Mercado de tecnologia enfrenta queda salarial para iniciantes

[Romildo de Paula Leite]

Após um período de crescimento impulsionado pela pandemia, salários para iniciantes em tecnologia caem.

Imagem: Shutterstock

O mercado de tecnologia no Brasil passa por uma correção drástica após o boom digital desencadeado pela pandemia de Covid-19. Anteriormente promissor, o setor enfrenta agora uma realidade de salários mais baixos e menos oportunidades para os iniciantes. Segundo Filippe Apolo, da consultoria Fox Human Capital, essa mudança é reflexo de um ajuste necessário após demissões em massa e cortes de custos nas empresas de tecnologia.

Em 2022, com o aumento dos juros globais e a redução na demanda por serviços digitais pós-pandemia, as empresas viram-se obrigadas a reestruturar operações e diminuir equipes, afetando diretamente a contratação de novos profissionais. Desenvolvedores e programadores, que antes desfrutavam de salários melhores, agora enfrentam um mercado mais competitivo para os menos experientes.

O guia salarial da Fox Human destaca que os salários para desenvolvedores seniores aumentaram em média 12% de 2022 para 2024, enquanto para juniores e plenos houve uma queda de 14,5%. Isso se explica porque empresas estão buscando eficiência e racionalidade na contratação, priorizando profissionais com maior experiência e habilidades socioemocionais desenvolvidas.

Para compensar, surge no mercado a introdução do “salário emocional”, que engloba benefícios além do financeiro, como assistência médica, transporte e políticas de trabalho remoto, tornando-se uma estratégia para atrair talentos em um ambiente de salários mais baixos. Porém, para muitos profissionais, o cenário atual representa uma transição desafiadora.

Além disso, o impacto da inteligência artificial (IA) também está remodelando o mercado de trabalho, automatizando funções repetitivas e aumentando a demanda por habilidades especializadas em tecnologia. Segundo Apolo, essa transformação pode ser comparável à revolução da internet, prometendo redefinir não apenas como trabalhamos, mas também as competências exigidas no setor tecnológico.

*Com informações d’O Estado de S. Paulo

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