Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O FIM DA INDÚSTRIA TEXTIL:

No Blog Textil há um belo texto sobre A Queda de Braço Entre o Setor Têxtil e o Governo: A tônica seria que a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Textil) não consegue sensibilizar o Governo em por restrições têxteis a países como China, Paquistão, Indonésia, Vietnam, Índia, etc., que fazem dumping de seus produtos (e ate tecidos e fios) no mercado brasileiro, consequentemente acabando com a nossa indústria. Eu vejo “o porquê” disso de uma maneira clara e simples, bem como aponto alguns problemas que assolam e nos levaram a esse ponto de penúria.

A posição do Governo em não por restrições aos importados é tão simples que ate peço desculpas por explicar o óbvio aos doutos amigos: A balança de comercio entre Brasil e China, FAVORECE O BRASIL. Se impusermos restrições à China e ela nos retaliando, sairemos perdendo ainda mais: Daí, a coreografia do ABIT em clamar por restrições ao Governo mesmo sabendo que efetivamente não chegará a lugar nenhum.

Agora, o que poderíamos fazer?

(1)    De imediato cortar o contrabando que entra pelas fronteiras porosas e portos corruptos do Brasil. Isso já é feito, diria um amigo. Sim já é feito, mas de maneira teatral, prisões pontais, e esporádicas, meras miçangas para enganar índio e fazer um carnaval para inglês ver. Isso não funciona, pois ate então no Brasil vence a corrupção e a safadeza.

(2)    Uma campanha de esclarecimento ao povo tipo “COMPRE DO BRASIL”. Mas, também isso não funcionaria porque os contrabandistas e maquiladores venderiam o importado com um “certificado de fabricação nacional” falsificado. Esporadicamente um desses contraventores seria pego, pagaria uma pequena fiança e estaria na rua. Moral da historia, no Brasil o crime compensa.

(3)    Educação do povo: Temos outros problemas decorrentes da psique nacional: Somos um povo (de modo geral) sem noção. Eu creio firmemente que os recipientes de Bolsa Família, Bolsa Índio, Bolsa Minorias, Bolsas Mae Solteira, Bolsa Presidiário, Bolsa do Catzo, não leriam a propaganda do “COMPRE DO BRASIL”, e ouvindo-a não intenderiam coisa nenhuma e continuaria comprando o ”importado mais baratinho, que quase não se vê a diferença e faz o mesmo farol” - e é assim que funciona uma nação de ignorantes.

(4)    Melhorar e baratear a produção: Em tese isso e viável é consequência do princípio de oferta e demanda. Poderíamos em teoria fazer artigos melhores e competitivos aos “importados”. Mas isso é impossível: Quem tem fabrica sabe o “custo” de se obter um empréstimo, o “custo” de não fortuitamente multado. O custo de doações de faixas, camisetas e o catzo. Lamentavelmente só poucos líderes de nossa indústria têm uma conta de caixa dois, tipo “mão na roda” para o PT no Banco da Grand Bahamas para receber por fora e nem todos têm coligações partidárias para subsidiar a sua empresa com dinheiro politico, dinheiro do erário.

Dai, enquanto o CERNE do problema, a falta de programação, de leis, de governabilidade, de contenção a corrupção generalizada não for resolvida, estamos todos falando baboseiras e futilidades.

Sejamos francos: As grandes indústrias têxteis sobrevivem, pois seus donos estão diversificados em outros negócios mais rentáveis. Alguns Bancos, outro Grãos, Portos, outros fazem negócios “bom para todo mundo”, com políticos, outros sonegam. Outros trabalham em fundo que quintal a lá Índia e Paquistão, Outros estão na Indústria Textil para Esquentar ou esfriar dinheiro, outros estão com “Factoring” (eufemismo Brasileiro para “agiotagem”) como atividade primaria e a indústria textil e ótima para esquentar grana. Sim, há uns poucos que estão em nossa indústria também por serem idealistas loucos, ou por serem masoquistas: Se matam  de trabalhar no fim do ano trocam seis por meia dúzia.

Cada um de nos que trabalha numa grande indústria privada textil, metalúrgica, siderúrgica, automobilística, etc., somos em potencialmente um problema social para essa indústria que emprega muitos funcionários. Cada funcionário é um potencial “dor de cabeça” aos donos e acionistas dessas grandes indústrias. Pode-se ganhar muito mais investindo em outras indústrias de menos complexidade social. Isso, agregado ao acima exposto, nos põe numa situação extremamente vulnerável agora e mais ainda no futuro.

Talvez ao chegarmos numa situação análoga a da Grécia, Portugal e Espanha, quando somente 50% dos chefes de famílias estiverem desempregados e impotentes para cuidar de sua família, nos deixaremos de estar brasileiramente “muito tristes”, e nos indignaremos. E se essa indignação nos levar as ruas, quebrar o pau e criarmos uma onda de protestos que contagie o povo, algumas cabeças poderão rolar e nosso setor - e outras indústrias - serão ouvidos.

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Comentário de Sam de Mattos em 29 janeiro 2013 às 15:31

Alfredinho: Esqueca o Pano p'ra manga", o IBOPE, o ego. Agora rasgo bem o verbo, de "cojones bien puestos" e com a coragem dos velhos. Dos velhos de RABO SOLTO.

Comentário de Sam de Mattos em 29 janeiro 2013 às 15:29

JUNGER: TO NESTA:www.naocompronadadachina.com.br; Ponha no face book e eu prometro trazer umas duzentas pessoas, irritadas e aborrecidas como nos. Te prometo nao trazer nenhum, "mal parido" que "anda muito triste" com isso e com aquilo.

