Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|jbonline.terra.com.br|

Natalia Pacheco, Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Apesar da indústria ter registrado crescimento mês a mês desde fevereiro, o setor vai fechar o ano no vermelho em relação ao salto chinês do ano passado. Representantes dos segmentos mais afetados pela crise preveem o segundo semestre mais promissor do que o primeiro, mas não o suficiente para anular os efeitos da crise financeira no volume de produção e vendas em 2009.

Representantes da indústria têxtil e de máquinas e equipamentos acreditam que 2010 será um ano melhor e por isso os números serão positivos, mas atingir o mesmo nível do crescimento de anos anteriores – como o setor de confecção que expandia, em média, 5% ao ano – vai demorar cerca de três anos.

Alguns segmentos ainda estão demitindo, como o setor de máquinas e equipamentos, que já fechou 23 mil vagas desde o início da tormenta econômica e não vai conseguir recuperar todos esses postos de trabalho no próximo ano, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto.

– O setor ainda está na UTI. A recuperação ainda é muito lenta – disse Aubert, ressaltando que o faturamento da indústria de máquinas caiu, em média, 25% de janeiro a julho deste ano.

O pior momento do segmento foi em janeiro, quando o faturamento despencou 40%. Mas em alguns sub-setores, a queda foi muito maior. As produtoras de máquinas de móveis de madeira viram o faturamento cair até 70% e as de tornos e furadeiras mais de 50%. A principal causa dos meses amargos foi a redução das exportações em 40% no acumulado até julho. Nesse setor, as vendas externas são responsáveis por 30% do faturamento das empresas.

Em 2008, a indústria de máquinas e equipamentos faturou R$ 85 bilhões, sendo R$ 25,5 bilhões provenientes das exportações. A previsão do presidente da Abimaq para este ano, é que o faturamento seja de 15% a 25% menor, ou seja, entre R$ 70 e R$ 60 bilhões.

– O crescimento de cerca de 1% que registramos mês a mês é resultado do mercado interno, que já dá sinais de melhoras. As vendas externas ainda estão muito longe de aumentar – explicou Aubert.

O mesmo acontece com a indústria têxtil e de confecção, apesar de o varejo brasileiro amenizar as quedas do setor. Até julho, a produção do segmento caiu 10%.

– As vendas vão aumentar no segundo semestre, mas não vamos recuperar essa queda de 10% do primeiro – afirmou o diretor da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.

Bens de capital

Os representantes da Abimaq e da Abit dão a mesma explicação para a queda das exportações, fora a queda da demanda em função da crise: a valorização do real sobre o dólar. Com a depreciação da moeda americana, os produtos estrangeiros se tornam mais atraentes do que os brasileiros, que registram maiores custos de produção em função da alta carga tributária e da mão de obra.

Os dois setores temem a invasão de produtos asiáticos no Brasil, já que apresentam preços mais atraentes. Para combater isso, a Abit e Abimaq negociam com o governo medidas para acelerar a agenda de competitividade do Brasil, como incentivo de investimentos, programas de ampliação da exportação e redução dos custos de produção. Apesar dessas medidas, Pimentel ratifica a necessidade de elevar a cotação do dólar frente ao real.

– O câmbio não pode ser livre com taxas de juros altas. Isso estimula a entrada de capital especulativo e derruba as vendas externas do país – disse o diretor da Abit.

Siderurgia e mineração

A produção de aço bruto de janeiro a julho deste ano já cresceu 54%, mas a produção acumulada quando comparada a de 2008 ainda amarga queda de 36,9%, de 20,6 milhões de toneladas no ano passado para 13 milhões em 2009.

A produção mês a mês, segundo dados do Instituto Aço Brasil, cresce, em média, 2,5%. No entanto, a maior alta aconteceu de junho para julho, 28,5%. Isso é um sinal que o setor está em recuperação, mas atingir o nível de 2008 é um passo além da conjuntura atual, dizem analistas. A produção de julho foi de 2,496 milhões de toneladas, ante 3,234 milhões de tonelada em igual mês do ano passado, uma queda de 22,8%.

E engana-se quem pensa que a redução das vendas ao mercado externo foram maiores do que as do mercado interno. No primeiro caso, no acumulado de janeiro a julho, a queda foi de 21,9% contra 38,7% para o mercado nacional.

As exportações brasileiras caíram 28,2% no período e somaram 4,3 milhões de toneladas ante 6 milhões de toneladas nos primeiros sete meses de 2008. Em contrapartida, as importações cresceram 1,9% de janeiro a julho, de 1,270 milhão de toneladas em 2008 para 1,294 milhão de toneladas neste ano.

– As importações ultrapassarem as exportações desse setor é um perigo. Isso quer dizer que corremos riscos de desindustrialização do país, ou seja, menos empregos, renda, tecnologia. É um retrocesso – destacou Luiz Aubert Neto, da Abimaq..

As mineradoras vão pelos mesmo caminho das siderúrgicas, recuperação mês a mês, mas com chances mínimas de reverter os números negativos deste ano.

A produção de minério de ferro da Vale no segundo trimestre recuou 26,1% frente ao mesmo período de 2008. O lucro líquido caiu de R$ 7 bilhões no segundo trimestre de 2008 para R$ 1,4 bilhão neste ano, queda de 81,5%.

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