Praticamente uma escolha padrão no mundo do
velho oeste, protagonista de duelos e empolgantes brigas de "saloon". Assim nosso estimado jeans frequentemente foi representado nas telas do cinema. Uma retrospectiva pelos clássicos, é capaz de contar, com imensa propriedade, como se deu a saga que transformou o uniforme de trabalho dos mineradores no ítem mais "cool" do guardaroupa universal.
Sua função incial, relacionada ao workwear, foi devidamente registrada nos filmes. Mas foram os descolados roteiros de velho oeste, contudo, que o colocaram em evidência nas grandes telas. Filmes de como Stagecoach ("No tempo das diligências"), tipificaram o personagem "cowboy" para toda uma geração, ao vestir John Wayne com um jeans Levi`s 501. Todos os garotos em 1939, queriam vestir jeans para parecer com seus ídolos das telas do cinema.
Porém tal associação não durou muito tempo. Uma imensa porção de adultos nos estados Unidos precisavam usar o jeans durante o trabalho nas fábricas, na época da segunda guerra mundial. Mais tarde, esperava se que abandonassem tal vestimenta em prol de roupas mais pacíficas, mas muitos, simplesmente não o fizeram.
A continuidade dos looks com jeans na era do pósguerra declarava através da roupa o discurso de recusa para com a sociedade, e rejeição às normas sociais. Emergia assim, a essência rebelde do jeans, eternizada pela Touchstone através da composição jeans + jaqueta de couro adotado por James Jean em Rebelde sem causa, que usava uma Lee Rider`s 101, e Marlon Brando em "O Selvagem", que mais uma vez colocou a icônica 501 da Levi`s nas telas.
Mas foi o rei do rock, Elvis Presley, que popularizou o jeans a ponto de tornálo, juntamente com a atitude rebelde, uma palavra de ordem. O filme Jailhouse Rock, gravado em 1957, simplesmente colocou o rei do rock em uma cela de prisão, vestido com look da Levis. A coreografia genial, e o jogo de "quadris" do rei, junto à sua voz eternizada na história mundial da música, influenciaram (e continuam influenciando) toda uma geração. Na época, o vídeo simplesmente levou uma massa de adolescentes à adotarem o visual. Como desdobramento, na época, a Levis lançou a linha Elvis Presley Jeans, tornando possível aos fãs de Elvis, vestirem exatamente o mesmo modelo. As vendas, na época, simplesmente quadruplicaram.
Temos ainda o exemplo bastante juvenil, do filme Blue Denim, de 1959, colocou para a sociedade o tema da gravidez na adolescência. Na época, muitas cidades e escolas baniram o jeans da indumentária dos jovens, pois associaram a peça à juventude delinquente e problemática. Como resposta, companhias como Cotton Council, realizaram diversas campanhas colocando o jeans como algo apropriado ao ambiente das escolas, e associado ao bom comportamento dos jovens.
Já entre os anos 70 e 80, a indústria cinematográfica associou fortemente o jeans à uma identidade masculina agressiva. Tivemos Clint Eastwood vestindo a peça no visual Jon Wayne na trilogia do Dollar, Jack Nicolson caminhando para um sanatório com seu blue denim no clássico "Um estranho no ninho", e Robert De Niro no filme Taxi Driver como um ex soldado do vietnã que sonhava limpar a cidade de Nova York.
Por fim, temos como exemplo mais recente da aparição do jeans nas telas do cinema, o filme "Quatro garotas e um jeans viajante", cujo título, claramente usa todo o discurso construído por esse eterno jovenzinho da história da moda, para comunicar de maneira suscinta, o lifestyle trabalhado no enredo do filme.
E em reconhecimento ao mais influente astro das telas do cinema e da música que emprestou sua genialidade ao jeans, compartilhamos o eternamente atual e trendy vídeo da coreografia de Jailhouse Rock, estrelada pelo rei do rock, e pelo rei dos básicos da moda.
Por: Vivian David | Imagens: Reprodução
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI