Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O Fim da Era de Preços de Têxteis em Queda

Fonte:|wp.clicrbs.com.br|

Com o preço do algodão no maior patamar da história, o diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, teve a árdua tarefa, semana passada, de falar sobre o mercado para mais de 200 empresários da região. Deixou claro que o problema não deve acabar tão cedo e que o preço do produto final vai aumentar. Para amenizar, espera que o governo contribua, diminuindo os custos do produtor. Em entrevista à coluna, Pimentel dá dicas aos empresários e fala sobre as negociações na Texfair.


Quais os setores mais atingidos com a alta do algodão?
Fernando Pimentel – Fiações e tecelagem, que consomem majoritariamente essa matéria prima. Existe a tendência de substituir parte do algodão por outras fibras, mas na esteira do aumento do algodão, o poliéster e outras fibras também já estão subindo.

Como não repassar esse custo ao preço final?
Pimentel – É impossível não repassar. A era de preços de roupa em queda, pelo menos nos próximos dois, três anos, não existirá. O mundo se acostumou com roupas cada vez mais baratas. Sofremos mais, porque temos os juros mais altos, carga tributária e custo do emprego muito superiores aos dos nossos concorrentes.

A Abit vai lançar a nova frente parlamentar no Congresso em março. Quais as prioridades?
Pimentel – Desoneração da folha, desoneração total dos investimentos e desoneração total das exportações. No aspecto de concorrência internacional, esses são temas emergenciais. O governo tem que começar já. Ontem.

O que o empresário deve fazer para combater a alta do algodão?
Pimentel – Segurar o máximo possível o caixa, preservar a liquidez, negociar com fornecedores e acompanhar com 20 lentes o mercado da principal matéria prima. Fora, é óbvio, a alteração de mix de produto, com produtos com maior componentes de fibras sintéticas que possam minimizar o impacto.

O problema do algodão pode atrapalhar as negociações na Texfair?
Pimentel – Os primeiros eventos que tivemos no ano foram bem sucedidos. Teremos uma grande queda de braço. As empresas não podem deixar de repassar o custo e o varejo vai ter que entender isso. Os preços no mundo também subiram, ou seja, não é um problema só com fornecedores locais.

Com tudo isso, diminuem os investimentos na indústria? Até quando?
Pimentel – Ano passado foi recorde (US$ 2 bilhões). Vamos ver como vai ficar esse ano. O governo já anunciou que não vai interromper o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), o que já é uma boa notícia. Teremos pelo menos mais dois anos/safra para que esse mercado encontre o novo ponto de equilíbrio, mas nós temos algodão. O Brasil é um grande produtor e temos que fazer com que esse algodão não vá para o Exterior. Isso eu vejo como favorável.

Exibições: 95

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Comentário de MATHEUS ADELINO DA SILVA em 20 fevereiro 2011 às 8:32
São exclarecimentos e opiniões muito importantes para o conhecimento dos profissionais envolvidos nos problemas da falta de matéria prima, a alta dos preços e toda dificuldade em repassar para o produto final. Esta reportagem sera repassada para todos da minha agenda de contatos e todos da area comercial de minha empresa.

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço