Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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REYNALDO ROCHA

Não se deve temer a verdade. É bíblico. “A Verdade vos libertará!”. Não é assim?

Mas qual é a verdade dos homens? Sei quais não são. Do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra jamais será. A argumentação do assassino demonstra que continua acreditando na mentira.

Não foi ele quem impediu a implantação de um regime de extrema esquerda no Brasil. Foi o povo nas ruas. A derrubada de uma ditadura de extrema direita ensinou que toda e qualquer quebra da legalidade deve ser execrada. E assim aprendemos que deveríamos impedir que outra – de extrema-esquerda – fosse imposta ao Brasil.

A nós, nas ruas, não importava a cor do porco. O essencial era impedir a continuidade da barbárie cometida em nome do Estado e com o uso do mesmo. Sempre quisemos liberdade, dignidade e democracia.

De onde o famigerado Ustra tira a conclusão de que ele seria um “defensor” de nossos direitos, como afirmou no depoimento patético na Comissão da Verdade?

É um anistiado. E em nome do que foi possível ser feito, à época, para dar fim ao pesadelo. Seria salutar que o Brasil passasse a respeitar os compromissos com a história assumidos pelo povo. Ou em nosso nome.

Não propugno a prisão de quem foi anistiado. Anistia é perdão. Foi negociada e não imposta. Foi uma conquista que os que estão agora no poder (e naquela época, onde estavam?) teimam em tentar desprezar, sem entender que desprezam a NOSSA luta.

Mas a Verdade tem que ser dita. Demonstrada e exposta, como antídoto. Ustra foi (e parece continuar a ser) um monstro. Alguém com um grave desvio de conduta. É daqueles que se compraziam com a dor imposta a outros. Com o poder infinito sobre a vida de terceiros.

Acha que quem deveria estar sentado na Comissão da Verdade é o Exército. Precisa explicar melhor o que diz e identificar os alvos que está mirando.

Nada que é erguido sobre mentiras tem a mais remota chance de prosperar. Como a ditadura não prosperou. Foi por isso que as ditaduras — todas — não prosperam. É por isso que democracias centenárias esbanjam saúde.

 

As democracias são eternas. As ditaduras são acidente de percurso, dolorosos e desnecessários. Estes novos tempos pós-ditadura são diferentes dos anos de chumbo.

O que há em comum entre o que vivemos hoje e o que sofremos ontem é a mentira oficial. É indispensável a demonização dos adversários. Se antes éramos os “comunistas” – nunca fui! – hoje somos os “raivosos direitistas”. Nunca fui!

A ferocidade de um Ustra não tem parentesco estreito com a imbecilidade patética de um Delúbio Soares, a arrogância idiota de um José Genoino, a mitomania de um Dirceu ou a megalomania de um Lula. São males distintos. Um é uma besta humana. Os outros são delirantes corruptos.

Mas há como ver nos dias de hoje as mesmas sementes que germinaram no pântano de 1964. A tentativa de censurar a imprensa, por exemplo. O Brasil que se deve amar ou deixar. A idolatria que substituiu generais por sindicalistas. A procissáo de programas nunca executados: antes a Transamazônica, agora o PAC. A compra de apoios da dita classe (desclassificada) política. O emprego de asseclas (antes os milicos, hoje os companheiros). A alteração da história como instrumento de permanência no poder (antes o perigo vermelho, hoje o desprezo pelo que outros fizeram. Pelo que nós fizemos.)

Ideologicamente, cada vez mais o hoje se parece com o ontem.

Sem Ustras, pois isso seria repetir a barbárie! Com a troca da violência física pela violência moral.

Os lulopetistas somente aprimoraram o método.

http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/

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Comentário de julio cesar de souza em 12 maio 2013 às 7:06

  "BRAVO, BRAVO, BRAVO!!! E ASSIM NASCE A VERDADEIRA

   POLÍTICA DO POVO PARA O POVO, MIL VEZES BRAVO!!!"

   SÓ ESPERO QUE O "congressinho nacionalzinho" NÃO

   NOS ENTREGUE DE VOLTA ÀS BESTAS COMO ESTA, "USTRA".

Comentário de Oscar da Silva em 11 maio 2013 às 22:33

Cacête. Mais um "herói".

Em 1968 fui parado por uns policiais na esquina da Marechal Deodoro com a Adolfo Pinheiro e , ao me perguntarem onde estava indo, disse que era office boy e me mandaram embora. Na verdade estava indo me encontrar com um pessoal no Largo São Francisco e o meu maior ato de “terrorismo”,  até então, foi pegar umas bolinhas de gude que o Maguila (o gorila, não o pugilista) e o Ronaldo colocaram na minha mão e jogar nos cascos dos cavalarianos que vieram nos dissipar. Depois, outro ato de “revolta” era andar com uma moeda com a efígie do Luis Carlos Prestes dum lado e uma pomba quebrando uma corrente do outro e a frase "Pela paz, pela Liberdade" no bolso. Acho que era de 1937.

Hoje, quando leio algum "revolucionário" lembro disso. E foi o que acabei de ler: "Pelo que nós fizemos". Apesar de ter nascido no dia de São Tomé, essa é uma estória que não quero ver prá crer e torço prá NÃO virar história.

Como conheço oportunista que debandou para Londres e hoje passa por deportado do regime, oportunista recebendo pensão por ter "sido torturado", salvador da pátria que era idiota e bestas humanas corruptas (não necessariamente nessa ordem), prefiro crer que haja colunistas passando por herói absolutamente por falta do que escrever.

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