Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|escadaedesenvolvimento.wordpress.com|

O novo polo pernambucano abandonou o status de virtual com o início da pré-operação de duas máquinas de texturização da PetroquímicaSuape

Adriana Guarda // Jornal do Commercio


A indústria têxtil de Pernambuco, que fez tradição com base nos fios de algodão, está ganhando uma nova roupagem na era do poliéster. Alinhavado desde 2005, o polo petroquímico-têxtil abandonou o status de projeto virtual com o
início da pré-operação das duas primeiras máquinas de texturização da
Petroquímica Suape (PQS), no final do mês passado. Os equipamentos foram
acionados com pompa e circunstância pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
durante solenidade para mais de 8 mil convidados, no Complexo de Suape.

Texturizadora

Passada a euforia da cerimônia, a reportagem do JC esteve na PQS para conhecer o processo produtivo. Com o funcionamento das máquinas, o projeto ganha forma e deixa de soar apenas como uma sopa de letrinhas para os leigos no setor.
A complexa cadeia do poliéster, acostumada a soletrar siglas como PX, PTA, PET e
POY, vai do petróleo até a camisa de um time de futebol.

Subproduto do petróleo, a nafta é usada para fabricar um líquido chamado paraxileno (PX), que serve de matéria-prima para a produção do ácido tereftálico purificado (PTA) – uma espécie de pó branco (ver arte). O PTA é transformado em
polímeros (pedacinhos de plástico) que, dependendo do tipo e da gramatura, vão
seguir para a indústria de embalagens ou para o setor têxtil. No segmento de
embalagens, as resinas viram matéria-prima para a produção de garrafas PET,
filmes e slides.

Na atividade têxtil, os polímeros se transformam num fio preliminar – o POY –, que se parece com um náilon bem fininho. Sem tratamento, o fio de POY não serve para fazer tecido. É exatamente essa espécie de amaciamento (formalmente
chamado pelo setor de texturização) que fará as 64 máquinas da
PetroquímicaSuape, das quais duas foram inauguradas pelo presidente Lula. Depois
de texturizados, os fios seguem para as tecelagens e outras indústrias, onde vão
se transformar em produtos finais como roupas, cintos de segurança, carpetes,
cordas e outros.

Com investimento de R$ 4 bilhões, o complexo petroquímico da PQS é formado por três fábricas: PTA, PET e POY, garantindo uma integração da cadeia produtiva. A expectativa é que as plantas entrem em operação até o final do
próximo ano. A texturização foi a primeira a funcionar, com duas máquinas, e até
o final do ano devem entrar em operação outras três. O parque completo, com as
64 texturizadoras, estará acionado em agosto de 2011. Só na Ásia existe um
complexo com dimensões semelhantes. O gerente-geral de fios de poliéster,
Octávio de Oliveira, explica que, enquanto a fábrica não fica pronta, o POY para
a produção dos fios texturizados será comprado da Índia, China e Indonésia.

Bobina de poliéster

Importadas do Japão ao valor de US$ 1 milhão cada uma, as máquinas de texturização têm capacidade para produzir 130 toneladas de fios por mês. Em cada equipamento é como se funcionassem 240 fabriquetas, produzindo bobinas de fio de
poliéster. A grosso modo é como se as máquinas concentrassem 240 carretéis de
linha em tamanho gigante. “Cada bobina pesa cinco quilos e demora entre oito e
dez horas para encher”, explica Octávio, lembrando que a fábrica vai funcionar
em três turnos de produção. O papel da texturização é, basicamente, aquecer e
torcer o POY para que ele se transforme num fio mais flexível, que possa ser
usado pela indústria têxtil. A unidade da PQS terá capacidade para produzir 200
tipos diferentes de fios de poliéster, que poderão ser misturados ao algodão e a
outras matérias-primas nas tecelagens.

Empresa prepara mão de obra

A PetroquímicaSuape contratou profissionais com expertise no setor para treinar a mão de obra da texturização. Hoje, 74 operadores têxteis júnior (contratados por concurso) estão em treinamento nas primeiras máquinas. “Quando
o parque estiver completo, vamos precisar de 300 profissionais na área”, calcula
o gerente-geral de fios de poliéster, Octávio de Oliveira, engenheiro mecânico
têxtil, no setor desde 1978, com passagem por indústrias como Vicunha e
Polyenka.Graduando em engenharia mecânica mecatrônica pela Universidade de
Pernambuco (UPE), Victor Melo, 23 anos, foi aprovado na primeira turma de
operadores têxteis júnior da PQS e é um dos profissionais em treinamento. “Esse
é o meu primeiro emprego com carteira assinada e espero fazer carreira na
empresa”, aposta, dizendo que nunca imaginou atuar na área e que antes
trabalhava no setor de saúde. Assim como Victor, outros jovens estão se
encaixando nos novos segmentos em surgimento no Estado, como o oetroquímico.

Quarta fábrica

Durante o evento de pré-operação da PQS, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho, aproveitou a presença do presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli para reivindicar a complementação do
polo. “Para fechar toda a cadeia precisamos viabilizar a instalação de uma
unidade de paraxileno”, alertou. A fábrica de PX no Estado vem sendo prospectada
desde o início do projeto. Com a construção do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj), a perspectiva era de que o PX viesse de lá. “Com a
postergação das obras do Comperj voltamos a defender a integração completa do
polo local”, diz o secretário, lembrando que isso vai aumentar a geração de
empregos e os investimentos no Estado.


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Comentário de min em 21 setembro 2010 às 2:34
where is the machines made?

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