A Fashfinds comercializa peças feitas por confecções do Bom Retiro, polo de moda popular de São Paulo
São Paulo - O Bom Retiro é um dos principais polos de moda popular de São Paulo. Com peças baratas vendidas em lojas muitas vezes sem provadores ou vendedores especializados, a região é também uma das principais fornecedoras de peças para o varejo, que compra as roupas prontas de produtores do local e revendem. Foi pensando em levar estas peças para o comércio eletrônico que a empreendedora Marilia Martins criou o site Fashfinds.
Com investimento de 150 mil reais, Marilia conta que a ideia de negócio surgiu em uma conversa de amigos. "A ideia surgiu e as coisas começaram a conspirar, comecei a conhecer pessoas envolvidas nesse meio sem querer e resolvi pesquisar, ver quem já fazia e como era o mercado", diz.
Segundo ela, há uma fatia de mercado que busca custo-benefício quando compra roupas, buscando peças de qualidade que não custem tanto. "Acho impossível não ter um meio termo entre o que é vendido na Rua José Paulino e as peças por mais de 500 reais dos shoppings", diz. O site está no ar desde 2012 e Marilia é a única sócia. "Um mês depois estava dando retorno e eu segui em frente. Tirar esse viés de que roupas do Bom Retiro não têm qualidade é uma batalha diária", afirma.
Todas as peças disponíveis no site são garimpadas pela empreendedora. "Tem confecções muito grandes que vendem em showroom para lojista e confecções que fazem para grandes marcas. É esse padrão de qualidade que buscamos. Temos o trabalho de curadoria, entrando e saindo de showroom, escolhendo as peças e tem coisas que não vale a pena, mesmo não sendo aquela peça de qualidade duvidosa", explica.
Para conquistar os fornecedores, boa parte deles imigrantes asiáticos, Marilia e sua equipe de quatro pessoas estão de mudança para a região. "Esse ano eu estabeleci como o ano do negócio crescer. Na semana que vem já estamos no Bom Retiro, para estar lá ao lado do fornecedor. E a gente está estudando abrir um ateliê, como se fosse em showroom com hora marcada. Trabalhar um pouco no offline é muito importante para dar certo no online", explica. Para impulsionar o crescimento, a empresa também está em busca de investidores.
Segundo ela, grande parte do seu mercado consumidor vem do Nordeste. "Eles não têm essa associação negativa com as peças da região. Lá eles percebem como coisas de qualidade", diz. A maioria é mulher e tem idade bastante variável. "Eu não queria ter uma consumidora especifica, queria que as meninas de 16 anos pudessem comprar, e a mulher de 50 anos, também. Por isso, eu tenho uma diversificação de perfis, estilos, idades e corpo muito interessante", conta.
Priscila Zuini, de
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