Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Marina Silva: ‘nem as mais altas tecnologias dispensam preservação’

Em palestra no Febraban Tech, ministra do Meio Ambiente fez balanço e ressaltou capacidade do Brasil de ser líder de desenvolvimento sustentável.

MARINA SILVAMarina Silva. Foto: Divulgação, Febraban Tech

Para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o Brasil tem capacidade de ser líder e exemplo global no campo do desenvolvimento sustentável, mas isso só será possível com a colaboração entre iniciativas pública, privada e o que ela chama de “setor plural”. O termo, cunhado pelo professor canadense Henry Mintzberg, faz referência à sociedade civil, que ainda não tem todos os papeis claros no que diz respeito à conversação.

“O Brasil vai liderar pelo exemplo e, se estivermos juntos, Belém pode colocar o Brasil no protagonismo internacional de forma extremamente positiva”, disse a ministra, se referindo à realização da Conferência do Clima das Nações Unidas (COP30) que será realizada na capital paraense em 2030.

Em sua fala durante o Febraban Tech, que termina nessa quinta (29) em São Paulo, Marina Silva fez questão de ressaltar que não existe contradição entre desenvolvimento e conversação ambiental. Inclusive porque não existe alternativa que não seja encontrar um caminho para o desenvolvimento sustentável.

“Há mais de 20 anos venho repetindo que não é questão de conciliar, mas de integrar as duas coisas em uma mesma equação”, ponderou ela no palco central do evento. “Não há como ter desenvolvimento sem que tenhamos as bases naturais, mesmo com as mais altas tecnologias, nem como ser duradouro, se não tivemos essa preservação.”

Segundo ela, a emergência climática e a perda de biodiversidade são não apenas necessidades econômicas e sociais, mas imperativos éticos globais, uma vez que a vida na terra precisa continuar para que continuemos nela. E a transição para um novo modelo de desenvolvimento pode trazer um novo ciclo de prosperidade.

Exatamente por isso, na análise dela, nos últimos anos os investimentos em sustentabilidade cresceram tanto. A ministra Marina Silva citou um estudo que diz que nos últimos anos mais de US$ 3 trilhões foram investidos no mundo em sustentabilidade, e que o mundo caminha para uma era de grandes investimentos no tema.

“Temos problemas que são muito grandes, mas com certeza temos muitas respostas técnicas em geração de energia, agricultura de baixo carbono, infraestrutura para desenvolvimento sustentável, mobilidade com eletrificação… Existem muitas soluções. Agora precisamos do compromisso ético para usar esses recursos para fazer essa mudança”, disse.

Esforço governamental

Segundo Marina Silva, o governo federal tem feito esforços também no âmbito do Ministério da Fazenda, que no momento coordena um “plano de transição ecológico” – nome que o conjunto de medidas econômicas de cunho ambiental tem recebido internamente. Sem data para ser anunciado, especula-se que inclua regulamentações para o mercado de crédito de carbono, além de estímulo à fabricação e compra de painéis solares e ampliação da participação de produtos florestais em exportações, entre outros itens.

“Mais de 20 anos atrás eu já dizia que a política ambiental não pode ser setorial. Tem que estar no coração do governo, tem que estar no transporte, na energia, na indústria… todos os setores”, disse ela, salientando que a agenda ambiental nunca esteve tão disseminada no governo federal: são 19 ministérios com estruturas voltadas para ações de sustentabilidade, e 28 com interface direta em agendas de sustentabilidade, clima e biodiversidade.

“O Plano Safra [23/24] ser transformado em agricultura de baixo carbono é uma ideia que surgiu no Meio Ambiente. Eu liguei para o [Carlos] Fávaro [ministro da Agricultura] e em seis meses colocamos o plano de pé”, disse a ministra, se referindo às medidas de redução de juros para empréstimos feitos a produtores rurais de todos os tamanhos que adotarem práticas ambientais.

“O trabalho está muito forte, Fazenda, Desenvolvimento Agrário, Indústria, Comércio e Serviços, Minas e Energia… Claro que existem contradições, não há como não ter. É uma contradição entre modelo antigo e novo, mas nós estamos aqui para superar”, disse ela.

Marcelo Gimenes Vieira

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