Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Investimentos no exterior

 

 

28 de agosto de 2011 | 2h 57

   FONTE: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,investimentos-no-exterior,...

 

 

A internacionalização crescente da economia brasileira não é comprovada apenas pela entrada recorde de investimentos estrangeiros diretos (IED) no País, que alcançaram US$ 38,44 bilhões de janeiro a julho, equivalentes a 79% do total ingressado em 2010 (US$ 48,43 bilhões). Igualmente impressionante é o aumento de investimentos brasileiros no exterior. Segundo o Banco Central (BC), os investimentos de pessoas jurídicas e físicas em mercados externos vêm crescendo aceleradamente, tendo atingido US$ 10,53 bilhões nos primeiros sete meses deste ano, o que representa 91% da soma em todo o ano de 2010 (US$ 11,518 bilhões). A persistir essa tendência, estima-se que os ativos de brasileiros no exterior podem se aproximar de US$ 300 bilhões ao fim deste ano, sem nenhum exagero. Como revelou há pouco a pesquisa Capitais Brasileiros no Exterior (CBE), realizada pelo BC, os ativos totais de empresas e pessoas físicas brasileiras fora do País chegaram a US$ 274,6 bilhões em 2010, apresentando um crescimento de 23% diante de 2009. Isso resulta, na maior parte, de investimentos que um número já significativo de empresas nacionais tem feito em países estrangeiros para expandir-se e poder defender-se dos desafios da globalização.

De fato, a pesquisa mostra que, do total de ativos em 2010, US$ 189,2 bilhões foram investimentos brasileiros diretos (IBD) - originários principalmente de grandes empresas privadas e estatais -, mais de três vezes o estoque registrado em 2001 (US$ 49,7 bilhões). Do total, US$ 169,l bilhões foram relativos à participação direta de brasileiros no capital de empresas no exterior. Essa evolução tem efeitos sobre o setor financeiro, sobre o comércio exterior e sobre a própria cadeia produtiva, cada vez mais ligada ao mercado externo. Pode representar também vantagens para as contas externas, com o progressivo aumento das receitas provenientes de lucros e dividendos, item em que o Brasil é altamente deficitário.

Se os estrangeiros procuram o País para aplicações em renda fixa e em ações, há também uma considerável contrapartida de brasileiros que buscam rendimentos financeiros no exterior. Segundo a pesquisa, os investimentos brasileiros em carteira (bolsa de valores e renda fixa) somaram US$ 37,6 bilhões ao fim de 2010. Para o mercado de ações, foram US$ 14,7 bilhões, dos quais US$ 6,5 bilhões aplicados em Brazilian Depositary Receipts (BDR), ou seja, papéis de empresas brasileiras negociados no exterior.

A valorização do real e a crise imobiliária, particularmente nos EUA, também influenciam o fluxo de investimentos para fora. Como noticiou a Bloomberg, nos 12 meses findos em março de 2011, os brasileiros foram responsáveis por 9% dos negócios imobiliários na área de Miami, aparecendo em primeiro lugar entre os compradores estrangeiros. Segundo investidores ouvidos por aquela agência, o mercado imobiliário nos EUA se tornou muito atraente para os brasileiros, tanto por causa do real forte como porque as ofertas são baratas em comparação com os preços dos imóveis no Brasil. Tais operações são classificadas pelo BC como "outros investimentos", que totalizam US$ 47 bilhões, incluindo empréstimos feitos daqui para fora. Há ainda depósitos de US$ 26,9 bilhões, feitos em moedas estrangeiras.

Chama ainda a atenção o fato de ser a Áustria o país que mais recebe investimentos brasileiros no exterior, com participação de 21,9%. Grande parte dos recursos que vão para o exterior se destina a paraísos fiscais. A Áustria, contudo, deixou a "lista cinzenta" de países que tributam minimamente a renda, a partir de setembro de 2009, tendo assinado 12 convênios de troca de informações fiscais. É possível, portanto, que a pesquisa do BC reflita, em boa parte, uma situação anterior. Seja como for, os paraísos fiscais se destacam como importante destino dos recursos aplicados fora do País, vindo, depois da Áustria, as Ilhas Cayman (17,4%), as Ilhas Virgens Britânicas (8,7%) e as Bahamas (7,3%).

A pesquisa, é claro, trata apenas de valores registrados pelo BC, transferidos para o exterior de acordo com a legislação em vigor.

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