistia na criação da textura, ou seja, na perfuração dos cartões. Pois a fabricação propriamente dita, ou seja, a tecelagem, era simples, já que não era necessário ser um tecelão habilidoso para reproduzi-lo. Esse modelo, utilizado até a actualidade, foi declarado de utilidade pública na França em 1806.
A sua introdução nas fábricas provocou, contudo, a hostilidade dos tecelões, pois seu manejo requeria um só operário, enquanto os modelos anteriores exigiam três ou mais. Apesar disso, em 1812 a França já utilizava cerca de 14.000 máquinas Jacquard.
Com o invento de Joseph Marie a produtividade das tecelagens aumentou extraordinariamente. Um bom Tear de Jacquard, mecanizado, poderia tecer diariamente dez metros lineares de um tecido de seda com uma textura complexa. Entender que a produção poderia ser multiplicada quantas vezes se quisesse reproduzindo o jogo de cartões correspondente à textura desejada e instalando um jogo em cada tear, imitando aquilo que hoje conhecemos por “computação paralela”. Os Teares de Jacquard funcionaram durante quase dois séculos (alguns funcionam até hoje) sem qualquer alteração conceitual significativa, apenas aproveitando melhorias na técnica de fabricação industrial.

De forma resumida, este tipo de maquineta de cartões perfurados era composta por uma série de cartões e uma maquineta que procedia à sua leitura, assim sendo a leitura do cartão era efectuada com a ajuda de umas hastes as quais se movimentavam de acordo com a existência ou não de uma perfuração, isto é, na figura A podemos visualizar o cartão perfurado (cor amarela) composto por 8 fios dos quais as posições 1,2,4,6,8 irão desencadear a subida dos respectivos fios da teia e as posições 3,5 e 7 não irão subir. Pode observar o ultimo passo deste processo, o qual se destaca na imagem os fios da teia em posição de “pica” e as hastes levantadas e engatadas na barra.

Hoje, Teares de Jacquard são raros e usados apenas em tecelagens artesanais.
Se entrarmos numa tecelagem moderna vemos máquinas poderosíssimas, inteiramente automatizadas, tecendo milhares de metros de pano com diversas texturas, mas não vemos sinal de cartões perfurados. Eles foram substituídos. E o mais irónico é que foram substituídos justamente por seu descendente longínquo, porém directo: o computador. O que se vê é justamente o esquema de uma textura complexa (uma manta ou cobertor) no ecrã do computador usado para ajustar os parâmetros do programa que controlará o tear que a irá tecer. A sociedade passou por um marco evolutivo quando surgiu a automação da maquineta mecânica criada por Jacquard. Pois, como o conceito dos cartões perfurados, ele criou as bases de controlo de programas em que se apoia toda a informação. O avanço da sociedade ocorreu, pois com a automação se produziu mercadorias em maior quantidade, com melhor qualidade e a preços menores. A invenção de Jacquard ainda é útil nas máquinas de tecelagem, e de fabricação de malhas nas quais os cartões perfurados ainda permitem a construção de desenhos e figuras nos tecidos. Caso os debuxos a executar sejam muito complicados e excedem a capacidade de quadros de liços possíveis a utilizar pelo tear, deverão utilizar-se maquinetas do tipo Jacquard.Com este mecanismo inventado, os teares passam a tecer estampas mais complexas. Esse processo é utilizado até nos dias actuais, com o auxílio dos recursos da informática. Nos dias de hoje, não há praticamente nenhum padrão, impossível de se fabricar, desde os padrões mais simples aos mais complicados.

Tear de Jacquard - 1804

Os cartões são visiveis na parte superior da fotografia 
Finais do Séc. XIX 

imagens:din.uem.br



Bibliografia: maquineta de Jacquard
www.wikipedia.org/wiki/Joseph-Marie_Jacquard
www.cognitex.pt/index.com

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Comentário de Sam de Mattos em 6 fevereiro 2011 às 21:54
To veio, Erivaldo. Ja vendi Sulzers ainda com cartao perfurado! A India ainda esta cheia deles funcionando.SdM
Comentário de luis carlos em 6 fevereiro 2011 às 16:25
muito bacana aqui na região onde moro Brusque em Santa catarina ainda se ve muitos teares com maquinetas jacquard,algumas modernas mas outra nem tanto. existia ate fabricante local de maquinetas .otima materia
Comentário de iara rodrigues da cunha em 4 fevereiro 2011 às 18:54

Oi Erivaldo...muito interessante a história da evolução. Não resisti e estou postando duas fotos antigas.

um abraço

Tear de Jacquard - 1804

Os cartões são visiveis na parte superior da fotografia 
Finais do Séc. XIX 

imagens:din.uem.br

 

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