Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

"Nordeste - Colônia do Brasil?"

A região Nordeste é sem duvida a mais analisada e diagnosticada do Brasil, tanto por cientistas como por pensadores nacionais e estrangeiros. A extensa bibliografia sobre a região tem inicio com a própria colonização do Brasil. A colonização do Brasil se dar a partir da chegada no Nordeste, mas precisamente em Salvador na Bahia, de Tomé de Sousa em 1549 em duas naus, nelas vieram Garcia D Avilla, provavelmente Espanhol e filho bastardo de Tomé de Sousa, chegou ao Brasil detentor do cargo de Almoxarife do Rei, ou seja, seria a pessoa que organizaria a exploração e controle das riquezas do Brasil (Inicialmente no Nordeste). A partir daí Garcia D Avilla parte para a colonização do território do Nordeste, organizando expedições pelo interior, na tentativa de encontrar pedras preciosas e Ouro, e ao mesmo tempo de estabelecer vilas, fundando igrejas (Junto com a Igreja Católica). Famílias inteiras vindas de Portugal, cristãos novos de origem Judaicos ou Islâmicos, empreendedores por natureza, aceitavam o desafio na busca de melhorar de vida e constituir famílias. É importante salientar que essas famílias diferentemente da maioria da população reinante, eram alfabetizadas.

Teodósio de Oliveira Ledo, Militar Luso Brasileiro, ilustra com clareza tais objetivos estabelecidos pela chegada de Tomé de Sousa e Garcia D Avilla, penetrou pelo Interior do Nordeste, estabelecendo Vilarejos e enfrentando os Índios, tornado-se celebre na participação na guerra dos Bárbaros, que foi a revolta dos índios Tapuais, luta que se estendeu das fronteiras de Pernambuco, todo o interior da Paraíba e Parte do Rio Grande do Norte e Ceará.Quando não pacificou os enfrentou tornando-se vencedor.

Essas famílias descendentes do Clã de Teodósio de Oliveira Ledo foram a base histórica da colonização do interior do Nordeste e do Brasil. A geração de Teodósio submetida ao período do poder absoluto do Rei não tinha um sentimento de brasilidade ainda, porém as suas gerações, participaram ativamente dos principais movimentos de independência do Brasil, que ocorreram na região como a Confederação do Equador.O poder político que se estabeleceu no nordeste (Brasil) tem fincadas suas bases nesses movimentos iniciais da época de Garcia D Avilla, através da força econômica da propriedade da terra estabelecida pelas sesmarias cedidas pelo Rei de Portugal em agradecimento pelas conquistas obtidas por essas famílias durante o período colonial.A posse de tais grandes extensões de terras perduraram por centenas de anos, que eram transferidas por herança de geração em geração, associadas a elas o poder político na região advindo do conseqüente poder econômico pelo uso da terra em atividades agro pecuárias mais pelo interior do Nordeste(Semi Árido) e na Zona da Mata Nordestina o poder político advinha dos Engenhos de Açúcar.Porém nada seria para sempre, em determinado período surgiu o Ouro nas Minas Gerais, fazendo com que a sede do Brasil se transferi-se de Salvador para o Rio de Janeiro.É aí que tudo começa, onde tentamos explicar o por que da Região Nordeste ter sido condenada ao subdesenvolvimento, explorada e marginalizada pelo resto do Brasil.

Em qualquer lugar do Nordeste é comum sentirmos como o Nordestino ama o Brasil, como é importante para si a liberdade, e como ele luta bravamente pela sobrevivência, para se manter de pé em ambiente tão hostil e tão sem oportunidades.

O Nordeste foi explorado pelos Portugueses, Holandeses, Franceses, e depois do advento do Café começou a ser explorado pelas outras regiões do País. Nunca teve um plano de desenvolvimento adequado para si, quando o teve privilegiou a Industria do Sul-Sudeste com o advento da SUDENE, essas industrias receberam incentivos econômicos através do 34/18, porém através de mecanismos fiscais estabelecidos para cada R$ 1,00 investidos no Nordeste no período R$ 0,70 voltaram para o Sul Sudeste e enriqueceram mais ainda seus empresários Cafeeiros e pequenos industriais que se estabeleceram em São Paulo através do capital excedente da agricultura cafeeira.É nessa época que o poder político da nação vai de vez do Nordeste para o Sul – Sudeste, e assim a região nordeste será condenada para consumir produtos industriais produzidos no Sul – Sudeste, a elite regional nordestina acuada pela falta de capital excedente na região se cala mediante a agrados ofertados pelo governo central do Brasil, e assim condenou-se toda a região Nordeste a pobreza e altos índices de mortalidade e analfabetismo.

