Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Ir a pé ao porto de Santos é mais rápido que levar uma carga de Caminhão

O cenário visto no transporte de carga de MG e SP ao porto de Santos é vexaminoso — e ajuda a explicar por que o exportador brasileiro está perdendo a briga lá fora

Trem rumo a Santos

No trem, rumo a Santos: trajeto por favela, risco de assalto e lentidão são alguns dos problemas à frente de uma carga que vai ao porto

A tarde cai no Guarujá, um dos mais famosos balneários do litoral paulista, quando uma imensa fila de caminhões começa a se formar na avenida Santos Dumont, única via de acesso aos terminais da margem esquerda do porto de Santos. Em poucos minutos, o congestionamento alcança a rodovia Piaçaguera-Guarujá, a 5 quilômetros do local onde as cargas precisam ser entregues. A chegada de um trem complica ainda mais a situação. Parados sobre os trilhos, os caminhões bloqueiam a ferrovia e impedem a passagem
da locomotiva e de 60 vagões.

Não há fiscais orientando o tráfego nem sinalização adequada. O caos faz parte do dia a dia do porto de Santos, principal via de entrada e saída de mercadorias do país. De acordo com um relatório de competitividade do Fórum Econômico Mundial, os portos brasileiros estão numa lamentável 123a posição entre os de 139 países avaliados. Nossas estradas estão em 105o lugar e as ferrovias, em 87o. Os números comprovam o que todos já sabem: a infraestrutura no Brasil é péssima e em nada condiz com o anseio e o discurso oficial de potência econômica.

Nas últimas semanas, a reportagem de EXAME acompanhou a odisseia de duas cargas de exportação, uma saindo do interior de São Paulo e outra, do sul de Minas Gerais, rumo a Santos. Note bem: não fomos ao Acre ou ao Piauí, lugares sabidamente distantes de Santos e com infraestrutura precária. A reportagem se limitou a dois dos estados mais ricos da nação. As distâncias percorridas foram de 220 e 410 quilômetros em cada um dos casos, um passeio no parque diante da dimensão do país.

A época, fora do período de colheita agrícola, também é favorável. Mesmo assim, da porta da indústria à chegada ao porto, vimos de perto muitos absurdos que fazem com que o transporte de cargas no Brasil seja dos mais caros do mundo. No primeiro caso, de Varginha até Santos, foram necessários dez dias para cumprir um trajeto de 410 quilômetros. No segundo — de Limeira a Santos — foram consumidos 12 dias, numa distância que leva normalmente 3 horas para ser percorrida de carro. Ou menos de cinco dias a pé.

 

FONTE: Portal Exame

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Comentário de Sam de Mattos em 14 fevereiro 2011 às 23:26

Isso é uma VERGONHA. E, SE a mercadoria chegar até o destino, o exportador estara sujeito a extravios, a chuvas e trovoadas. Quanto ao importador, vai ter que lidar com um dos mais corruptos portos do Brasil, talvez segundo só para o do Rio. E em cima deste projetado caos, vive os despachantes e fiscais – “experts” em criar dificuldade para VENDER facilidades. E depois perguntam a causa do "custo Brasil". SdM


Comentário de Carlos Roberto Araújo Daniel em 14 fevereiro 2011 às 21:30
Já não sei se o PAC, não é a sigla de "Problemas Acima do Controle", é realmente lamentável, como se pode querer construir uma casa sem ter um boa base, um bom alicerce? É isto que estamos vendo, o desenvolvimento vai travar na falta de base, de infra estrutura, de formação de mão de obra, (já estamos vendo e sentindo), dos apagões etc, etc......e acima de tudo de pessoas no poder que queiram mudar o quadro, e temos que admitir, contribuímos para isto colocando no poder os que aí estão e outros que num passado recente passaram.

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