Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Todas as empresas de uma forma ou outra tem critérios formais ou informais para avaliação periódica de seus funcionários. Não é difícil encontrar uma pessoa que não tenha vivenciado a implantação de um programa de avaliação de desempenho.

 

Um determinado dia, em que debatíamos quais critérios seriam usados no programa periódico de avaliação, alguém sugeriu que colocássemos a honestidade como um dos itens de qualidade pessoal.

 

Sem aparente razão, fez-se um longo silêncio na sala e nem mesmo o questionamento do facilitador da reunião provocou qualquer reação imediata.

 

Passado o momento de reflexão, um dos integrantes do grupo de avaliação de critérios fez a seguinte pergunta: - Vocês colocariam suas contas bancárias sob a administração de uma pessoa que fosse 99% honesto? A rejeição foi imediata.

 

Logo em seguida veio outra pergunta: - Como avaliar a honestidade?

 

Imediatamente um dos integrantes do debate respondeu: - Honestidade não se mede por graus. Uma pessoa é honesta ou não.

 

A seguir veio a pergunta fatal: - O que é ser honesto?

 

Essa pergunta desencadeou um grande debate, com todos tentando falar ao mesmo tempo, fazendo perguntas em busca de respostas.

 

Como se conceitua a honestidade?

 

Imediatamente surgiu um dicionário e foram lidos os sinônimos de honestidade: integridade, inteireza, justiça, probidade, retidão, honradez, dignidade.

 

Seriam estes sinônimos suficientes para nos dar uma visão completa e ou conceituar honestidade?

 

Estaria honestidade ligada a conceitos e valores culturais?

 

Honestidade está relacionada a valores estabelecidos por comunidades em determinadas épocas e são mutáveis?

 

Os avanços tecnológicos e dos costumes podem ter efeitos nos conceitos que determinam o que é ser ou não honesto?

 

Honestidade é algo ligado ao caráter de cada pessoa ou é algo que se aprende?

 

O que seria necessário para um treinamento de honestidade e quem poderia ministrar as aulas?

 

Novo silêncio reinou na sala, quando um engraçadinho fez a seguinte pergunta: - Quem se candidata a professor de honestidade?

 

Silêncio por constrangimento? Não, simplesmente porque não parecia possível determinar com exatidão o que é honestidade.

 

O debate seguiu, abordando desde objetos encontrados e perdidos no banco da praça ao estabelecimento de lucros pelas empresas.

 

Uma caneta encontrada num banco de praça deveria ou poderia ser usada por quem a encontrou ou isso seria desonestidade?

 

Um empreendimento voltado à assistência à comunidade, com objetivo apenas de ajudar as pessoas, deveria ou poderia ter lucro nas suas operações?

 

Em um debate como esse não faltam opiniões, exemplos, recomendações, a dificuldade é o consenso, dizia um dos integrantes.

 

Para piorar a situação veio outra pergunta: - Honestidade é algo que demanda consenso?

 

Por falta deste, alguns queriam debater mais, outros queriam deixar a questão para uma próxima reunião, outros não aceitavam as divergências de opiniões e queriam tirar o quesito da avaliação.

 

No momento em que o país passa por ondas de denúncias, debater o que é honestidade pode não resolver nossos problemas, mas certamente coloca um pouco de luz nos nossos valores pessoais e estabelece alguns limites para conduta.

 

Talvez nas próximas eleições todos nós nos motivemos à refletir um pouco mais sobre as pessoas que colocaremos para cuidar da nossa conta bancária, fruto da arrecadação dos impostos.

 

Sim, essa conta bancaria é nossa, não duvide nunca disso.

 

Dinheiro nosso com um único objetivo: “Bem estar coletivo, ainda que assim não seja usado”.

 

Ivan Postigo

Diretor de Gestão Empresarial

Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

Fones (11) 4526 1197 / (11) 9645 4652

www.postigoconsultoria.com.br

Twitter: @ivanpostigo

Skype: Ivan.postigo

 

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