O crescimento do PIB brasileiro em queda livre
Segundo o IBGE foi de apenas 0,2% no primeiro trimestre deste ano. As pressões inflacionárias continuam muito fortes, apesar do governo dizer o contrário, e a inadimplência continuar batendo recordes
2 de junho de 2012
De acordo com relatório do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), publicado no dia 1o. de junho, o índice (oficial) de crescimento da economia brasileira, no primeiro trimestre, foi de apenas 0,2% e de 1,9% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, muito longe dos 2,7% (oficiais) registrados em 2011. O setor agropecuário encolheu 7,3%, o setor de serviços cresceu 0,6% e a indústria, supostamente, teria crescido 1,7%, o que obviamente mostra que o governo exagerou na maquiagem das estatísticas. De fato, o IBGE incluiu neste segmento a indústria extrativista de minerais, a construção civil, e os setores de gás, água, eletricidade e esgoto. A indústria manufatureira registrou queda de 2,6%.
O consumo do governo aumentou 1,5%, o que se refletiu no aumento dos gastos públicos, e o das famílias 1%.
De acordo com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados), em abril, as vendas cresceram 0,19% até igual ao mesmo mês do ano passado, mas, na comparação com março, caíram 2%. Trata-se de um importante indicador que mostra o fracasso da política do governo do PT focada na promoção do consumo.
A situação é tão crítica que o “sempre otimista” ministro da Fazenda, Guido Mantega, já começou a fazer declarações de que “o crescimento mínimo será de 3%” e que “não seria correto falar em estancamento econômico”, apesar de que nos últimos últimos dias proclamou aos quatro ventos que o Brasil iria crescer 4,5% neste ano.
O aumento das pressões inflacionárias
Os índices oficiais demonstram que a inflação encontra-se muito longe de estar controlada. O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal) da FGV (Fundação Getúlio Vargas), fechou o mês de maio com 0,52%, o que representa um percentual acumulado de 2,72% para os cinco primeiros meses do ano, puxado, principalmente, pelas crescentes altas dos preços dos alimentos.
O principal problema que o governo brasileiro deverá enfrentar será o fechamento das contas neste ano no cenário de estagnação econômica, fuga de capitais, aumento da aversão ao risco pelos capitais especulativos e aprofundamento da crise capitalista mundial, principalmente na China e na Europa, principais destinos das exportações. O governo será obrigado a aumentar o endividamento público, de maneira direta ou indireta (do Banco Central com o Tesouro), e a disparar as emissões de papel moeda sem lastro produtivo, o que certamente aumentará de maneira exponencial as pressões hiperinflacionárias e obrigará ao aumento das taxas de juros.
O Brasil tem uma das economias mais frágeis e expostas à crise capitalista, muito distante da suposta “blindagem” propagandeada pelo PT e a burguesia e muito mais distante ainda da papagaiada que esteve na moda nos governos Lula de que o Brasil estaria caminhando em direção ao primeiro mundo. Os US$ 370 bilhões das reservas soberanas estão aplicados em títulos públicos do governo dos EUA, dos quais o governo brasileiro é o quarto maior detentor, e em bancos suíços principalmente – os rendimentos estão próximos aos 0%, o que implica que os custos de manutenção dessas reservas sejam maiores que os rendimentos; em contrapartida, o governo brasileiro paga uma das maiores taxas de juros do mundo pelos seus próprios títulos.
As medidas do governo do PT representam mais do mesmo – fomento ao consumo em cima de recursos públicos que potencializam as usurárias taxas de lucro do sistema financeiro. Não têm a mínima condição de conter o avanço da crise no País; muito pelo contrário serão fatores que aumentarão a crescente inadimplência e o endividamento público.
O incentivo ao endividamento fomenta as bolhas financeiras
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que as famílias podem continuar se endividando, pois, supostamente o percentual de endividamento estaria em 22% enquanto nos EUA seria de 80%. De fato, trata-se de mais uma manipulação dos dados.
As dívidas das famílias nos EUA, de acordo com a Reserva Federal, representa 115% dos ingressos e, no Brasil, um pouco mais de 40%. Mas o comprometimento da renda dos norte-americanos é menor que 22%, pois trata-se de endividamento a longo prazo. No Brasil, seria de 26% mas somente considerando as dívidas diretas com o sistema bancário, que não consideram as dívidas com cartões de crédito e outras despesas, como com alimentação, moradia, transporte, educação e impostos. Levando em conta as usurárias taxas de juros brasileiras e o baixo nível salarial, o endividamento das famílias brasileiras é muito crítico. O governo do PT, no desespero de tentar promover um certo crescimento econômico, com o principal objetivo de manter o repasse de recursos financeiro para o imperialismo, incentiva o crescimento da bolha financeira.
A disparada da inadimplência
A inadimplência atinge níveis alarmantes. De acordo com o BC, a inadimplência das empresas e pessoas físicas (atrasos acima de 90 dias) passou de R$ 58 bilhões, em abril de 2011, para R$ 79 bilhões no último mês de abril, o que representa um aumento de 35,5% frente a um aumento do crédito de 18% e a um esquálido crescimento da economia. Em abril, representou 7,6% das operações perante 5,7% em janeiro. Para o financiamento de veículos, que é o terceiro em importância, após o petróleo e os alimentos, passou de 2,5%, em dezembro de 2010, para 5,9%, em abril deste ano, com alta em todos os meses, e deverá aumentar ainda mais após os últimos cortes do IPI anunciados recentemente pelo governo.
O provisionamento dos bancos para cobrir o crédito podre (atrasos acima de 180 dias) subiu 24% no mesmo período e atingiu R$ 67 bilhões.
A disparada da inadimplência no Brasil está tornando-se uma situação insustentável e deverá ficar fora de controle no caso de uma nova disparada das taxas de juros, o que é bastante provável que aconteça no próximo período.
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