A nossa visão é que será necessária uma revolução, não pelas armas, mas com certeza uma revolução de consciência do povo Nordestino, de tal forma que consiga destruir esse modelo de desenvolvimento imposto ao nordeste, quebrar essas algemas que nos condenam a subserviência e a vermos o progresso passar ao largo de gerações em gerações, a vermos nossos filhos irem embora por falta de oportunidades.

O Nordeste tem consciência de Nação, nunca se negou no atendimento das emergências nacionais, Guerra do Paraguai, expulsão dos Holandeses, Expulsão dos Franceses, expulsão dos Portugueses. Ninguém, nenhum historiador da à devida importância histórica a Frei Caneca tal qual foi dada a Tiradentes, quando uma criança nordestina lê um livro de Historia do Brasil, parece para ela que o Brasil é em Minas Gerais e São Paulo, nos negam o direito de celebrar até os nossos heróis.

É necessário romper politicamente com essa situação que fomos vitimas por circunstancias econômicas, políticas e históricas, o nordeste necessita encontrar por seus próprios meios e interesses, o seu desenvolvimento. Não podemos esperar mais, é chegada a hora de questionarmos o poder central, questionar nossas lideranças, ou criarmos novas lideranças que possam empunhar nossas bandeiras. É aqui onde cruzamos com a terceira via política, o Nordeste para se libertar dessa situação necessita interagir diretamente com o exterior, a taxa de cambio adequada para a economia do sul sudeste, não é adequada para a região Nordeste, o Nordeste detém uma economia com ganhos de produtividade menores que ao do resto do País, por isso estamos escravos economicamente do resto do Brasil, por isso nossa indústria local não se desenvolve, não cria a mais valia necessária para alavancar o desenvolvimento.

Um exemplo claro das iniciativas do governo central do Brasil para desenvolver o Nordeste, que hoje vemos como um golpe contra os verdadeiros interesses do Nordeste, sugerido até mesmo pelo governo Norte Americano no que tange a estabilizar politicamente a região após o advento das ligas camponesas, foi a SUDENE no final da década de cinquenta e início da de sessenta, nota-se então que a pressão advinda da luta das ligas camponesas, fez com que o poder de central do Brasil se mobiliza-se e toma-se a iniciativa.

Estradas no Nordeste fizeram, mas a verdade foram feitas para facilitar a entrada de produtos das fábricas do sul sudeste e vender também veículos das industrias automobilísticas que começavam a se instalar no país.As estradas também facilitaram a tragédia humana que se seguiu com a população Nordestina desesperada por renda e trabalho, caminhavam tristemente em paus de araras para o calvário que foi de se separar de mães , pais, filhos e servirem de escravos a salários de subsistência.

Por incrível que pareça o Nordeste se fosse um país seria uma pais superavitário, pois nos é imposto a subserviência do mercado das industrias Sul Sudeste, o livre mercado não é praticado no Brasil, como falamos antes, a cotação da taxa do Dólar Norte Americano não ajuda a economia Nordestina, a cotação da taxa de Cambio é direcionada para dar competitividade aos produtos do centro sul.O diferencial que poderíamos ter em termos de competitividade , que seria a mão de Obra barata da população Nordestina já foi devidamente capturada pela economia do Sul Sudeste.Como diria FRANCISCO DE OLIVEIRA o estado Nacional foi capturado pelo poder do café no inicio do século a não soltou mais, o Brasil vivi desde então orientado a servir aos interesses da burguesia paulista.

