Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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João Paulo Cunha (Foto: Radiobras / Vivamais)

Para João Paulo Cunha, perda de dinheiro e afastamento da vida pública é pena pior que cadeia.

LEIA E SE IRRITE

João Paulo Cunha foi condenado, na forma da lei. Até aí, nada a reclamar. Mas há um ponto que, estando embora na lei, deveria ser discutido: por que a punição deve ser a cadeia? Gente desse tipo não oferece risco de violência; ele não irá colocar ninguém na mira de uma arma.

Ele pode ser deixado em liberdade (ao contrário daquele trombadinha, coitadinho, que roubou muito menos e foi preso – mas que, solto, ameaçaria a vida de outras pessoas).

Deve ser punido, claro; mas é bobagem colocá-lo na cadeia, onde ocupará uma vaga necessária para conter criminosos violentos e nos forçará a gastar dinheiro público – escasso – para vigiá-lo, alimentá-lo, protegê-lo de outros prisioneiros indignados com o comportamento que o levou a ser seu novo colega. E, na cadeia, ele também poderá ensinar aos presos mais coisas ruins que eventualmente ainda não saibam.

Pessoas como João Paulo Cunha sentem muito mais dois outros tipos de pena: primeiro, o afastamento da vida pública, do poder, da vida nos palácios, dos puxa-sacos que correm para abrir-lhe as portas e os chamam de Vossa Excelência; segundo, a devolução do dinheiro desviado, acrescido de multas pesadas e efetivamente cobradas.

Há gente para quem dinheiro é mais importante que tudo, inclusive a liberdade. Que o condenado seja punido exemplarmente, então, da maneira que lhe é mais dolorosa, permitindo que o país seja ressarcido dos prejuízos que teve não apenas com os desvios, mas também com o custo das investigações e processos.

É melhor do que gastar ainda mais verba pública com ele.

 

Irrite-se mais

Devemos agradecer a João Paulo Cunha, Valdemar da Costa Neto (à esq.) e Pedro Henry (Foto: à dir)

Devemos agradecer a João Paulo Cunha, Valdemar da Costa Neto (à esq.) e Pedro Henry (Foto: à dir): não fossem eles, não teríamos o julgamento no STF

E não podemos, em hipótese alguma, deixar de agradecer a João Paulo Cunha o serviço que prestou ao país. Caso João Paulo e outros dois réus do Mensalão, os deputados Pedro Henry e Valdemar Costa Neto, não tivessem insistido em se candidatar, mesmo já estando envolvidos no caso, o Mensalão não teria ido diretamente ao Supremo.

Os casos seriam julgados em primeira instância, sem que o agrupamento dos processos permitisse uma visão de conjunto; e, com amplas possibilidades de recurso a tribunais superiores, a demora na conclusão dos julgamentos seria muito maior, permitindo que quase tudo prescrevesse e o Mensalão enfim se transformasse, como previa a imortal frase de Delúbio Soares (aquele a quem Lula chamava de “nosso Delúbio”), em piada de salão.

fonte:http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/

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Comentário de carlos a. s. sousa em 4 setembro 2012 às 11:51

O que me indigna, é sabe que um trabalhador digno e honesto deve apresentar a uma empresa "folha corrida", "certidão criminal" muitas vezes para receber uma miséria de sálario  e NÃO SE EXIGIR DE POSSÍVEIS REPRESENTANTES POLÍTICOS NENHUM TIPO DE DOCUMENTO QUE PROVE SUA CONDUTA, ADMITIR REPRESENTANTES CHEIO DE PROCESSO NA JUSTIÇA DE TODO TIPO E AINDA POR CIMA SE CANDIDATA A UM CARGO PÚPLICO, "ISTO É UMA VERGONHA", EM OUTUBRO VAMOS BUTAR ESTES HIPÓCRITAS TODOS NO OLHO DA RUA PRA SEMPRE, PARA APRENDER A TER RESPEITO COM O DINHEIRO

DO POVO.

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