O consumidor brasileiro está cada vez mais exigente em suas escolhas. Seja na compra de alimentos ou de eletrônicos, a qualidade e a garantia estão falando cada vez mais alto. E isso é uma boa notícia para os varejistas. Na opinião do mexicano Eduardo Ragasol, presidente da Nielsen Brasil, esta sofisticação do consumo será um dos motores para o crescimento econômico do país.
Além de mostrar que o brasileiro quer mais qualidade, as pesquisas de mercado feitas pela Nielsen têm mostrado às empresas os hábitos, motivações, atitudes e padrões de compra dos consumidores. Ragasol está na Nielsen desde 1988 e assumiu a presidência da empresa no Brasil em 2009. Ele conversou com Época NEGÓCIOS sobre o comportamento do consumidor brasileiro.
A Nielsen divulgou diversas pesquisas recentes sobre o Brasil. Uma delas, por exemplo, aponta que o brasileiro é o 4º mais confiante do mundo. Quais são os motivos para tanta confiança?
Em 2012, o brasileiro vai continuar com índice alto de confiança. Não vemos uma mudança nesse patamar. Há menos desemprego e o nível salarial tem crescido nos últimos anos. Além disso, o brasileiro está confiando mais no governo e nas instituições. O governo de Dilma Rousseff está se fortalecendo.
No varejo como será o cenário neste ano e quais serão as tendências de consumo?
O cenário em geral é positivo para os fabricantes e varejistas. Esperamos um crescimento, mas um crescimento moderado. Por volta de 2,5% no volume do total de vendas no varejo. Isso vai gerar oportunidades de negócios sempre que eles forem mais competitivos, gerando condições melhores de qualidade e preço. O crescimento será especialmente no setor alimentar. O supermercado de porte médio é o que mais está aumentando. O mercado de farmácias também está mostrando crescimento. E o motor dessa evolução tem sido a inovação e a procura por novos produtos e nichos de mercado. Também tem o aumento da sofisticação do consumidor.
Quando o senhor fala em sofisticação do consumidor, podemos então dizer que o consumidor está procurando por mais qualidade? O preço não é mais um diferencial?
O preço continua influenciando, a diferença é que hoje o consumidor está mais disposto a pagar pela qualidade. Os produtos de maior crescimento nos últimos dois anos têm sido aqueles cujas marcas garantem qualidade.
Essa mudança de comportamento tem a ver com o crescimento da classe C?
O consumidor identificado como classe C procura por produtos de qualidade, mas ainda não tem todo o dinheiro para pagar altíssima qualidade. É uma classe emergente, onde vemos um nível de bem-estar que está bem acima do que foi há duas décadas. E isso é uma ótima notícia para a indústria e para o varejo.
E o que o senhor pode falar das outras classes socias?
A classe D também está começando a ter acesso a serviços e ao consumo. Será um novo impulso para o consumo no Brasil nos próximos cinco anos, se a economia continuar na direção certa. As classes A e B vão demandar maior sofisticação, vão exigir produtos de maior qualidade. Temos serviços de grande qualidade, mas estão concentrados em grandes cidades. Fora delas, os serviços ainda são fracos.
Este ano a Nielsen começará a medir a audiência de TV, concorrendo com o IBOPE. A parceria com a empresa brasileira na medição online continua?
Sim, essa parceria está sólida. Não há problema nenhum. Pelo contrário.
Há espaço para concorrer na medição de TV?
O Brasil é um país livre, sempre há espaço. Nada impede a concorrência. Qualquer um pode concorrer.
Por que a Nielsen não faz pesquisa política?
Existem profissionais focados nessas pesquisas. Achamos que essa é uma área que já está bem preenchida por outros concorrentes.
FONTE: Epoca Negócios
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