O Nordeste sofre desde muito tempo, em 1624 os holandeses invadiram a Bahia, destruindo as culturas e engenhos, muitos portugueses fugiram para outras regiões do país, levando suas riquezas e famílias.Em 1625 os holandeses foram expulsos deixando atrás de si uma economia seriamente arrasada.Porém em 1630 os holandeses voltaram a prejudicar o nordeste quando invadiram Pernambuco ali permanecendo até 1654, a conquista foi dolorosa, com destruição sistemática de engenhos, culturas que tinham sido estabelecidas pelos portugueses, e assim centenas de milhares migrariam, levando suas riquezas, foi nessa época que se deu não por coincidência mas talvez por necessidade a fuga de muitas pessoas e famílias como a referida acima Teodósio de Oliveira Ledo para o interior do Nordeste, a conquista do interior do Nordeste.Porém em 1666 os holandeses nas Antilhas conseguem obter grande produção de açúcar, provocando o pânico aos engenhos do Nordeste, muito deles fechando, e levando milhares de pessoas para o sul, pois surgiam noticias de descobrimento de ouro.Por sua vez, os ingleses em 1703 passam a dominar o desenvolvimento de Portugal e da colônia, proibindo a fabricação de manufaturas, pelo tratado de Metlen, nesse sentido o Nordeste foi plenamente prejudicado , pois não podia desencadear nenhuma tentativa de produzir alguma manufatura com a ajuda dos possíveis lucros auferidos pela produção açucareira local.Para piorar em 1785 novo golpe fora dado pela Inglaterra e plenamente endossado por Portugal:Todas as fiações são fechadas e os equipamentos existentes na região quebrados.A partir daí o algodão teria de ser beneficiado na Inglaterra.

A partir daí a região estaria inviabilizada, não poderia acumular riquezas nem da agricultura nem dos Engenhos de Açúcar.

Em 1880, ano importante na historia econômica do Nordeste, já tendo perdido o capital financeiro que poderia alavancar as incipientes manufaturas, perdeu a capital e assistia a chegada da corte, trazendo o Rei D.João VI, com imensa fortuna, com abertura dos portos as nações amigas, inaugurando diversas manufaturas, é importante observar que o Nordeste nesse período, nos anos de 1817 e 1824, por duas vezes tentado a Proclamação de Independência, nos parecendo que já daí o centro sul inicia a capturação do Estado, pois os áulicos da corte do Império já da nova capital Rio de Janeiro , já tinham um sentimento de rejeição pelo Nordeste por conta das inúmeras tentativas de independência. Para se ter uma idéia da realidade contrária aos interesses do Nordeste, de 1824 a 1890 o Brasil teria recebido da Inglaterra 70 milhões de libras esterlinas, deste montante o Nordeste ficou apenas com 2% desse total, que seriam gastos basicamente no socorro as vitimas da grande seca de 1877,Mas paradoxalmente nessa época o Nordeste representava 64,4% da receita bruta do Brasil.A grande seca de 1877 viria consolidar a tendência histórica da rejeição no Nordeste.

No final do século e inicio do seguinte entre 1890 e 1920 , depois de falidos os engenhos,e o programa de engenhos centrais ter mostrado sua ineficiência no Nordeste, o Governo Central do Brasil começa a incentivar as usinas no centro sul, agora o Nordeste começa a ser vitimado economicamente pelo governo central, de forma impiedosa. Porém em 1930 Getulio Vargas através de decreto estipula que 60% do mercado nacional deveria ser abastecido pela usinas do Nordeste, porém já era tarde, e esse decreto foi salopado por diversos mecanismos de drenagem econômica.

Na seqüência dos fatos e datas, alicerçados pelo café, entre 1914 e 1918 foram instalados 5936 fabricas em diversas cidades do centro sul, para abastecer as tropas aliadas e ao mesmo tempo substituir as importações que o Brasil necessitava. O Nordeste não tivera esse privilegio, afinal todo o progresso deveria gravitar entre os rendimentos café e da iniciante industria no centro sul.Alem disso é bom lembrar que nessa época os plantadores de café tinham a garantia do lucro, pois tinha uma lei federal que obrigava ao governo pagar a preço de mercado qualquer super produção de café que ocorre-se, assim foi mão na roda para os paulistas enriquecerem e investirem na sua nova industria.O Nordeste por sua vez nunca tivera tal beneficio, nem para o açúcar, fumo,sisal, para nada.

Em 1924, o presidente Arthur Bernardes em seu primeiro ato de governo, foi o de cancelar todas as obras de estado, como açudes, barragens, que estivessem sendo realizadas no Nordeste, e pior, determinava a venda de todos os equipamentos necessários para as obras contra a seca a preço de ocasião. Este presidente achando pouco, com as obras contra as secas paralisadas, o açúcar sofrendo concorrência pesada, restava a cultura do algodão no agreste Nordestino e sertão gerando algum rendimento, convidou então os ingleses a realizarem uma colonização nas terras do Norte do Paraná, com plantações de algodão para abastecer os teares das fabricas paulistas e cariocas, resultado, o algodão nordestino ficou inviável economicamente .Por todo esse período o Nordeste recebera apenas investimentos para obras assistencialistas através do IFOCS.Neste período o centro sul já capitalizado em 1929 pelo café iniciou a transferência deste capital acumulado para o setor industrial, tanto que já em 1930 as estatísticas já exibiam a capitalização industrial paulista.

