Investimento estrangeiro cai e país deve reduzir taxa sobre remessas ( CHINA)

[EDISON BITTENCOURT]

 

 

 

Valor Econômico - 17/07/2012

O Investimento Estrangeiro Direto (IED) na China caiu 3% no primeiro semestre deste ano comparado com o mesmo período de 2011, informou ontem a agência de notícias Xinhua, citando o vice-ministro de Comércio, Wang Chao. O IED chinês totalizou US$ 59,1 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, segundo o ministro, que não especificou um número isolado para o IED do mês de junho. De acordo com analistas, a crise da dívida na Europa, a perspectiva de ganhos menores para o yuan e a desaceleração da economia chinesa podem estar travando os fluxos de capital. Segundo a agência Xinhua, o premiê Wen Jiabao disse anteontem que o país ainda precisa construir o cenário propício para uma recuperação firme. "O fluxo de investimentos externos deve permanecer fraco nos próximos meses, devido ao ambiente externo e às preocupações com a redução do ritmo da economia", disse Dariusz Kowalczyk, estrategista do Crédit Agricole em Hong Kong. "Deve haver alguma recuperação mais para o fim do ano, com uma retomada do crescimento chinês." A expansão do PIB da China diminuiu para o menor ritmo em três anos, com a alta de 7,6% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior. Foi a sexta desaceleração trimestral seguida, seguindo-se a uma alta de 8,1% no primeiro trimestre. Ontem, o jornal britânico "Financial Times" afirmou, sem especificar fontes, que a China reduzirá em até 50% os impostos cobrados sobre as remessas das empresas estrangeiras. O objetivo da medida seria encorajar os investimentos estrangeiros no país. O imposto cobrado poderá cair de 10% para até 5%. A medida, segundo o jornal, também poderá ser aplicada aos dividendos pagos por empresas listadas na China a acionistas no exterior.