O Dragão Fashion Brasil, maior evento de moda autoral do País, acaba de completar 17 edições sem se deixar abalar pela crise política, econômica e moral que o Brasil atravessa. Apesar da redução de patrocínios, segundo informou a direção da semana de moda, houve aumento de espaços, de atividades e de público. Reforçou, mais uma vez, o legado de descobrir e projetar novos nomes que vão além do brilho das passarelas e passam a fazer parte do representativo universo de mais de 30 mil empresas do setor têxtil e de confecção brasileiro.
É em Fortaleza, capital do Ceará, que está localizada a casa do Dragão Fashion Brasil (nas primeiras edições o evento era realizado no Centro Cultural Dragão do Mar e, por isso, ganhou esse nome). Com o tempo, passou a ser apenas DFB e se instalou em outros pontos da cidade. Já pela segunda vez consecutiva, brilha no Terminal Marítimo de Passageiros da capital cearense, onde aconteceu entre os dias 4 e 7 de maio. Mas, independentemente de onde é realizado, carrega a mesma essência: revelar talentos que representem a moda autoral e, especificamente, a que é produzida naquele estado do Nordeste.
Entre nomes conhecidos e revelados pelo evento como os inquietos Lindebergue Fernandes e Mark Greiner, o line-up do DFB também teve espaço para diversos perfis de criadores. Entre eles, Almerinda Maria (mestre na arte das rendas), Pena Conceito (com 30 anos de história, a marca se reposiciona no mercado e traz coleção baseada em tecidos naturais), Ivanildo Nunes (vestidos de luxo com minucioso trabalho em rendas), David Lee (combina crochês da Círculo com sarja, tricoline, viscose e denim na moda masculina jovem), Gil Braga (estréia no evento com peças leves e transparentes) e André Sampaio (destaque para o trabalho com o jeans encerado com aspecto de couro da Canatiba). No total foram 32 desfiles, incluindo oito finalistas do Concurso dos Novos. Alunos da Unifor(CE) foram os vencedores do prêmio esse ano, seguidos por Faculdade Senai Santo Amaro-SP (2º. Lugar) e IESB-DF (3º. Lugar).
O Dragão cresceu e segue desbravando novos desafios. Promover o intercâmbio cultural com países da América Latina está na lista de prioridades do idealizador e diretor criativo da semana de moda cearense, Cláudio Silveira. Já na edição DFB 2016, sob o tema “Sangue Latino”, alguns “hermanos” vieram mostrar a moda da Colômbia por aqui com o desfile da grife Lenerd. A conexão Brasil-Colômbia também foi responsável pelo “Mano a Mano”, projeto que trouxe ao DFB o I Seminário Internacional de Moda, Cultura e Desenvolvimento, dentro da programação do Dragão Pensando Moda (DPM). O presidente da Abit, Rafael Cervone, participou do painel “Negócios e Mercado: Internacionalização Sustentabilidade, Inovação na Moda com foco em Artesanias”. A ação internacional também contou com a exposição "Artesanías de Colombia", mostra com objetos de moda e design assinados por criadores colombianos. Um grupo com oito jornalistas colombianos foi convidado a conhecer o evento por meio do Texbrasil – Programa de Internacionalização da Indústria da Moda Brasileira desenvolvido pela Abit em parceria com a Apex-Brasil.
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