Quando se iniciou a 2º grande guerra, mas um golpe dramático; os portos orientais foram fechados para o comercio mundial, devendo a produção nordestina ser conduzida para outros portos no Brasil.

Foi nessa época da afirmação do setor industrial paulista que se tem inicio a divisão regional do trabalho, estando na frente das outras regiões no que tange a industrialização e ao mesmo tempo capitalizado pelo café, o centro sul é a região brasileira que mais se relaciona com o exterior, assim ela própria impõe as regras do jogo, ela será a região industrial do Brasil e as outras meras consumidoras, isso foi também facilitado pela revolução de trinta, que derrubou as barreiras alfandegárias entre os estados, pois até então existia um imposto estadual sobre as mercadorias vinda de outros estados, para substituí-lo foi criado um único imposto, o de consumo, para todos os produtos fabricados no pais, nessa época os estados foram também proibidos de legislarem sobre comercio exterior, estava assim criada as condições e as amarras que levaria a economia Nordestina ficar sem capacidade de reação ate os dias de hoje.O estado Nacional com essa reforma tributaria passa a ser capaz de participar ativamente da expansão da nova industria, pois passa a deter em suas mãos parte do capital, que agora sob a forma de impostos, que é a parte da mais valia, e assim passa a financiar obras de infra-estruturas, necessárias para a expansão do seu sócio principal que é a burguesia industrial do centro sul.Estradas, usinas elétricas, urbanização.As estradas possibilitam aos produtos do centro sul se imporem diante dos das outras regiões, e estas regiões obrigadas a consumirem, produtos de baixa qualidade e mais caros que de outros países, a taxa de cambio passa a ser orientada apenas para servir aos interesses da economia nacional ou seja a do Centro – Sul.

Para que haja expansão do sistema capitalista comandado por São Paulo, é necessário a destruição das economias regionais, não poderia ter concorrência, pois se isso ocorre-se o capital não poderia ser centralizado, e nem poderia ser centralizado, o produção industrial paulista não competitiva em termos mundial , precisava de mercado cativo internamente para obter escala de produção.

Em seguida veio uma reforma bancária, praticamente todos os bancos regionais criados no Nordeste capitalizados e surgidos pela exportação do algodão durante o período da primeira e segunda guerra mundiais, foram estimulados a venderem seus ativos para bancos do centro sul, ou foram extintos, e assim o Nordeste se vê mais uma vez rendido ao capital imperialista do centro sul, em seguida naturalmente se da a imposição da cultura, e valores sociais através Dops meios de comunicação, enfeitando ou desenhando uma unidade nacional que faz e fez abafar qualquer sentimento regionalista, e para piorar, a burguesia açucareira junto com os latifundiários remanescentes da época de Teodósio de Oliveira ledo, sentem-se abandonados e entregues a própria sorte,não mais reagem para defender os interesses da região Nordeste, então se associam ao poder político partidário ate os dias de hoje apenas para se manterem no poder e usufruírem das vantagens financeiras e prestigio que os cargos públicos lhe conferem, muitas da vezes como uma maneira de sobreviver.Assim o Nordeste perdeu o poder político sobre os destinos da nação, hoje apenas é objeto de exploração econômica, não consegue mais se utilizar do estado nacional para revitalizar seu desenvolvimento industrial.

Neste período as classes mais pobres do Nordeste, ou seja o meeiro, o lavrador, o operário, vê seus níveis de vida decaírem rapidamente, fruto da expansão do capitalismo industrial do centro sul dentro do Nordeste, causando desemprego, achatamento salarial, tanto na industria como no campo, desta forma esses mais pobres passam a se defender na busca de terra para plantarem, algo que lhes de subsistência, como feijão, milho,etc. Entretanto a expansão do capitalismo do centro sul, impõe também o aumento do valor da renda da terra e o trabalho compulsório, assim se inicia no nordeste o conflito entre os camponeses e os latifúndios, entrando na cena política as ligas camponesas como as de Francisco Julião.

O estado atuando ate aquele momento como sócio da expansão industrial do centro sul, sem fazer parte ativa na economia nordestina sob forma de estatais, se vê impotente diante da situação, e só lhe coube então o papel de apaziguador.

O surgimento da SUDENE devemos entender como a maneira neutra do estado em resolver as tensões sociais latentes no Nordeste e ao mesmo tempo impulsionar mais uma vez as empresas do centro sul aumentando seu capital.

