Ainda no rescaldo dos desfiles de moda masculina na capital britânica (ver Homens ousam em Londres), a Mintel revela um seu estudo sobre este segmento, em plena ascensão.
Em 2016, o mercado de moda masculina no Reino Unido alcançou os 14,5 mil milhões de libras (aproximadamente 16,5 mil milhões de euros), segundo esta nova pesquisa da Mintel, crescendo cerca de 2,8%, ou seja, duas vezes mais do que o mercado de moda feminina, que subiu apenas 1,3%, para os 27,25 mil milhões de libras.
Não obstante, o menswear ainda representa apenas 27% do mercado total de vestuário no país.
De olhos postos nos millennials
À medida que os consumidores mais jovens começam a comprar cada vez mais vestuário, vão procurando retalhistas capazes de dar resposta, com um quinto (21%) dos consumidores com menos de 25 anos a desejar coleções atualizadas com maior frequência.
Considerando essa mudança de atitude em relação ao guarda-roupa, as previsões da Mintel são de que o menswear cresça cerca de 12,3% entre 2016 e 2021, alcançando assim os 16,3 mil milhões de libras.
«Cada vez mais retalhistas e marcas foram aproveitando o crescente mercado de moda masculina, expandindo a sua oferta, bem como lançando lojas e websites independentes dedicados à moda masculina», afirma Tamara Sender, analista de moda da Mintel. «À medida que mais retalhistas vão entrando no mercado de moda masculina e os homens têm maior escolha de produtos, estilos e silhuetas, o sector está a tornar-se mais competitivo. Os millennials também estão a ficar cada vez mais exigentes, exigindo peças de qualidade superior, coleções atualizadas com mais frequência e designs únicos», explica Sender.
Boom no calçado desportivo
Comparativamente ao género feminina, os homens mais jovens compraram mais calçado no último trimestre (47% do sexo masculino entre 16 e 24 anos, contra 45% do sexo feminino na mesma faixa etária), com a crescente popularidade do calçado desportivo a conduzir as vendas de calçado de homem.
Enquanto isso, os homens entre os 25 e os 44 anos ultrapassaram as mulheres da mesma idade quando se tratou de comprar roupas nos três meses até dezembro de 2016 (47% dos homens entre os 25 e os 44 anos contra 43% das mulheres).
Foram também mais os homens a concordar que vale a pena pagar mais por vestuário produzido na Grã-Bretanha, com 42% dos consumidores masculinos a partilharem esta opinião em comparação com 37% das mulheres inquiridas. Na verdade, a vontade de pagar mais por vestuário produzido localmente atingiu o pico no ano passado junto dos homens entre os 25 e os 34 anos (62%).
Mais de um terço (36%) dos consumidores masculinos mostrou-se interessado em tecidos mais ecológicos. O número sobe para dois em cada cinco (40%) nos homens posicionados numa faixa etária entre os 16 e os 34 anos.
A pesquisa revlou também que um em cada quatro homens (26%) gostaria da opção de comprar vestuário diretamente das redes sociais.
Uma questão de tamanho
Com a crise da obesidade a apontar a necessidade de tamanhos maiores, cerca de 13% dos consumidores masculinos afirmaram que gostariam de ter mais tamanhos plus-size. No outro extremo da escala, um em cada 20 (6%) gostaria de ter tamanhos mais pequenos.
Com os homens a apostarem cada vez mais no vestuário casual, quase três quintos (58%) concordaram que os estilos desportivos são práticos para o uso quotidiano. Os homens mostraram-se mais propensos do que as mulheres (50%) a concordar com isso, destacando a importância do vestuário desportivo para o mercado de moda masculina. Três em cada 10 (30%) homens com idades entre os 16 e os 24 anos e cerca de um quarto (23%) de homens na faixa etária entre os 25 e os 44 anos compraram roupas desportivas nos últimos três meses.
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI