Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Brasil deverá ter produção recorde de algodão em 2011

Fonte:|tribunadonorte.com.br|

Brasília (AE) - O aumento dos preços no mercado internacional deve levar o Brasil a produzir a maior safra de algodão da história no ano que vem, com a perspectiva do setor de atingir 1,8 milhão de toneladas. A reboque do otimismo em atender à demanda crescente, no entanto, vem uma informação desoladora: a de que este volume corresponde à capacidade máxima instalada do País, levando-se em conta o número total de colheitadeiras no campo. O recorde anterior foi verificado momentos antes da crise financeira internacional, na safra de 2008, quando foi colhido 1,6 milhão de toneladas de algodão.

divulgaçãoRecorde anterior foi verificado momentos antes da crise financeira internacional, na safra de 2008Recorde anterior foi verificado momentos antes da crise financeira internacional, na safra de 2008

A grande preocupação é que, se houver falta de matéria prima, os preços tendem a subir mais para a indústria. E, como sempre é feito, o aumento dos custos é repassado para o consumidor. Como a economia está aquecida, a tentativa deve ser feita com sucesso, mas a consequência é a inflação mais alta, o que significa alta dos juros.

Para produzir mais, será necessário investimento no setor. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Sérgio De Marco, descarta, no entanto, qualquer aplicação nos próximos meses, alegando que a volatilidade dos preços não traz segurança aos cotonicultores de que a procura pela fibra continuará forte como agora. Por isso, primeiro, os produtores estão tratando de colocar em campo colheitadeiras que estavam encostadas desde os tempos da turbulência internacional. Eles sabem que trabalharão no limite em 2011.

Mesmo assim, perspectivas de investimentos apenas serão feitas a partir de julho, quando a produção, que começou a ser plantada ontem, estiver encerrada. Do total 1,8 milhão estimado para o próximo ano, cerca de 1 milhão já foi vendido. A maior parte - perto de 700 mil toneladas - foi comercializada a um preço de US$ 0,75 por libra peso. Aproximadamente 300 mil toneladas, a US$ 1,00 libra peso.

As vendas foram feitas em um momento em que os cotonicultores acreditavam ser esse já um preço bastante compensador. Ocorre, no entanto, que atualmente, a commodity está sendo vendida ao dobro desse valor nesse mercado internacional. Mesmo em um dia de baixa, o contrato de algodão com vencimento em março, o mais negociado, foi cotado em US$ 1,30 por libra ontem.

Para não ficarem reféns do vaivém dos preços de mercado, os produtores querem que o governo arque com possíveis quedas nas cotações do produto tendo o preço de R$ 44,10 por arroba como referência. A proposta foi feita informalmente ontem ao ministro da Agricultura, Wagner Rossi. A intenção é de buscarem informações mais precisas no México, onde há um instrumento de auxílio do governo com foco no mercado futuro.

O modelo da nova ferramenta ainda não está fechada, mas a ideia é que, na outra ponta, quando se verificar aumento dos preços, o ganho seja repartido entre o setor privado e o governo. Os produtores dizem ter conhecimento de que se trata de uma medida difícil de emplacar. Principalmente se o discurso do novo governo, de austeridade fiscal, for realmente efetivado.

O gargalo da oferta já se verifica neste momento. Comprometidos com contratos externos vendidos antecipadamente, os cotonicultores tiveram de abrir mão para as importações do produto sem a cobrança de imposto de importação de 10%. Até maio do próximo ano, a indústria têxtil ganhou o benefício de adquirir matéria-prima sem tarifa justamente porque não há algodão no mercado para a produção fabril doméstica.

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