 

Comentário de Sam de Mattos em 29 janeiro 2013 às 15:26

LUNGER: Faco o mesmo que tu. Gostei de tua acao. Ja somos dois. Uma curiosidade, alias duas: (1) O seu dentista baixou o preco das consultas, refletindo os importados baratos? (2) Esta ele cuidando "pro bono", gratuitamente de alguns pobres? Se nao, por educacao, mando-lhe tomar num local as costas do corpo humano, onde a luz do sol nunca entra.

Comentário de alfredo cardoso Neto em 29 janeiro 2013 às 15:09

Sam, o teu comentario deu pano pra manga.Parabens e um abraço.

Comentário de alfredo cardoso Neto em 29 janeiro 2013 às 15:06

Junger, voce pelo visto é jovem e a muiiiitos anos a mesma conversa era sobre os produtos do Japão, as empresas nacionais não permitiam a entrada de engenheiros japoneses em visita, entrarem nas areas produtivas, pois sempre havia entre eles um japa com memoria fotografica para memorizar sua produção/maquinas.Isto aconteceu comigo na Metisa(Timbó-SC)1975.Eram funcionarios da Komatsu, eu era Gerente da Fiat-Allis. Isto é só pra dizer, que o Japão é uma potencia em maquinas e eletroica, coisa que a China esta no mesmo caminho. Só nos por sua eterna bur-ro-cracia e corrupção, não fizemos o mesmo, pois nossos empregados sempre ganharam pouco como os deles ganham, mas souberam e sabem como crescer, nos oh.....nois temo cumpadre e temos ainda coroneis a mandar na politica.

Comentário de Eduardo Junger em 29 janeiro 2013 às 15:04

Sugiro uma campanha que pode até ser modesta. Pode até nem atingir seus objetivos, mas quietos não ficamos. Morremos lutando.

Pode começar até pela internet e de tanto insistirmos pode entrar na cabeça de poucos aos poucos.

Quem sabe um site do tipo www.naocompronadadachina.com.br. Assim eles não poderão retalhar nosso minério ou soja ou frango (já que a preocupação é esta). Porque não é uma ação de governo . É uma ação do consumidor, de preferência de mercado mesmo... E se mesmo assim nos reatalharem nos minérios, que façam máquinas com plástico ou madeira. Se nos retalharem na soja, que comam arroz...

Comentário de Eduardo Junger em 29 janeiro 2013 às 14:50

Certa vez um amigo meu que é dentista, defendeu a entrada dos produtos chineses baratos. Ele disse que os pobres também tinha direito de consumir. Eu lhe disse duas coisas. Primeiro: As roupas prontas que chegam não são tão caras assim. O importador paga merreca e revende pelo preço que venderia se fosse fabricado aqui. Vá nas lojas de "grife" e peça para ver a etiquetinha "made in...".

Segundo: o camarada só vai entender a dimensão do problema se começássemos importar também dentistas chineses. Imagine se estes dentistas começassem a cobrar a consulta R$ 20. O que ele faria com seu próprio negócio. Sou a favor da China se for igual para todo mundo. Vamos libera tudo!!!

Governo, sindicatos, abit, etc...não espero nada. Alguns tem até boa vontade e uma certa dose ímpeto. Só!

O que tenho feito, solitária e sistematicamente é boicotar. Não compro mesmo. Vou numa loja, peço o que tenho que pedir e na hora de pagar faço aquela perguntinha matadora: é feito no Brasil né? O vendedor (quando é o caso) fica rubro e diz : " não, vem da China!" e falo: "Desculpe, não compro nada da China!" e ele : " Mas porque? É bom o produto e tal..papo de vendedor... e insisto, só compro produtos da indústria nacional...

Muitos fazem cara de espanto. Os que se interessam e saber mais , dou maiores explicações. Tenho ouvido muito a seguinte frase: "o Sr. não é o primeiro...

Comentário de Sam de Mattos em 29 janeiro 2013 às 12:58

 Obrigado Petrus: Nos falta à revolta e indignação. Nos SOBRA a PROCURA DOS CANAIS COMPETENTES: Muito cedo em minha vida descobria algo sórdido: No Brasil, esses tais chamados de "canais competentes" são: (1) Incompetentes e venais; (2) Via de regra desembocam em nossos canais anais.

Comentário de petrúcio josé rodrigues em 29 janeiro 2013 às 12:46

todos os  comentários estão dentro do que todos estamos falando: tipo, "samba de uma nota só".

parabéns Sam de Mattos, o âmago da  questão é justamente o que resulta  do teu comentário: 

todas  as  tralhas industrializadas com mão de  obra tipo escravo, nos  estamos  comprando, e  com a  anuência do Governo.

falta-nos patriotismo, falta-nos  coragem para  brigar por nossos direitos. entretanto, falta: RACIONALIZAR OS SISTEMAS  E APERFEIÇOAR OS MÉTODOS, VISANDO A  MELHOR PRODUTIVIDADE.

FALTA O GOVERNO TER INTERESSE (SEM POLITICAGEM) PELA  ÁREA  TÊXTIL. 

 

Comentário de Sam de Mattos em 29 janeiro 2013 às 12:45

Sejamos claros, desapaixonados, frios e Iconoclastas: Ate que ponto o oportunismo e a “alavancagem” politica andam no topo de nossa indústria?

http://textileindustry.ning.com/profiles/blogs/este-eh-o-modo-de-ob...

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