De certa forma estava criado o conflito entre a burguesia industrial do centro sul com os trabalhadores do Nordeste, pois as classes populares sem poder econômico começam a obter espaço político em relação ao enfraquecido das forças políticas conservadoras associadas à pecuária, algodoeira, canavieira e a pequena burguesia urbana do nordeste, criando-se o entendimento unânime a partir dessas considerações da seguinte forma:

Manter a expansão do capitalismo industrial do centro sul sobre a região Nordeste. Cria-se o 34/18.

Favorecer com incentivos o latifúndio-pecuario-algodoeiro e, portanto manter no poder os tradicionais e passivos sócios.

Abertura de novas fronteiras agrícolas no Maranhão, para diminuir as tensões no meio rural.

Só com a revolução de 1964, são que as tensões sociais no Nordeste se resolvem, pela força do fuzil, porém a SUDENE vê-se completamente dominada (já pela revolução), seu superintendente é cassado e destituído do cargo, bem como seus melhores técnicos, passando a ser esvaziada nos anos seguintes. Já em 1963 a nação extirpa 25% da dotação orçamentária para o FISETE. Em 1968 mais 25% para o setor pesqueiro nacional, em 1968 mais 25% para o setor do turismo. A SUDENE VIA-SE reduzida, depois disso a menos de 20% da dotação original, ainda em 1970, o governo federal autoriza o saque de mais de 20% do imposto de renda para a constituição do pro terra, desfalcando mais ainda a região Nordestina. Por fim apenas o 34/18 funcionaria, bem como os incentivos para o plantio de algaroba e servirem para o latifúndio pecuário algodoeiro se manterem no poder. As terras da zona canavieira permanecem intactas, e nova fronteira agrícola no maranhão na época não passou de boas intenções.

Para entender o drama nordestino é necessário partir do principio geral que o Nordeste foi vitima da exploração de outras regiões e países, um saque da riqueza regional, que se aperfeiçoou ao longo do tempo, drenando a capacidade de reinvestimento dos autóctones, acelerando a pauperização regional.

Expropriação Oficial, os dirigentes do governo e seus delegados regionais, incluindo aqui os bancos de fomento, sempre destinaram uma miserável parcela dos recursos federais para o nordeste. Nunca em tempo algum planejaram ou arquitetaram planos de revitalização da economia regional objetivando sua inserção na economia internacional, ao contrario nos escravizaram e nos manipularam por séculos, não se importaram com o drama humano causados pela exploração, mortes de crianças sub nutridas, o analfabetismo crônico, a falta de trabalho digno décadas a fio. Os movimentos políticos existentes no Brasil, pós diretas já, passando pelo PARTIDO DOS TRABALHADORES, PSDB, PMDB, até a presente data não movem e nem abraçam a bandeira da industrialização do Nordeste, ao contrário quando chamados a falar, falam em estimular a indústria do turismo, que para quem usou algum avião europeu para o Brasil conhece muito bem as intenções dos turistas, não é para conhecer nossas praias.

O Nordeste precisa de leis compensatórias para o seu desenvolvimento, mais liberdade para interagir com a globalização, taxa de cambio diferenciada para seus produtos, taxação de importação de produtos de outras regiões, legislar sobre nosso salário mínimo e nossos impostos. Não nos conformamos com as opções que nos dão.

Exigimos a industrialização agora. O Brasil não pode continuar a aniquilar as esperanças e as chances da região desde a época de Dom João Sexto. O Brasil só será uma grande nação caso o Nordeste seja uma região industrial forte e saudável economicamente. No Nordeste todos os dias, morre um pedaço do Brasil que poderia ter sido, vitima do abandono que nos é imposto pelo imperialismo capitalista regional.

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Comentário de Textile Industry em 15 dezembro 2010 às 21:14

Comentário do nosso colega Sam de Mattos

http://textileindustry.ning.com/profile/SamdeMattos?xg_source=profi...

O NORDESTE SENZALA

O ensaio do companheiro Fabrício Leite, foi elucidativo, claro, substanciado pela historia, geografia, antropologia e estatística.
Não há o que discordar dos fatos expostos, mas há sempre algo que poderia ser adicionado, apontado ou, como nesse caso, acrescentado, sob uma ótica distinta.
Primeiro o termo COLONIA, ainda que intrigante não eh semanticamente correto: Eu diria que o Nordeste e uma área NEGLIGENCIADA do Brasil.
Esta negligencia foi historicamente bem explanada, até mesmo na menção (antropologia) do Cristão Novo, que praticamente foi à imigração mais iluminada e forte do Nordeste. Confesso que fiquei surpreso com esta menção e ressalto que a primeira sinagoga DAS AMERICAS ocorreu no Nordeste, em Recife, precisamente na antiga Rua dos Judeus.

