Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Na queda de braços com Brasília ninguém se entende - Ronaldo Knack

Na queda de braços com Brasília ninguém se entende - Ronaldo Knack


“A linha de R$ 4 bi para financiar plantio de cana só terá um efeito: provocará um grande rombo nas contas do BNDES, pois quem pegar o dinheiro não terá como devolvê-lo” – Comentário de respeitado produtor de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade

Ronaldo Knack

Para quem pensa que a crise do setor sucroenergético já chegou ao fundo do poço, vai aí uma má notícia: a agonia prosseguirá no mínimo até abril, mas também poderá acabar até 6 de junho, quando se encerrará a Rio + 20. Até lá a presidente Dilma Rousseff terá que dizer claramente se é ou não importante manter o mais bem sucedido programa de produção de energia limpa e renovável do planeta.
Ante artigos nossos anteriores, nos quais criticávamos a inépcia dos gestores governamentais em relação à cadeia produtiva sucroenergética, importante e influente fonte ligada ao Palácio do Planalto explica que o problema não está na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e sim no 9º. andar da Av. Brigadeiro Faria Lima, 2179, em São Paulo.
É lá que funciona o ‘QG’ dos usineiros da região Centro Sul, responsáveis pela transformação de 90% produção brasileira de cana em açúcar, etanol e bioeletricidade. Há de se convir que os ‘caras’ são bons na produção, mas quando se metem a falar com quem manda em Brasília, são um problema só. E, por dever de justiça, temos que reconhecer que este problema não é de hoje.
Menezes Balbo – que falta que nos faz! – gostava de contar histórias de Jorge Wolney Attala à frente da Copersucar.
Ele lembrava que Atalla não esperava ser convidado para embarcar nos vôos de presidentes, à época da ditadura militar, que seguiam ao exterior. Na hora do embarque se apresentava e seguia junto com as comitivas oficiais, aproveitando a oportunidade para, além de abrir mercados para o nosso açúcar, afinar suas conversas com os presidentes de plantão.
No final da década de 90, dirigentes da Única – União da Indústria da Cana-de-Açúcar estavam impedidos de ingressarem nas dependências dos palácios dos Bandeirantes (Mário Covas era o governador) e do Planalto (FHC), pelas trapalhadas ‘político-institucionais’ que tinham provocado.
Nossa fonte de Brasília revela que hoje a situação não é muito diferente, embora a presidente Dilma Rousseff atenda um ou outro presidente de grupos do setor sucroenergético de forma individual. “No coletivo, não!”, acrescenta. Ou seja, o que já está ruim vai mesmo piorar nesta lenta agonia que nos separa dos dias de hoje até o mês de abril. Ou junho...
A esperança, dos que pretendem sobreviver até lá, é que o abril não seja o ‘vermelho’, marca do MST. Também até abril o ex-ministro Chefe da Casa Civil e do Planejamento do governo FHC e hoje presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente, terá tempo para conversar com seus ‘pares’ e procurar unanimidade nos pleitos do setor. O que, convenhamos não será tarefa fácil.
A propósito, nossa fonte privilegiada de Brasília faz o seguinte questionamento, que, ao que parece, não é provocativo (ou seria?): “Afinal, qual é a pauta de reivindicações da cadeia produtiva sucroenergética e quais são as políticas públicas que eles preconizam a curto, médio e longo prazo? E, se eles tem as respostas a estas perguntas, por que é que não as encaminharam até hoje a quem de direito?”
Se alguém aí tiver a resposta, por favor nos informe, para que possamos ou refutar estes argumentos ou concordar com eles, tá bom? (Ronaldo Knack é fundador, diretor e editor do BrasilAgro; ronaldo@brasilagro.com.br)

 

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