Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Fonte:|estadao.com.br|

Conhecida como "a moça das borboletas", a costureira Cleonice Maria Moura, de 45 anos, recusa parte dos pedidos da clientela para não perder as noites de sono. "E são nos sonhos que eu vejo os modelos. Acordo e os costuro", conta. Cleonice, que usa como etiqueta das suas roupas imagens de borboletas, aprendeu a costurar no Recife, sua cidade natal. "Costurava escondida, na máquina da minha tia", diz.

Anos depois, já em São Paulo, Cleonice viu a possibilidade de realizar a sua vontade com o microcrédito. "Peguei o primeiro empréstimo de R$ 300 quando ainda morava em Paraisópolis", conta. Com o dinheiro, comprou uma máquina de costura melhor. "A outra era muito antiga."

Desde então, Cleonice é usuária frequente da modalidade de empréstimo. "Quando termino de pagar um, pego outro. Sempre com valor mais alto que o anterior."

Seu empréstimo mais recente, que tem a última prestação com vencimento neste mês, foi de R$ 3 mil. "Já tenho cinco máquinas. Com os novos empréstimos compro o material para costurar."

A qualidade da costura de Cleonice é nítida. "Prefiro fazer roupas femininas. São mais charmosas", diz. Vestidos são a maioria. E os clientes de Cleonice não ficam só dentro da comunidade, como prova da qualidade de seu trabalho. "Hoje vou entregar 1,2 mil vestidos para a Billabong. Também costuro para a Viv L"eroá, AC/DC e outras marcas de shopping."

Conseguir renovar o microcrédito, no entanto, não é para qualquer um. Outro morador da comunidade, Erinaldo de Souza Batista, de 41 anos, ainda não conseguiu convencer seu agente de crédito de que tem condições de pagar um novo empréstimo. Ele trabalha como entregador de compras na comunidade. Para chegar mais perto das casas, ele usa uma Kombi bem antiga. O resto do percurso faz a pé, com as compras nas costas. "Os empréstimos que eu peguei até hoje foram para arrumar a Kombi."

A renovação do crédito é para Batista comprar um novo carro para fazer as entregas. "Carro velho é que nem mulher bonita, só dá dor de cabeça", diz, descontraído.

No total, ele faz 500 entregas por mês. "E se o carro quebra no meio do caminho, tenho prejuízo", diz em voz alta para que seu agente escute. "Estou tentando convencê-lo. Torce por mim?"



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