Os problemas do Nordeste são vários, incluso os muitos a propósito apontados pelo o amigo Fabrício. Sem dúvida houve uma conspiração de fatos que resultaram no desenvolvimento lento do Nordeste, mas estes fatos, em sua maioria, foram fortuitos e não premeditados. Não houve uma “conspiração” para atrasar o Nordeste.
As terras ficaram exaustas, as ondas imigratórias europeias, certamente preferiram terras mais amenas do Sul/sudeste e com eles houve a renascença da Revolução Industrial - começada pelo Mauá.

Mas quantos aos fatos geográficos e históricos não há nada que possamos fazer a não ser recomeçar uma historia nova e com o pé direito e adequarmos às fertilíssimas terras nordestinas a irrigação artificial e transformá-lo num celeiro do mundo, e.g., Petrolina!
Mas o problema do Nordeste é endêmico, - e de certo modo autóctone - e mais acentuado do que no Brasil em geral. O TRIPÉ SOCIAL básico no Nordeste, cujas pernas são EDUCACÃO, SAUDE e SEGURANÇA, esta no Nordeste ainda mais desengonçado que no resto do país: eh praticamente uma banquete sem pernas!

Quanto à educação: Esse investimento no Nordeste e bem pequeno e insuficiente, comparando-se ao resto do Brasil. Sei que o Presidente Lula tem se preocupado e feito algo nesta área, mas me parece que os resultados não são a contento. O Nordeste sempre será uma “colônia” de políticos, de Senhores de Engenho, e Colônia de uma Oligarquia instituída em seu próprio seio – se a sua população continuar no obscurantismo.
Recapitulemos brevemente a condição do “tripé social” no nordeste:

Saúde: Sem esta perna, não há vida. Não há trabalho. Não há pensamento. O Nordeste em grande maioria busca a saúde em fontes santas e peregrinações e romarias. Ter Fe é boa coisa. Mas sem dispensar o ambulatório ou hospital.

Segurança: É muito precária. Não há segurança para o povo. A lei a parcial e quase sempre do lado do Usineiro ou do Chefe Político local. Numa de minhas viagens a uma cidade interiorana do Nordeste, perguntei a um cidadão como ele se sentia vendendo o seu voto, a sua cidadania Poe uma cesta básica; ele me respondeu: “Muito mal. Deram-me óleo velho, feijão duro, macarrão vencido e arroz com ‘marinheiro’”. O latifúndio ainda está presente no Nordeste, e geralmente poder o judicial local é corrupto e muito subserviente aos poderosos da terra. Verbas da SUDAM e SUDENE que iriam para o povo em forma de desenvolvimento social, foram roubadas.

Há no Nordeste alguns Estados onde meia dúzia de famílias dominam toda a estrutura social, segurança e lei, incluídas. A situação atual não está muito diferente dos tempos das injustiças feita a famílias do Capitão Virgulino - e as atrocidades cometidas contra o Líder Espiritual Antônio Conselheiro.

Finalizando, no Nordeste ainda manda os latifundiários, os arquitetos da Indústria da Fome, Indústria da Enfermidade e finalmente a Indústria da Ignorância e da Sede - haja vista as resistências encontradas ao projeto de irrigação usando somente 2% das águas do rio São Francisco... Parece que o cangaço está fazendo falta como um elemento de equilíbrio social...

E, em conclusão, por que não acabar com a masturbação mental, com a conversa fiada sempre presente, resoluções feitas de esparadrapos e paliativos e fazermos um mutirão gigante, para que de facto essa região seja integrada ao resto do Brasil? Por exemplo, por que não baixar um canal de um dos tributários do Rio Negro mais ao Sul e transformar o centro da caatinga um lago Erie dos trópicos? Ah diria um cínico: “Ideia visionaria, o cara esse é um louco”, é o que sempre respondem os Jesuínos, Albuinos, Genoínos e outros suínos regionais.

Sim Caro Fabrício Leite, o Nordeste talvez não seja uma Colônia do Brasil: mas sim um estado vassalo de uma Casa Grande gigantesca – e colocado em Senzala Institucional.

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